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quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu espero... Que ninguém espere nada de mim e tenha apenas o que eu quiser oferecer!


Desde sempre eu questiono as minhas expectativas e aquelas que colocam em mim sem aviso prévio. Todas as projeções e planos que inevitavelmente a vida me instiga a fazer e que as pessoas que me amam e me admiram também criam sobre o meu futuro.
Na verdade, quando eu era criança e adolescente sentia mais esse peso. O peso de carregar nos ombros todo o sucesso que o mundo me reservava. O fato de me dedicar aos estudos só aumentou a espera pelo topo, todavia o medo de fracassar sempre foi uma preocupação, menos por mim, mais pelos outros.
Eu admito que tenha uma vida bem diferente daquela que eu planejei ter aos 18 anos, mas conquistei outros tesouros até então não valorizados por mim. Na minha equivocada tentativa de ser perfeita descobri nas reviravoltas da vida que com muito mais simplicidade, com sonhos bem mais acessíveis poderia ser feliz... E sou!
Eu deixei que as expectativas que caiam sobre mim tomassem outros rumos... Elas ainda perduram agora sobre o presente. Dizem por aí que sou dona de um casamento e uma família perfeita. Mentira! Tenho um relacionamento muito estável e cercado de amor e uma filha repleta de qualidades, contudo, não somos perfeitos. Aprendemos dia-a-dia a lidar com os defeitos um do outro; respeitar espaços e silêncios. Somos amigos, parceiros e amantes, é claro. Minha filhota é simpática por natureza, inteligente e carinhosa, porém, muito teimosa, orgulhosa e inquieta. Não posso negar que temos um quadro de sucesso, mas para isso nos apoiamos e principalmente nos doamos constantemente sem perder a identidade.
O que as pessoas pensam de mim ou planejam a meu respeito já deixou a muito tempo de rondar os meus pensamentos. Não me preocupo mais tanto em tentar agradar e ser o que gostariam que eu fosse.  Eu sou o que escolhi ser... Por conta própria, com méritos e sem eles também.  Não sou nenhuma santa, nenhuma “Madre Tereza”, mas tenho plena consciência das boas intenções que eu carrego.
Com certeza o mais difícil não seja mostrar para os outros que suas opiniões e suas expectativas não sejam o principal, mas aceitar de nós mesmos que alguns caminhos podem ser diferentes. Que algumas escolhas podem dar certas e outras erradas. Que ao invés de olharmos para trás treinássemos mais a direção de hoje que nos leva para frente.  Não há dúvida que o mais difícil seja olhar para dentro. Descobrir e aceitar as deficiências e acreditar que estaremos sempre prontos para recomeçar.
Nós somos tão exigentes com as pessoas porque colocamos nelas todas as expectativas que esperamos receber. E não obtendo o retorno do que idealizamos achamos que fomos injustiçados. Precisamos ser sem esperar ter. Doar-nos sem esperar uma recompensa. Ser amigo sem esperar o ombro na dificuldade. As pessoas nem sempre estão preparadas e dispostas para serem tudo que gostaríamos que elas fossem...
A minha expectativa para o futuro? Que você cuide da sua vida e eu cuide da minha... Que cada um de nós seja o dono das suas verdades. Que a gente viva com menos cobranças e com mais suavidade e que ao invés de planejarmos demais tenhamos tempo de aproveitar o agora. Talvez essa seja a nossa única certeza...
Bjus!




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um Guerreiro Cansado

Eu tenho uma teoria... Quando as coisas dentro de casa começam a estragar, é a casa te mandando embora. Na verdade, essa teoria serve muito para mim que fico pulando de galho em galho. Que volta e meia muda para um novo lugar.

Nos últimos dias eu me sinto como se a minha casa estivesse dando adeus, não querendo mais a minha companhia. Primeiro é a tomada do forno elétrico que não aguenta a pressão. Depois a lâmpada do lustre da escada e uma atrás da outra as lâmpadas do ático que queimam sem aviso prévio. Com aviso só a fluorecente da cozinha que já começou a piscar. Sem falar na lâmpada do banheiro que já troquei e a da sala que precisava de um aperto. Para completar a má fase só a quase inundação da máquina de lavar roupas e da caixa d água no último final de semana.

Talvez a elétrica da casa seja bem franzina ou os anjos estão testando a minha paciência. Você pode me dizer que isso são problemas rotineiros e que todo mundo está sujeito a isso, mas minha experiência diz que a casa está me expulsando. Da última vez que passei por esses perrengues, tipo a minha cuba da pia caindo e inundando a cozinha, mudei-me em seguida de Joinville para Curitiba. Sinais?

Há uma frase do Roberto Shyniashiki que diz assim: "Às vezes os problemas são sinais de que chegou a hora de o guerreiro iniciar uma nova batalha". Tudo está no olhar que damos para os problemas. Em como o administramos e colocamos nos nossos dias. De repente as minhas simples lâmpadas queimadas sejam a gota d água. Seja o meu modo de dizer que preciso da mudança. O momento certo para seguir em frente.

Não há como afirmar que todos os meus imprevistos domésticos não sejam coincidências das minhas moradias de aluguel. Eu prefiro acreditar que são sinais de recomeços. Essa vida inquietante que escolhi viver me trás muitos benefícios e alegrias, mas também muitos contratempos e saudades. Não há dúvidas que chegou a hora de estacionar. De olhar para um mesmo lugar e fixar moradia... Uma minha de fato. Que me dê prazer em consertar torneiras, tomadas e qualquer coisa quebrada.

Por enquanto, que ainda estou lutando contra a casa, vou estocando lâmpadas, lanternas e preparando o rodo. Quem sabe assim, precavida, eu possa planejar o fim sem deixar de viver o meio. Porque nada é tão ruim que não possa ser repensado. Se já pensou, tentou e lutou e mesmo assim não deu certo... É o sinal para bater a porta e ir embora!

Bjus!!!