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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fora de mim!

Como eu prometi acabei de ler o novo livro da Martha Medeiros, o “Fora de mim”. Eu sou bem suspeita para falar da Martha, mas adorei o livro, principalmente a facilidade da leitura, e a rapidez que ele se destrincha.


A história é a narrativa de uma mulher que acabara de romper seu casamento. Tudo acontece em três partes: O momento da separação, seus medos, seu “fundo do poço”, a tentativa de superação e a amizade com a mulher do ex marido.

É uma bela demonstração de que os relacionamentos são grandes tempestades, paixões que avassalam e amores que acrescentam ou atravancam uma vida. Porque às vezes amamos tanto o que a outra pessoa nos provoca que nos esquecemos de seguir com nossas próprias crenças e valores. Mas... São coisas do amor... A Martha termina o livro com uma frase que resume um pouco de tudo isso: “Mas, com sorte, talvez eu consiga aceitar que no amor não existe moral da história, enfim.”


Depois de ler o livro vasculhando as minhas coisas achei um poema sobre separação:

ABANDONADA

"Adormeci achando que amava demais, amanheci abandonada por amor que faltava. Não entendi... Corri desgovernada procurando uma resposta, fiquei sem ela, sem nada... Nunca acreditei que ele teria coragem de sair sem pedir e deixar a sua vida, a nossa vida, os nossos sonhos.

Deitei na cama e acordei sozinha, carente. Não tinha um bilhete, nem nada que explicasse a fuga, a corrida, a partida. Pensei, me torturei, não encontrei salvação nos pensamentos e perdi a razão. Gritei, esbravejei, bati todas as portas e desmaiei nas minhas lágrimas.

Quando despertei vi a luz entrar pela janela e ao virar-me encontrei um vazio. O buraco da tua ausência, a escuridão do teu desdém. Respirei fundo, fechei os olhos e os abri novamente achando que o sonho acabaria. Era verdade, não estava sonhando, você me deixara... Eu ouvi seu boa noite, não acordei com seu bom dia. Não me lembro de ter dito algo para lhe afastar, não me lembro de ter vivido para a vida te levar...
Você foi... Não telefonou, não escreveu, apenas desapareceu do meu mundo e riscou toda a nossa história. Ainda questiono as minhas falhas e a tua covardia de não ter esperado o meu despertar. Saiu como um intruso, de mansinho, de gaiato, sem deixar rastros, pistas, sinais. Apenas foi... Esperei que retornasse, que me falasse, que implorasse perdão. Boba, esqueci que jamais se curvaria, eu não te julgaria, apenas queria que voltasse.

Sobrevivi, me acalmei, entendi que fui deixada para trás e segui... Segui com um buraco, com uma mágoa... Deixaste a tua marca em mim, me fizeste sofrer, me iludiu por inteira... O que hoje mais me atordoa é o fato de não ter olhado nos meus olhos e dito a verdade. De não ter me dado o respeito de acabar com decência e com hombridade. Te amei, te admirei, te valorizei... Hoje não te odeio, apenas finjo que você não existe mais..."

Até a próxima!!!!

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