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domingo, 9 de dezembro de 2012

Fantasias Reais

Nessa minha odisséia nos últimos dias de apresentações da Mari no ballet e na escola pude viajar num mundo de imaginação e fantasia que estava sentido falta. Numa liberdade e alegria que contagiam desde a ponta dos dedos das mãos até a ponta dos dedos do pé.

Na voz da diretora da escola da minha filha ouvi uma frase que prometo carregar ao longo da vida e espero que ela me incentive a continuar acreditando em contos de fadas reais. Em como é possível viver sonhos encantados no nosso dia-a-dia.

" Todos nós já fomos do era uma vez a felizes para sempre algum dia na vida."

Nossas histórias são como os números, assim dizia eu para a Mari: Infinitas! Talvez na vida adulta o nosso "era uma vez" possa ter cara de recomeço. Os personagens, príncipes e vilões possam ser diferentes da primeira história. Da segunda ou da terceira. Somos capazes de viver várias. Em cada uma delas há o seu "felizes para sempre", ou pelo menos um "felizes enquanto durou".

O legal de trazer essa magia da infância para a vida adulta é poder compartilhar toda a suavidade e positividade que ela nos proporciona. É ter consciência da dureza da vida, das suas dificuldades e rasteiras, mas acreditar que tudo pode ser resolvido e aproveitado. Não um final feliz lá num futuro remoto, mas um hoje cheio de expectativas... Um presente feliz!

Somos capazes de viver essa fábula? De sermos mais fortes e perseverantes todos os dias? Acho que somos sim... Não somos reis e rainhas e nem vivemos em castelos. Nosso sapato de cristal provoca alguns calos e nossos amigos duendes algumas vezes nos deixam na mão, porém está na nossa essência deixar-nos contagiar pela emoção.

O fato de sermos de carne e osso não deixa o nosso livro ser fechado... A não ser pela morte nossa única questão inevitável... Mas até para ela nosso livro tem capítulos especiais. O nosso coração pulsante dita o ritmo das nossas escolhas e dos nossos finais. Finais provisórios; finais equivocados; finais conscientes ou não. Alegres ou doloridos. Hoje ou amanhã.

Nessa nossa história de vida somos ogros, burros falantes, caçadores de lobos, meninas levando doce para a vovózinha, bruxas malvadas, princesas encantadas, bonecos de madeira... Somos todos durante todas as fases da nossa existência. Ora mocinhos, ora bandidos... Ora acertamos em cheio nossos objetivos, ora quebramos a cara.

Quando crianças vemos tudo belo porque precisamos acreditar que tudo pode dar certo. Se já pequenos descobrirmos que o mundo não é tão cor de rosa choque, talvez não tenhamos a força necessária para encará-la. Junto com os "nãos" de nossos pais vamos criando o nosso livro, nem tão perfeito, nem tão imperfeito. Um passo atrás do outro até fecharmos os olhos de vez... a nossa fábula pode ser aperfeiçoada!

Não precisamos cair numa toca de coelho para encontrarmos personagens surpreendentes. É só olhar para os lados, em vias e lugares que pessoas diferentes e inusitadas podem entrar em nossa vida. Algumas amaremos até o fim; outras nos ensinarão algo e partirão; outras nem precisavam cruzar o nosso caminho... Faz parte de experimentarmos! É bem longe do buraco do coelho que podemos viver a nossa felicidade.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Pulso

Enjôo, vômito e azia... Até parece um trecho de uma música antiga do Titãs, mas é apenas meu estado gestacional do momento. Já recebi inúmeras dicas de mulheres amigas como suco de limão, chá de gengibre ou apenas gelo na boca para aliviar tais náuseas. O que elas esquecem é que cada mulher na gravidez reage de uma forma diferente a todos esses paleativos.

A barriga ainda é imperceptível, a não ser é claro quando a coloco para frente para poder usar meus direito nas filas prioritárias. O choro já é fácil e descontrolado e a cintura já esboça uma nova geometria... Meio quadrada! Os palpites também estão com tudo: Uns dizem que estou com cara de quem vai ter uma menina... Outros já até sonharam comigo carregando uma linda guriazinha. O papai acha ser um menino e a Mari diz que ficará feliz independente do que for...

Ontem foi um dia muito duro. O enjôo me pegou de jeito e passei a maior parte do dia deitada sendo fiscalizada pelo Marcelo e pela Mari. Não sou mulher de manhas, mas confesso que ontem me permiti entregar-me ao meu estado "estou grávida e enjoada, então eu posso não fazer nada". Difícil assumir tal papel quando já se tem um filho esperando pela sua atenção, mas até as super mães precisam as vezes descansar.

