Páginas

sábado, 29 de outubro de 2011

Ele Fala Com o Olhar!

Eu não sou uma pessoa que lembro muitos detalhes da infância, mas consigo recordar cenas e pessoas que marcaram aquela época. A minha família é relativamente grande. Já vivemos muitos momentos de união, e muitos desencontros também. Coisas da vida; caminhos que não se cruzam pela geografia; por rumos diferentes; por tentativas de cada um de ser feliz da sua maneira.
Porém, desde pequena eu tenho guardado na lembrança a figura de um homem fisicamente parecido com o meu pai. Um homem que sendo meu tio, esforçou-se sempre para estar próximo. Nunca moramos em cidades iguais. Desde que eu me conheço por gente ele mora em Osório, uma cidade bem próxima de Porto Alegre conhecida pelos gaúchos por ser a terra dos bons ventos... E de gente muito bacana, por sinal!
Hoje, o meu tio, Décio, está de aniversário e gostaria de compartilhar esse privilégio que ganhei primeiro por imposição, por ser da minha família, depois por muito orgulho, por fazer parte da vida desse cara de fala mansa e arrastada. De olhar de “peixe-morto”, de testa avançada, de caminhar curvado. Desse cara de carinhos constantes, de apaixonado por música e também por poesia. De alguém que não se perde no tempo, que cuida e que ama.
Meu tio amado... Parabéns por mais um aniversário. Por poder estar rodeado das pessoas que ama e que também te valorizam. Obrigada por sempre me deixar compartilhar a tua vida. Por deixar sempre a tua casa de portas abertas... Por permitir o convívio com a tua família e me deixar fazer parte dela.
A gente cresce, mas não se esquece dos bons momentos e das pessoas que fizeram parte deles. Você é uma dessas pessoas! Obrigada pelos passeios na "Borússia", pelos almoços de domingo, pelas festas á fantasia, pela companhia simplesmente. Obrigada pelo incentivo na escrita e por todas as palavras de carinho que recebo sempre. Por prestigiar o meu trabalho e fazê-lo importante para ti. Felicidades hoje e em todos os dias que ainda virão. Que a tua vida possa estar sempre recheada de boas vibrações e alegrias. Que o amor e a família possam sempre fazer parte da nossa convivência.
Bjus!!!


sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Poema: DESEJOS


“Eu abro a janela e enxergo a minha vida querendo uma trégua... Pedindo-me para ficar onde ela nasceu...
Eu encontro mil motivos para voltar ao início, mas me deparo com tantos outros mil me pedindo para esperar...
Eu tento aprender a ter paciência... A olhar para o futuro com otimismo... O presente deixa falhas, precisa mudar...
Eu já tentei falar bem alto e até gritar ao vento... Somente eu escuto o eco da minha voz, do silêncio que a minha alma adormece...
Eu necessito viver o hoje... Sentir o sol iluminar o meu caminho... Sentir o abraço que a saudade afastou...
Eu preciso estar perto de tudo que eu vi crescer e das pessoas que marcaram o minha vida...
Eu quero o som cantado das gírias; apagar da mente o adeus das despedidas...
Eu quero beijar o reencontro da distância... Eu quero voltar a me enxergar no lugar que deixei para trás.”

Bjus

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Erva de Estranhos

Eu estou de férias em Porto Alegre e, mesmo a conhecendo durante a minha vida toda ainda me surpreendo com características próprias e inusitadas que a cidade apresenta. Características culturais que transformam “POA” na minha cidade especial.

A última agora foi enquanto eu visitava a minha sogra no hospital Santa Casa após uma cirurgia de joelho, muito bem sucedida por sinal. Estava me dirigindo ao prédio que estava internada quando me deparei com uma lixeira de restos comuns ou orgânicos e lixo seco. Até aí tudo normal... Porém, para facilitar a coleta havia exemplos em cima de cada lixeira. O primeiro da lista era ERVA MATE... Claro! Como não poderia ser diferente; o resíduo mais encontrado na casa dos gaúchos.

Porque o chimarrão aqui é sagrado. Além de ser uma iguaria local é um ótimo passatempo para quem tem que esperar ou fazer companhia para alguém no hospital. Por outro lado, o que poderia ser somente distração pode também virar motivo para internação hospitalar. Algumas pesquisas afirmam que aqui no Rio Grande do Sul há uma grande incidência de câncer no esôfago resultante do chimarrão. Das longas rodas de mate quente ao longo dos anos.

Eu duvido muito que o verdadeiro apreciador dessa bebida deixe de saboreá-lo mesmo sabendo dos riscos que ele pode causar; exemplo vivo é o meu cunhado que mesmo com uma traqueostomia resultante de um câncer na garganta, não consegue falar, mas não dispensa seu hábito diário de tomar chimarrão. Até eu que não sou muito fã de chimarrão não resisto a ele quando estou por essas bandas. Acho até que é uma forma de me sentir mais próxima da cidade. De voltar a respirar ares gaudérios!

Os anos morando longe me desacostumaram a encarar lixeiras de hospitais como as que vi nessa semana. Talvez seja por isso que outras cidades fora do estado nos enxerguem como extraterrestres. Além do sotaque carregado, levamos em baixo do braço uma garrafa de água quente e uma cuia com erva amarga que nos faz rir e compartilhar. Não sei se somos Ets, mas, no mínimo, somos muito estranhos... Para não dizer que somos loucos! O importante é que somos felizes do nosso jeito. Apreciamos e valorizamos o que é nosso, da nossa terra. Nos desculpem o resto do Brasil, mas adoramos ser estranhos!

Espia a lixeira do hospital Santa Casa de Porto Alegre:



Bjus!!!

sábado, 22 de outubro de 2011

Finalmente...

