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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Pulso

Enjôo, vômito e azia... Até parece um trecho de uma música antiga do Titãs, mas é apenas meu estado gestacional do momento. Já recebi inúmeras dicas de mulheres amigas como suco de limão, chá de gengibre ou apenas gelo na boca para aliviar tais náuseas. O que elas esquecem é que cada mulher na gravidez reage de uma forma diferente a todos esses paleativos.

A barriga ainda é imperceptível, a não ser é claro quando a coloco para frente para poder usar meus direito nas filas prioritárias. O choro já é fácil e descontrolado e a cintura já esboça uma nova geometria... Meio quadrada! Os palpites também estão com tudo: Uns dizem que estou com cara de quem vai ter uma menina... Outros já até sonharam comigo carregando uma linda guriazinha. O papai acha ser um menino e a Mari diz que ficará feliz independente do que for...

Ontem foi um dia muito duro. O enjôo me pegou de jeito e passei a maior parte do dia deitada sendo fiscalizada pelo Marcelo e pela Mari. Não sou mulher de manhas, mas confesso que ontem me permiti entregar-me ao meu estado "estou grávida e enjoada, então eu posso não fazer nada". Difícil assumir tal papel quando já se tem um filho esperando pela sua atenção, mas até as super mães precisam as vezes descansar.

Viver com todas essas transformações hormonais e corporais não é fácil. Só uma mulher para aguentar mesmo. Durante nove meses somos bombardeadas de emoções e sensações que para quem nunca viveu esse momento é difícil de explicar. Uma mistura de alegria, medo e ansiedade. Uma vontade louca de sair gritando em alto e bom som: Eu estou grávida!!!!!

Diferente dos homens, pais dos nossos filhos, nos tornamos mães nove meses antes que eles. A ficha desses caras só cai mesmo quando ouvem o choro do bebê ao nascer. Quando encontram nos olhos do pequeno ser um pouco de si mesmos. É a natureza perfeita exercendo seu papel. Quem os carrega tem o direito de sentí-lo antes!

O pulso ainda pulsa! Dizia Arnaldo Antunes... Loucura pensar que uma pessoa está se formando dentro de outra. Que já existe um coração a pulsar e que em breve terá membros definidos. Olhos, boca, nariz, orelhas. Que no final de tudo, no dia do parto, ao sair de dentro do ventre chorando pelo medo de perder seu espaço tão quente, verá no primeiro contato com sua mãe, a segurança para a vida inteira. Não há câmera digital ou filmadora tridimensional que registre com tanta veracidade esse momento. Arrisco em dizer que não há nessa vida momento mais especial e único que esse: O nascimento dos filhos!