Viver com todas essas transformações hormonais e corporais não é fácil. Só uma mulher para aguentar mesmo. Durante nove meses somos bombardeadas de emoções e sensações que para quem nunca viveu esse momento é difícil de explicar. Uma mistura de alegria, medo e ansiedade. Uma vontade louca de sair gritando em alto e bom som: Eu estou grávida!!!!!

Diferente dos homens, pais dos nossos filhos, nos tornamos mães nove meses antes que eles. A ficha desses caras só cai mesmo quando ouvem o choro do bebê ao nascer. Quando encontram nos olhos do pequeno ser um pouco de si mesmos. É a natureza perfeita exercendo seu papel. Quem os carrega tem o direito de sentí-lo antes!

O pulso ainda pulsa! Dizia Arnaldo Antunes... Loucura pensar que uma pessoa está se formando dentro de outra. Que já existe um coração a pulsar e que em breve terá membros definidos. Olhos, boca, nariz, orelhas. Que no final de tudo, no dia do parto, ao sair de dentro do ventre chorando pelo medo de perder seu espaço tão quente, verá no primeiro contato com sua mãe, a segurança para a vida inteira. Não há câmera digital ou filmadora tridimensional que registre com tanta veracidade esse momento. Arrisco em dizer que não há nessa vida momento mais especial e único que esse: O nascimento dos filhos!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Debaixo das asas de uma mãe!

Eu sempre quis ter filhos. Sempre foi um sonho e um objetivo de vida. Muito mais que isso talvez... Construir uma família feliz!

Depois de conhecer o Marcelo e alguns anos depois engravidar da Mari, todos esses sonhos passaram a se tornar realidade. A família estava ali... Moldando-se, ajeitando-se, amando-se!

O projeto do segundo filho também esteve sempre presente, mas confesso que por muitas vezes pensei na grande responsabilidade de ser o caminho de mais um ser. Mais uma vida que chora e clama por saúde, educação, atenção e amor.

Nesses devaneios e questões que levantava a mim mesma sempre me perguntava se seria capaz de amar um novo filho da mesma forma que amo o primeiro. Como esse amor seria dividido, medido ou demonstrado? Foi ao pegar o resultado positivo da segunda gravidez que já pude colher as minhas respostas.

É o mesmo amor, a mesma emoção, o mesmo tic tac pulsante do coração descontrolado que ao mesmo tempo que bate acelerado de emoção grita de alegria. O mesmo frio na barriga, o mesmo desejo de ter tudo pleno e perfeito.

Talvez agora esperando outro filho as minhas preocupações sejam um pouco diferentes. Não tenho mais aquele medo de uma mãe de primeira viajem imaginando as noites em claro; o primeiro banho; os choros de cólica, o parto por si só. Já passei por tudo isso. A vida e a Mari já me ensinaram que o sangue materno corre em mim e sou capaz de lidar com essas peripécias naturais da vida maternal.

O que agora percorre os meus pensamentos é a nova rotina que se instalará com duas crianças ao meu redor. As manhas de um; as dúvidas de outro. A vida familiar que mais uma vez se modifica e busca felicidade.

Diferente da primeira gravidez que éramos dois somente, eu e o Marcelo, agora eu tenho a irmã radiante de alegria e já cheia de dengos querendo participar de tudo. O beijo na barriga ao acordar; o abrir dos presentes; as perguntas sobre tudo que acontece comigo aos seus olhos.

Ainda estamos no início dessa linda caminhada. Muitos planos, sorrisos e choros vão nos acompanhar até o final. No momento só posso dizer que ver a minha família crescer me faz sentir especial e privilegiada. Não sei ainda se é príncipe ou princesa, mas nada disso importa para mim que estou redescobrindo o prazer de carregar no ventre mais um anjo e que debaixo das asas de uma mãe, o amor, além de incondicional é incomparável e grande demais.

Bjus!!!

 

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Super Homem e Mulher Maravilha de Cabelos Brancos

Quando éramos crianças queríamos crescer rápido... Ter 16, 18, 20 anos e sair pelo mundo donos de si. Quando alcançamos essas idades e agregamos todos os compromissos e responsabilidades que a maturidade proporciona desejamos voltar a ser crianças.