Finalmente a vovó mais fashion desse mundo completou 60 anos! Já faz dois anos que eu e todos que convivem com a minha mãe sabem da sua ansiedade e da sua vontade de fechar mais esse ciclo... Da tão sonhada aposentadoria. O presente esse ano meu, do Marcelo, do meu irmão, da minha cunhada e dos netos foi um maravilhoso book fotográfico. Um sonho dela que podemos tornar real. E nem preciso dizer que ele ficou perfeito... Que retratou em cada "click" a beleza e a alegria dessa coroa cheia de vida! E isso realmente foi o melhor... Sem foto shop e sem correções, as fotos foram naturais e verdadeiras. Simplesmente ganharam o sorriso de uma modelo disposta a se entregar num dia de princesa.
Hoje é dia de comemorar com todos que ela ama e admira o seu aniversário... A sua alegria! Um dia para dividir junto com a minha cunhada, que também faz aniversário hoje momentos de muita felicidade e amor. Uma data que foi tão esperada e planejada; uma expectativa que hoje se transforma em festa!
Minha mãe, amada e preferida... Às vezes até para mim faltam palavras... As palavras certas para dizer-te o quanto és especial e importante na minha vida. O tamanho do orgulho que eu tenho de mostrar para o mundo essa mãe maravilhosa que se dedica; se envolve; se cuida; se valoriza e apaixonadamente se diverte. O brilho do teu sorriso ilumina e encanta tudo a tua volta. Tu és uma menina em corpo de mulher madura; espoleta e tagarela; Difícil até de chamar de senhora, devido a tua imagem que refletida no espelho não condiz com as décadas que adquiriu ao longo da vida. Hoje ganhaste um motor turbinadíssimo: 6.0 de pura energia e entusiasmo. Eu sei que às vezes o corpo reflete a idade e que o rosto denuncia os sinais do amadurecimento, mas o teu espírito permanece radiante acompanhando a jovialidade da tua alma.
Parabéns minha mãe, por ser esse meu exemplo de sorrisos fartos e choros sem vergonha. Por ser essa fome de viver constante, essa incansável busca por transformar a nossa convivência num turbilhão de emoções e sentimentos verdadeiros. Parabéns por tudo que viveu e conquistou até aqui. Tenho certeza que daqui a mais umas dezenas de anos continuará sendo essa coroa enxuta distribuindo alegria! Hoje, ao contrário de muitos outros aniversários e datas especiais estarei junto contigo fazendo a festa!!!!
Dede, minha "cucu" amada... Hoje eu sei que te deram papel coadjuvante em toda essa comemoração, porém você jamais conseguirá ser secundária em qualquer circunstância. Parabéns por ser também esse exemplo de alegria que contagia e encanta. És uma parceira incomparável de momentos de intensa felicidade. Que a vida continue te dando força e coragem para ser essa mulher iluminada. Muita saúde e amor para continuarmos compartilhando a vida!!!!
Um beijo especial a essas duas mulheres que me emocionam e me enchem de felicidade!!! AMO VOCÊS HORRORES!!!!!
Bjus...





quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Livro em Branco

Há uma pessoa nesse mundo que consegue inúmeras vezes me desconcertar... Além do embaraço, me deixa sem saída, e ao mesmo tempo me proporciona muitas risadas. É claro que estou falando da Mari... A senhora perguntinha! Eu sei que é normal as crianças questionarem, mas a minha filha não dá trégua. Ela pergunta tudo, desde coisas fáceis de explicar, até outras que não sei por onde começar.

A última foi ontem. Ela queria saber o que era "sequestro". Desde que descobriu que existem bandidos, ficou um pouco complicado esclarecer sem criar neuroses. Aos poucos infelizmente ela passa a enxergar que a realidade não é igual aos filmes que vê, nem igual as brincadeiras que faz na escola. Por isso é tão difícil explicar. Porque eu preciso dizer a verdade, mas não posso ainda acabar com as fantasias.

E se pararmos pra pensar, até depois de adultos ainda temos perguntas a fazer. Coisas que nos explicaram quando pequenos, mas que só a vivência nos faz compreender. É igual quando nossos pais nos diziam depois de uma bronca: - Quando você tiver filhos vai entender porque eu estou fazendo isso. É verdade! Quando nos tornamos pais passamos a entender melhos os castigos e as conversas sem fim.

Porém, é fato que ainda crianças precisamos ser esclarecidos de muitos aspectos. É preciso discernir o certo do errado. Outros aspectos podem esperar; podem ser prorrogados e gradativamente serem postos em pauta. Porque na infância nossa sede por novidades é infinita, um livro em branco procurando escritos. A ausência do medo e das preocupações transformam as crianças em seres quase inanimados. É incrível pensar que passamos de seres ingênuos para adultos tão complicados.

Mesmo nos tornando seres maduros e responsáveis, é da nossa natureza humana sempre procurar complicações. A diferença é que quando crianças temos sempre alguém para recorrer depois de uma estripulia... Na vida adulta precisamos nos virar sozinhos, mas isso não quer dizer que de vez em quando não podemos pedir um colinho.

A verdade depois de tudo isso é que, além da criança aqui em casa que faz diversas perguntas e quer descobrir o mundo, também há adultos que buscam constantemente respostas. É a nossa busca incansável pelo equilíbrio; em colocar no nosso livro da infância rabiscos de tudo que aprendemos ao longo dos anos. Ele sempre terá páginas em branco... Todos os dias temos algo a compartilhar. Nosso aprendizado não termina jamais!

Bjus!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Cheiro dos Pampas

Antes do final da semana to indo para Porto Alegre para o aniversário da minha mãe e de umas merecidas férias com a família. Eu, Marcelo e Mariana na estrada rumo aos pampas. É lá que reabastecemos a bateria e recuperamos o fôlego.  É lá que eu reencontro o equilíbrio e vivo dias intensos com todos que amo.

Porém, os dias que antecedem tal viagem são torturantes. Eles se arrastam e me deixam numa ansiedade infernal. Porque mais que férias, é a minha vontade explícita de deixar de ser visita e voltar a ser parte de tudo que eu deixei para trás. De uma decisão que se consolida a cada dia, a cada adeus que preciso dar quando volto para casa.

Eu conheço muitas pessoas que moram longe da sua cidade natal e vivem tranquilamente com isso. Criam vínculos duradouros e concretos. E por mais que essa também seja a minha realidade, to começando a perder as minhas forças. A minha surpreendente coragem de viver longe de tudo.

Eu quero sentir saudade e supri-la rapidamente; eu quero participar das reuniões simples de aniversários, reencontros, datas especiais; eu quero que a minha filha não enxergue uma vó no shopping e resmungue saudades da dela; eu quero passar pelas ruas que eu nasci; viver a cultura que eu aprendi... Me sentir parte!

Eu quero acordar numa manhã de domingo com céu azul e sol tinindo... Olhar pela janela e enxergar a praça... Preparar um chimarrão, almoçar com a família, compartilhar uma conversa com os amigos. Quero participar da vida de cada um, me sentir presença. Não quero mais o abraço da saudade e do muito tempo sem ver. Não quero mais as mudanças...

Tá ficando complicado esconder a minha saudade; a minha enlouquecida vontade de voltar. Não posso reclamar da vida e nem de tudo que ela até hoje me deu... Mas posso querer mais; posso desejar que a minha atual satisfação se transforme em felicidade plena.

Já fui cigana por tempo oportuno. Já desbravei cidades especiais, já vivi muitas histórias. Já pude comparar lugares; escolher casas, bairros e afins. Já aprendi a me virar sozinha, a me perder e me encontrar. Já cresi e amadureci... Já vivi a experiência ao máximo. Já me desgarrei do berço, já sofri, já chorei de solidão... Já sorri pela coragem de ter vindo até aqui.

Quero agora somente o sossego. Quero mais que poder cuidar dos meus, ser cuidada também. Ouvir o meu sotaque, falar o meu idioma. Quero a vida sem explicações, sem idas e vindas. Quero o fixo, quero o meu lugar!

Durante dez dias de férias sei que vou suspirar mais que respirar. Vou viver o dia mais que vinte e quatro horas, vou me jogar... Vou trazer comigo o cheiro das árvores, o barulho dos aviões, a fumaça do churrasco. Vou voltar recarregada  e pronta para ir mais além. Para continuar sobrevivendo á distância e buscar a solução. Vou voltar e continuar sonhando com o dia que irei sem volta... Que irei para ficar!

Bjus!!!



sábado, 15 de outubro de 2011

Papinho Corriqueiro...

Faz uma semana que estou de olho numa caneca em cima da pia do meu banheiro. Uma noite dessas o Marcelo resolveu fazer um chá, mas até hoje se esqueceu de descer a “bendita” até a pia da cozinha. Eu tenho coceira nas mãos todos os dias de manhã quando entro no recinto e enxergo a minha linda caneca de bolinhas lilás. Porém, na tentativa de fazê-lo perceber que não custa nada colocar as coisas no lugar vou deixando... E isso me tortura!


E sabe que nem sou muito neurótica. Gosto das coisas no lugar, mas até respeito o momento dos sapatos dele que precisam respirar; dos seus cintos que ficam esquecidos em cima da cama; dos cabides das camisas que veste pela manhã e que dormem na maçaneta da porta do quarto. Sem falar na garrafa de água que todas as noites ele sobe e deixa em cima do criado mudo.

Tudo bem, eu admito que herdei certo perfeccionismo da minha mãe, que por sua vez herdou da minha avó. Não sou viciada em limpeza, mas preciso ver a minha casa em ordem e o Marcelo insiste em desorganizá-la. Coisas de homens, eu sei...

Hoje então, passado sete dias da hospedagem da caneca na minha pia resolvi falar pra ele que ela ficaria ali até ele resolver descê-la para a cozinha. Fui obrigada a engolir uma risadinha e a seguinte resposta: - Ah, pois é eu acabo me esquecendo todas as manhãs, mas agora que eu sei que tu estás deixando ela aí de propósito vou plantar uma samambaia dentro dela.

Acredita?! Pode acreditar... Agora só de birra ninguém vai dar o braço a torcer e a caneca vai criar raiz em cima do mármore. Posso até pensar em utilizá-la para decoração... É claro que não! O Marcelo sabe que vai me ganhar pelo cansaço e que eu não vou resistir à tentação de tirá-la. De salvá-la daquele lugar tão úmido e solitário.

Brincadeiras e neurose à parte, essa mania de desorganização da maioria dos homens é um probleminha não só na minha casa tenho certeza. O que me irrita é que no trabalho dele é o mais organizado dos seres humanos. A sua desculpa? - Já tenho que me preocupar tanto lá no serviço que em casa tudo pode ser mais tranqüilo. É, pode ser sim...

É claro que eu não vou conseguir transformá-lo nessa altura do campeonato, nem ele a mim, mas podemos chegar num consenso. Na verdade, estou até exagerando no problema, pois o Marcelo tirando algumas situações que já citei acima é bem comportado em casa. Jamais vi uma toalha molhada em cima da cama ou vestígios da sua barba na pia.

Mas o lance da caneca é real... Ela continua lá no banheiro não sabemos até quando. Talvez depois de ler esse post ele crie vergonha na cara e tome alguma providencia. E que não seja plantar nada... Mas esse foi só mais um desabafo de uma esposa cheia de manias igual a todas as outras que tem maridos iguais ao meu que esquecem tudo por onde passam... É só mais um papinho corriqueiro porque, de vez em quando, nada melhor que deixar os assuntos sérios e profundos de lado...

Está aí a prova do crime:




Bjus... Bom domingo!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

CONVITE

Eu sempre fui apaixonada pela possibilidade de sonhar. De acreditar que se batalharmos muito... Tudo pode se realizar. Até gostaria que de vez em quando algumas coisas caíssem do céu, como se fossem brindes por todo o nosso sacrifício, mas aprendi que somos nós mesmos que fazemos milagres!


Talvez seja por isso que o meu romantismo me dê muitas rasteiras, mas também muitos motivos para continuar sonhando. Muitos desses sonhos eu admito estão na gaveta, esperando eu tomar fôlego ou coragem para torná-los real. Outros eu abdiquei por novos. Por novas possibilidades que surgiram e que me fizeram feliz.

A única coisa que eu sei é que não posso me olhar no espelho frustrada por não ter sido quem eu sempre quis. Muitas vezes eu confesso foi mais fácil sentir pena de mim mesma e aceitar que o tempo passou e o momento também. Que nada mais poderia mudar; que tudo já estava traçado e destinado a mim.

Sim, eu acredito em destinos, mas acredito mais no que eu posso fazer para chagar lá. Eu ainda acredito que sonhos não têm idade e que felicidade não se compra em prateleiras de supermercado, mas em tentativas de vivê-la plenamente. Vamos sim algumas vezes dar passos mais longos; escolher caminhos errados... Mas também vamos viver outras histórias; aprender com novas experiências; chorar e sorrir ao mesmo tempo com um tropeço. Porque nada melhor que rir depois que as tormentas passam... Da sensação de superação, de vitória!

Hoje, um amigo muito querido, um amigo que ganhei quando conheci o Marcelo; um desses exemplos de pessoa que não desiste. Ele me enviou uma gravação de uma música da sua banda que me inspirou a continuar acreditando que tudo pode e ainda vai mudar pra mim!

A música chama-se CONVITE e nada mais perfeito para tudo que ele quis dizer. Ele convida eu e você a cair na rua... A se soltar para a vida... Vivê-la! Ser dono dela e achar o seu próprio tom... A maneira que você quer levá-la.

É isso... As verdadeiras realizações são assim, não estão num pote dourado no final do arco íris, mas dentro de nós mesmos. Das nossas tentativas fracassadas e bem sucedidas de alcançar sucesso, amor, família. O viver a vida, perfeita ou imperfeita, é o grande sonho alcançado.

Teremos sempre nossos desejos mais íntimos e mais difíceis a serem almejados, porém, assim como a vida mutante, eles se transformam, se modificam, ganham novas metas ou murcham por outras prioridades.

Viva apenas... Cada dia e cada minuto em busca do seu melhor. As realizações serão conseqüência do seu esforço e das suas escolhas. Para uns serão mais rápidas, para outros tudo engatinha lentamente. Persistir é a jogada... Saber a hora de parar também. Alguns sonhos merecem ser martelados, outros necessitam “stop”. Mas aí já é outra história e outra música... No momento o recado é o Convite para viver tudo que puder!

# A música CONVITE é da banda ESTADO MORAL do meu amigo EDUARDO MORAIS.

Bjus... Um sábado repleto de sonhos alcançados!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

E o dia foi dela...

Ontem aproximadamente 20h estranhei não ouvir mais a voz da Mari pela casa. Fui procurá-la e a achei “capotada” no sofá roncando. Já era o esperado depois de um dia das crianças repleto de atividades. E olha que até eu cansei...


A Mari acordou e ficou rodeando a cama para acordar o pai dela. Já havíamos combinado que o dia seria todo dela... Cheio de passeios e brincadeiras. Lá pelas 10h30 então saímos os três para o Parque Barigui aqui em Curitiba, na qual estava programado pela fundação cultural da cidade diversas atividades para a criançada. O dia estava meio nublado, no dia anterior havia chovido muito, então sabíamos que encararíamos um pouquinho de lama, mas, tudo é festa!



O lugar estava lotado. Diversas crianças exibindo seus presentes, comendo pipoca e brincando em vários brinquedos infláveis. A Mari só conseguiu entrar numa minhoca de ar, as filas eram enormes... Mas fiz questão dela curtir as outras atividades que eram sugeridas: Desenhou; fez pinturinha no rosto; andou de xícara; fez vários brinquedos com material reciclável e brincou no show do palhaço. Até ganhou brinde dele, por ser a estátua mais feliz!






Já passando o meio dia fomos almoçar numa churrascaria. Ela que escolheu o cardápio, mas tenho impressão que foi só para agradar o Marcelo... Lá também brincou com outras crianças e de sobremesa fomos num lugar de picolés artesanais mexicanos. Chama-se PALETERIA... Uma delícia... Uma variedade de sabores que ficamos com muitas dúvidas. Eu e a Mari comemos picolé com recheio de brigadeiro... Olha que é quase uma refeição de tão grande... Vale a pena para quem estiver aqui em Curitiba conferir o lugar... Recomendadíssimo!

Para finalizar o dia a levei para um lugar chamado MUNDO MÁGICO DAS BOLINHAS. Pelo nome você já imagina a festa que as crianças fazem lá. Estava lotado, é claro, devido à data, mas foi maravilhoso ver a Mari toda suada saindo de um escorregador gigantesco dizendo assim: - Mãe, esse é o melhor dia do mundo!



Ela estava no seu chão. Comeu pipoca, algodão doce, pirulito e brincou até cansar... Subiu, desceu, rolou, escorregou e se pendurou... Fez todas aquelas estripulias que geralmente não deixamos fazer em casa. Foi até num túnel do terror. Saiu meio arrependida, mas valeu a experiência!



Um pouco depois das 18h quando voltávamos para casa ela quase dormindo no carro quando, na entrada do condomínio avistou seus amigos. Despertou como uma flecha; pegou a bicicleta e foi feliz brincar mais. De casa eu só conseguia ouvir a sua voz relatando para os amigos o seu dia... De todas as aventuras que viveu.

Ela ficou mais uma hora brincando e fui obrigada a colocá-la para dentro de casa antes que desmaiasse na rua. No banho não sabia o que esfregava mais... Muita sujeira! Só deu tempo de jantar rapidinho, ver um minutinho de desenho e desmaiar no sono.

É claro que ela vai ter muitos outros dias maravilhosos e preferidos. Sempre que vive algo diferente ela acha que é único e incrível... E é assim que deveria ser com nós adultos também... Deveríamos aproveitar o momento como se nada mais tivéssemos para descobrir. Enxergar os dias com olhas de criança...

Enfim, deu tudo certo ontem. A Mari curtiu e eu e o Marcelo podemos compartilhar com ela essa felicidade. O cansaço para mim ainda persiste hoje... Para ela é como se nada tivesse acontecido. Está pronta para gastar energia novamente. Mas não sei não... O dia está chuvoso, o Marcelo viajou... Acho que vamos fazer um programinha bem caseiro hoje... Deixar a casa escurinha, alugar uns filmes e comer mais pipoca... Ah sim, isso eu consigo!


Bjus!!!!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Direto do Túnel do Tempo...

A campanha lançada no facebook agora para o dia das crianças contra a violência infantil trouxe á tona muitas recordações. Para mim essas lembranças são muito prazerozas. Até acho que fui a criança mais feliz do mundo, pois vivi numa época não muito cheia de tecnologias, mas de liberdade. Eu subi em árvores, brinquei na rua, pude me esconder atrás dos postes da cidade sem me preocupar com a violência. Não tínhamos computador nem celular, mas tínhamos rede de vôlei montada em frente de casa, guerra de bexiguinha, jogo de taco e muita amarelinha.


Quando criança era muito raro ir ao cinema; assistir filmes no vídeo cassete ou qualquer outra coisa que me mantivesse dentro de uma sala ou em casa. A minha geração, dos trintões, viveu uma fase de sentir o cheiro da rua. De aproveitar os finais de semana para jogar banco imobiliário ou “war” na varanda de casa; responder questionários; fazer piquenique no jardim; brincar de desfile de moda, rabiscar papéis brincando de escritório. O máximo que agüentávamos dentro de casa era para jogar Atari quando escurecia e não podíamos mais ficar ao relento.



Aos sábados pela manhã de folga da escola adorava deitar na cama dos meus pais saboreando uma banana esmagada com Nescau e feliz em poder ver toda a programação do "Xou da Xuxa". Primeiro vinha os Smurfs; depois He-Man e por último Caverna do dragão. Tínhamos ainda a Angélica e a Mara. O sítio do Pica Pau Amarelo, Bambalalão,  Elo Perdido e o Topo Gigio. Meu sonho mesmo era ser a Mulher Maravilha ou a She-Ra e de quebra ganhar um Gato Guerreiro.




Eu tinha uma única Barbie, muitas fofoletes, ursinhos carinhosos, uma boneca bebezinho, mas adorava mesmo brincar com os playmobil do meu irmão. Roubar suas bolinhas de gude e colecionar papéis de carta. Eu tinha uma engenhoca chamada “Pogobol”, uma sensação na época. Minha bicicleta era Cecizinha e levava muitas “tralhas” na cestinha. Gostava de escrever em diários, mas precisava sempre escondê-los do meu irmão. Ele arrombava todos! Minha maior frustração era ele não me emprestar o seu Falcon para ser namorado da minha Barbie. Coitadinha era muito solitária...



Na minha adolescência fazíamos reuniões dançantes na garagem, assim como as festas de aniversário. Os rodízios de pizza eram uma febre, bem como os tênis reebok de várias cores que os mais abonadinhos traziam da viagem á Disney. Tínhamos que ir ao mercado para a mãe levando o casco do refrigerante; esperar o picolé da carrocinha que passava na rua de casa ou o “tio” que batia uma madeira anunciando a casquinha... Na praia era o puxa-puxa... Humm, ainda sinto o gosto deles...

Tenho certeza que a minha filha também tem uma infância feliz e vai lembrar dela com muito carinho. É uma pena que o cheiro da rua e da primavera seja muito pouco conhecido por essa nova geração. O tempo muda e muda com ele as preferências. Faz parte da evolução do mundo... Na verdade, não lembro muito de ganhar presentes no dia das crianças. Lembro-me sempre de poder ser criança no sentido mais original da palavra. No meu dia, como em todos os outros, eu era livre para brincar e soltar a imaginação. Hoje é tudo muito comercial. As crianças já tem essa data marcada no calendário igual Natal. Aqui em casa a proposta é outra. Deixamos o presente de lado e sugerimos um passeio... Um dia repleto das coisas que a Mari mais gosta: Cinema, brincadeiras, almoço especial. Não é errado presentear, mas talvez seja mais certo compartilhar o momento.

Quero então comemorar o dia das crianças com essa minha história da infância. De quando éramos felizes em qualquer circunstância. Talvez o dia de amanhã seja celebrado por nós hoje adultos. Para não esquecermos nunca que também já fomos inocentes. Que nossos olhos brilhavam com um simples pirulito e nossos maiores presentes eram os amigos e tudo que pudéssemos fantasiar.

Eu ouvi muita gente falando que a campanha do facebbok era falsa e que para evitar a violência precisávamos de atitudes mais concretas. É verdade, precisamos ser mais firmes para denunciar abusos e violências infantis. Não permitir ver uma criança trabalhando e sendo explorada... Com falta de cuidados e amor. Porém, achei a iniciativa válida, porque mostra que estamos nos importando. Que temos a consciência de tratar a criança que temos em casa com todo o respeito. Sem falar, é claro, que me inspirou a viver o dia de amanhã com mais felicidade. O momento agora foi de nostalgia, mas foi só o ponta pé inicial para um dia que será repleto de novidades!

Feliz Dia das Crianças para nós que sempre as trazemos no coração e para todas as crianças de hoje que enchem nosso dia de felicidade... Um especial para a minha filhota Mariana, meus afilhados Ber e Kiani e  para meus sobrinhos Gabi e Tiago... AMO VOCÊS!!!!!!

Bjus!!!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cidadã do Mundo

Hoje de manhã resolvi acordar bem cedinho e encarar uma fila em um dos postos do Instituto de Identificação aqui de Curitiba para fazer a carteira de Identidade da Mari. Tudo isso pela última viagem que fiz com ela de avião. Nessa ocasião esqueci a certidão de nascimento, na qual me gerou um estresse desnecessário. Então, vamos providenciar um documento mias fácil e prático. Nem preciso mencionar que ela estava radiante com o fato de ter uma carteira igual a minha e de todas as pessoas que ela conhece.

E foi tudo muito tranquilo, bem diferente de quando eu precisei fazer a minha. Em menos de trinta minutos já estava tudo pronto. Não saímos com a carteira na mão, ainda precisarei voltar lá para retirá-la, mas o processo foi super rápido. Primeiro que tudo hoje é digital. Desde a foto, assinatura e o mais legal: A impressão dos dedinhos. Foi-se o tempo que precisávamos manchar os dedos com aquela tinta preta que parecia nunca mais nos abandonar. Agora, em questões de segundos, uma pequenina máquina grava as digitais e importa automaticamente para o computador... Viva a modernidade! Obviamente que a Mari saiu frustrada do lugar sem carregar na mão aquilo que foi buscar, mas dentro de cinco dias úteis ela já vai poder conferir o resultado.

O maior problema que tivemos, se é que podemos chamá-lo assim, foi o fato dela precisar tirar os brincos na hora da foto... E ficar séria também. Quem conhece a minha princesa sabe da bronca que é colocar um brinco na orelha e parar de rir. Primeiro fez cara de choro, depois engoliu tudo só para mostrar para o senhor que estava nos atendendo que já era uma moça muito madura. Depois concentrou-se na foto e click! Nossa, que horror!!!! E olha que a Mari é super fotogênica, mas saiu com uma cara de sono... Não tive dúvidas de pedir outra. Pronto, agora ficou melhor... Dentro do cabível, é claro, de uma foto de identidade.

Na hora de registrar a assinatuira o senhor foi logo olhando para mim dizendo assim: - Ela não assina né mãe! A Mari levantou os olhos e disse: - Sei sim escrever o meu nome... E a minha mãe pode me ajudar. Ele até ficou com vergonha de responder, apenas disse: -Sim senhora! Ela escreveu então seu nome completo, um pequeno errinho na letra Z da palavra Souza, mas nada que a gente não entenda. Certo que daqui breves anos ela terá que fazer outra carteira com seu rostinho mais maduro.

Não sei, com essa história, se me senti mais velha ou mais orgulhosa. A primeira por ver aquela menina que pouquíssimo tempo atrás só ficava no meu colo, agora já até negociando sua assinatura; e a segunda por vê-la tão crescida tomando o caminho que estamos tracejando para ela.

Bateu em mim, de alguma forma, uma saudade de quando eu era pequena e ter todo o futuro a minha disposição. De iniciar a vida e fazer escolhas. De sonhar com as expectativas do fururo! Mas aí, me lembrei também de toda a parte chata que vem junto com o pré amadurecimento. As inseguranças, os medos, os tropeços e tudo que vamos aprendendo á medida que crescemos. É ótimo ser criança, mas também é muito bom ter as rédeas da vida.

Sem dúvida ver a minha filha querendo tornar-se uma cidadã encheu a minha alma de alegria. Mostrou-me que o ciclo da vida é muito rápido mesmo, mas muito cheio de alegrias. Temos sim nossos momentos de fraquezas, tristezas, decepções e perdas, mas somos surpreendidos constantemente por momentos que valem por tudo. Hoje me enchi de prazer compartilhando com a Mari esse momento tão importante. De ser mais que um rosto, um nome e uma digital num cartão de identificação, mas de ser única e especial. Para mim ela já é... Agora vai começar a se mostrar para mundo!

Bjus, ótima semana!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Mais uma entre eu e o ervilhão... Ah, e uma moto!

Eu estava pensando em abrir esse post dizendo que eu estou numa maré ruim e cercada de "zicas", igual a minha cunhada que fez uma cirurgia na gengiva e precisou dormir sentada e no dia depois descobriu que precisava fazer um tratamento de canal. E para completar essa semana ela torceu o pé e está sem poder colocá-lo no chão por, no mínimo, até segunda.

Não... Não posso achar que estamos azaradas. Os nossos problemas tem solução e data de validade... Não dá para reclamar sabendo que tem gente nesse mundo e até bem próximo de nós passando por perrengues bem sérios. Então cunhada amada e preferida... Estamos bem... Uma dorzinha ali, uma batida de carro aqui... Pois é, eu e o "ervilhão", meu carro, continuamos aprontando... Dessa vez não foi ele que me deixou na mão... Eu que provoquei uns arranhões...

Algumas estatísticas dizem que a maioria dos acidentes acontecem perto de casa. É verdade, pelo menos aconteceu comigo. Ontem, aproximadamente 100 m da minha casa eu e um motoqueiro estrassadinho nos batemos. Eu estava dando sinal para entrar na portaria do meu condomínio e não vi a moto que se aproximava. Pronto... Atravessei a rua e foi feito o estrago. Só vi a moto bater da porta do carona e o motoqueiro pular no asfalto.

Graças á Deus a Mari estava dormindo e não presenciou nada, só acordou quando eu desci do carro para ver se o motoqueiro havia se machucado. Nenhum arranhão, mas a moto dele ficou com uns probleminhas. Eu desde o início admiti a culpa, pois a preferencial era dele, mas ele, em nenhum momento admitiu que estava em alta velocidade. Tudo bem, as vezes a gente precisa engolir umas para não se incomodar, mas não admito machismo nos dias de hoje.

Precisei ouvir do cidadão que não entendia nada de leis de trânsito, que bati nele de propósito e, para completar, não queria papo comigo. Na verdade, queria que eu passasse um cheque bem gordo para pagar o conserto da moto. Eu falei que o meu carro era velho, mas tinha seguro, então ele preferiu esperar o Marcelo que já havia sido acionado por mim por telefone. O Marcelo chegou e o "camarada" ficou bem calminho... Ouviu tudo que eu já havia falado, mas foi só o Marcelo repetir que ele aceitou numa boa. Polpe a minha beleza... Homem metido a machão ninguém merece! Enfim, ninguém se machucou; o meu seguro vai pagar o estrago dele e eu vou usar a minha franquia para consertar a porta do ervilhão.

Confesso que essa noite antes de dormir visualizei a cena da moto batendo no meu carro diversas vezes, e se tivesse acontecido tempos atrás talvez hoje desistisse de pegar o carro novamente. Porém, a maturidade me ensinou que devemos sempre andar para frente. Os acidentes e os problemas acontecem e não adianta a gente ficar remoendo ou se culpando. Precisamos seguir... Respirar fundo; colocar a cabeça do travesseiro e ter a certeza que todos os dias seremos melhores.

Hoje, como obra do destino, quase que outro motoqueiro invade o meu caminho. Dessa vez era eu que estava na preferencial e sorte nossa que ele me viu. Levando a Mari para a escola um blecaute total apagou dezenas de sinaleiras. Um estresse para tentar cruzar avenidas... Mas chegamos calmamente no nosso destino.

Isso tudo me mostrou que há um pouco menos de dois anos quando decidi pegar o carro novamente estava preparada para assumir essa responsabilidade. É claro que devemos ter todo o cuidado do mundo para evitarmos acidentes, mas estando na rua corremos o risco. Meu maior orgulho hoje pela manhã foi acordar não me lamentando... Sabendo dos meus erros, mas não me torturando com eles. Eu tenho total segurança e controle de tudo que proponho realizar... Não há machismo suficiente no mundo que me faça pensar ao contrário... Não mesmo! Eu e o ervilhão continuaremos fazendo histórias por aí... Mas sem mais acidentes, please!

Bjus

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Música que Transforma

Eu adoro música, de muitos gêneros... Não posso dizer que tenho um preferido, porque tudo depende do meu estado de espírito. As vezes levanto da cama saltitante, louca para ouvir e cantar uma música agitada. Outras vezes acordo meio baixo astral, com vontade de ouvir algo bem introspectivo. Na verdade, acho que música é isso... Precisa mexer na alma e provocar sensações variadas.

Talvez tenha sido essa a intenção dos organizadores do Rock in Rio desse ano. Além do bom e velho rock, misturaram outras tribos como o axé e o pop. Talvez se encaixariam melhor nos palcos alternativos, mas o estrelato dos convidados talvez não comportaria um palco secundário.

Não estou tendo muito tempo para acompanhar os shows pela televisão, mas me estufo de orgulho quando vejo bandas como Titãs e Paralamas abrindo o festival e o Capital Inicial que eletrizou a galera. De bandas que embalaram a geração antes da minha, mas que eu pude curtir também na adolescência. De músicas antigas que falam muito da atualidade; que não tem tempo, nem prazo de validade.

Acho que essa é a cara do Rock in Rio. De um som pesado e cheio de denúncia. De garganta seca de gritos, de ouvidos tinindo o som das guitarras. Numa época que a juventude está tão envolvida com sons melosos e meninas frenéticas na onda "Just", perde-se um pouco a força do rock que tínhamos no passado. É claro que vivíamos uma época de transformações e evoluções constantes, mas se pensarmos no hoje ainda precisamos de vozes reivindicando soluções. Talvez a cidade do rock precise de mais rock... Porém ainda está valendo a energia que a música, independe de qual seja, possa compartilhar.

Sem dúvida há espaço para todos os ritmos. Que bom que temos muitas vertentes. Que podemos ligar o rádio e escolher aquilo que nos toca. O mais importante de tudo isso, é que a música use o poder das suas estrofes para atingir mais que nossos corações. Que ela acerte o alvo dos questionamentos e dos valores. Que a música seja sempre alegria, mas que embutido nela esteja todo nosso extravaso.

# Este texto foi publicado no portal www.dentrodobairro.com.br

Bjus!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Formatura - Parte II

No meio desse ano o Marcelo foi convidado a vir trabalhar numa loja aqui em Curitiba. A proposta era muito tentadora, mas a assombração "faculdade" era um grande empecílio para a decisão de mudar novamente, pois até o final do ano ele estaria formado se permanecesse em Joinville.

Quebramos muita cabeça até tomar uma decisão. A faculdade nos deu um enorme apoio para que pudéssemos vir para Curitiba. O Marcelo precisou ir algumas vezes para Joinville fazer mais trabalhos e provas extras e como seu trabalho de conclusão já estava pronto e apresentado, no final das contas conseguiu antecipar a formatura para antes do final do ano letivo de 2011.

Foi então que começou a correria para encaixá-lo na cerimônia que já estava toda planejada para outubro para os formandos que terminaram a faculdade no primeiro semestre. Tudo bem que estar formado era o mais importante, mas depois de toda a batalha era essencial ele estar presente nesse momento tão especial.

Sem nem saber o nome direiro dos seus colegas eu precisei me virar para mandar-lhes tudo que faltava para completar a cerimônia: Fotos, música e pagamentos. Através do computador nos comunicávamos e corríamos contra o tempo. Faltando aproximadamente um mês para a formatura tudo já estava providenciado, apenas um pequeno detalhe atravancando o nosso caminho: A formatura seria em Joinville... ás 10h da manhã.

Nessa última sexta feira então, a família do Marcelo chegou em Curitiba. Viajaram o dia todo de Porto Alegre para cá para prestigiarem o filho, o irmão, o tio e o cunhado, porque no outro dia, ás 7h30 da manhã precisariam estar na estrada novamente para ir até Joinville. Eu e o Marcelo precisamos chegar antes lá. Ás 5h30 da manhã já estávamos a caminho do local da formatura.

Agora imagine você, mulher principalmente: Como se acorda linda e maravilhosa ás 5h da manhã? Pois foi esse horário exato que precisei subir no salto e estar pronta para ver o maridão receber o canudo.

Um pouco depois das 10 h da manhã de um sábado cinza e chuvoso em Joinville, é claro, podemos acompanhar uma cerimônia de colação de grau deslumbrante. Desde a hora da entrada dos formando até o final da cerimônia com os chapéus voando no palco, tudo correu lindamente. Podemos rir e chorar; suspirar aliviados por vê-lo emocionado receber o seu diploma ao som do seu preferido U2 na música "Beautiful day".

Estávamos tão maravilhados que nem lembrávamos que ainda precisaríamos voltar para Curitiba para começar a nossa festança particular. É claro que o Marcelo não abriu mão do churrasco; só precisava chegar em casa para começar a colocar fogo na churrasqueira.

Um pouco depois do meio dia entramos todos nos carros e pegamos a estrada de volta. Felizes e famintos queríamos chegar logo em casa. Faltando uns 40km para chegarmos o trânsito na rodovia 101 parou. Nos olhávamos meio descrentes... Mudos... Apenas ouvindo o som das barrigas roncando. Decidimos então parar num restaurante de um posto de gasolina para enganarmos o estômago.

Descemos então, as margens da 101 vestidos como se estivéssemos indo para um baile. Entramos no lugar e parecíamos extraterrestres. Devoramos todo o estoque de pastel, coxinha e pão de queijo do local e seguimos o nosso rumo. O churrasco era a nossa meta agora. Depois do canudo, só a carne e a cervejinha gelada.

Precisei ainda da estrada ligar duas vezes para a confeitaria que entragria o bolo na minha casa ás 16h para desmarcar o combinado. Não tinha certeza se estaríamos em casa nesse horário. E foi ás 16h05 minutos que adentramos o recinto. Nos espalhamos para desmanchar a produção, enquanto meu sogro se trancava em um dos quartos. Joga a chave pela janela, corre para buscar a chave de fenda porque a chave não vira. Tira a porta do lugar, salva o sogrão, devolve a porta para o lugar, coloca o fogo da churrasqueira.

Ufa... Entramos no carro novamente para buscar o bolo e engambelamos a fome com amendoins super coloridos. Petiscos de linguiça, salada de maionese especial, carne pronta e servida. Chuva caindo para encerrar o dia. Ás 19h estávamos todos em volta da mesa confraternizando enfim a formatura.

A família voltou para Porto Alegre domingo de manhã. Nós, eu e o Marcelo, encerramos mais um ciclo. O dia foi corrido e cansativo, mas aproveitamos cada segundo dele satisfeitos pelo sonho alcançado. O caminho até aqui foi longo e desgastante, mas, tenho certeza que passaríamos por tudo novamente. Tudo que acontece na nossa vida tem um significado e uma razão de ser... Hoje o mais importante é saber que ele conclui a transição de formando para formado.

Para o Marcelo ouvir todo aquele discurso de recém formado é meio estranho. De todas as dificuldades que acontecem no início da carreira e de uma nova profissão. Para o Marcelo não há mais o medo do começo e as expecatativas da descoberta. Durante os 9 anos de faculdade viveu na prática no seu trabalho tudo que estudou... Pois é certo que a faculdade não ensina tudo, a experiência acrescenta mais, porém, hoje com o canudo na mão parece que tudo faz mais sentido. Estar formado não é o fim, mas o recomeço de uma jornada que ainda vai nos proporcionar muitas alegrias.



Bjus!

domingo, 2 de outubro de 2011

Formatura - Parte I

Há nove anos na cidade de Santo André meu marido Marcelo prestava vestibular para o curso de Administração de Empresas. Lembro-me como se fosse hoje de toda a ansiedade e expectativa que rondavam esse momento. Ele já havia decidido começar a faculdade meio tarde, com 28 anos, visto que o “normal” é ingressar logo após o término do ensino médio, mas isso não seria empecilho para alcançar um sonho.


Já naquela época, no início da faculdade, ele já trabalhava na área que estudava e o curso viria para agregar conhecimento obviamente e mantê-lo no mercado de trabalho. Porém, tudo que levaria aproximadamente quatro anos para terminar, para ele levou nove. Isso mesmo... Quase uma década persistindo uma mesma meta.

É claro que essa rasteira do tempo não foi por desleixo ou por falta de capacidade, mas por questões geográficas. A nossa vida cigana, o pular de cidade em cidade atrasou o “andar da carruagem”. A cada transferência, a cada nova instituição de ensino ele perdia tempo. Precisava cursar disciplinas que já haviam sido estudadas, acrescentar cargas horárias á outras, trabalhos e provas extras.

Foram bons anos dedicados a mudanças de turmas constantes; professores que entendiam as faltas e outros que infelizmente não compreendiam a correria que o trabalho exigia. Na verdade, desde o início o Marcelo foi um aluno atípico. Para ele o desenrolar da faculdade sempre foi diferente... Como deve ser para muitos outros, para muitos que na mesma situação também lutam diariamente para concluir o curso escolhido.

Até eu fui envolvida em toda essa brincadeira séria. Precisava correr com papéis e documentos para conseguir transferências e dar aquele suporte em trabalhos e pesquisas. A família toda absorveu o dilema. Durante esses nove anos todos nós também queríamos o final, a formatura, o dia para suspirarmos aliviados diante do dever cumprido.

E o dia chegou! Sim... Sábado dia primeiro de outubro ele se tornou Bacharel. Recebeu todas as homenagens numa cerimônia linda e inesquecível. Tudo deu certo, porém assim como todos os anos que antecederam esse dia, outras “indiadas” nos aguardavam na reta final. Mas isso fica para outro post... Amanhã continuaremos essa história!

Bjus, até!