Queremos as brincadeiras, as manhas e choros. O colo de quem nos ama e cuida; a possibilidade se sermos no futuro o que quisermos. De repente podemos deixar para trás as espinhas da adolescência e as inseguranças das respostas ainda não entendidas, mas queremos todod o resto.

Queremos os diários rabiscados de paixão; as festas na garagem; a voz do Paulo Ricardo embalando as nossas reuniões dançantes. O cheiro do brigadeiro pela casa anunciando a festa; as roupas sujas denunciando um dia inteiro brincando na rua.

Queremos o tombo da bicicleta após tirar as rodinhas; a alegria de ler e escrever a primeira frase. Furar as ondas do mar; piquenique no zoológico; sorvete sem remorço; histórias antes de dormir; banho de chuva; futebol no campinho de areia; álbum de figurinha; coleção de bola de gude.

Queremos a comida pronta quando chegamos da escola; as briguinhas com os irmãos; o sorriso descontrolado de alegria. Não queremos os sermões e os castigos, mas queremos todos os brinquedos que nossa época não nos proporcionou.

Queremos as apresentações de escola; as músicas dos nossos personagens favoritos. O parabéns cantado pela Xuxa; O desfilar pela casa com o sapato alto da mãe. O amigo imaginário; O pensamento doce esperando o Coelho da Páscoa; a magia que rodeia o Papai Noel.

Queremos e não queremos muitas coisas que fizeram parte da nossa infância, mas continuamos sem perceber tentando transformar em realidade todos os sonhos que plantamos naquela época. Alguns deles modificamos durante a caminhada, outros seguimos ao pé da letra.

Nós ganhamos sinais no rosto e fios de cabelos branco e continuamos ainda sem entender porque perdemos toda aquela pureza juvenil. Tudo bem, perdemos porque precisamos ser fortes para encarar a vida adulta, mas não podemos ser tão duros sempre. Os meninos e meninas que fomos um dia continuam dentro de nós. Precisamos acioná-los de vez em quando para nossa vida voltar a ter aquele tom do passado.

Vez e outra devemos viver o colorido da infância. Voltarmos a ser crianças com os nossos filhos e com os nossos sorrisos. É claro que não vou sair fantasiada de princesa pela rua, mas posso me imaginar sendo uma por trás de todo o brilho do meu batom e dos meus acessórios. Pela forma divertida e bem educada que eu trato as pessoas. A brincadeira também nos ensina a sermos adultos leves e bem humorados. O tempo não volta, mas podemos transformar o presente na nossa melhor fase.

Um beijo para a minha filhota Mariana... A pessoainha que me faz lembrar todos os dias da minha infância e que enche a minha casa e o meu coração de alegria. Te amo demais!!!!!

domingo, 30 de setembro de 2012

Um salve para o Nadismo!

Não há como não valorizar um passeio no parque num dia ensolarado; uma viagem com a família para a praia; uma festa com churrasco com os amigos. Não há como duvidar que todos esses eventos reabastecem a alma e recarregam as energias. Porém, em dias de chuva ou nos de sol também... Naqueles dias de intenso frio ou de incessante calor... Nada melhor também que praticar o NADISMO!

O esticar até mais tarde o sono na cama. O café da manhã na hora do almoço, o almoço no início da tarde. O abrir de boca constante no dia, o cochilo no sofá, o apertar consecutivo no controle remoto. Um filme despretencioso, uma pipoca doce, uma música calmante. Um banho para espantar a preguiça, um chocolate para despertar a alegria. Uma roupa frouxa, os cabelos soltos e a cara limpa.

Na verdade, o melhor do não fazer nada por um dia é livrar-se dos compromissos e das responsabilidades diárias. É esquecer do horário, da rotina, dos problemas e tudo mais que nos cerca. Se tiver fome, come... Se tiver sede, bebe... Se tiver sono, dorme... Se quiser sentar, deitar, rolar ou brincar... Tudo pode!

E acredite que há gente nesse mundo que se sinta culpada... O remorço do ócio. O se achar inútil, improdutivo, fútil até. Tudo bem que não estando de férias, o nadismo constante pode ser sinal de alguma doença mais grave. O "entocar-se" constantemente não é saudável para o corpo e nem para a mente, mas esporadicamente, não há nada de errado deixar de produzir.

Bem pelo contrário eu poderia dizer. O nadismo bem executado, áquele que você permite-se aproveitar a solidão e a sua própria introspecção, pode desencadear respostas e novos caminhos; pode libertar o choro, acalmar o coração, desencadear a saudade, explodir todas as emoções. Tudo bem que nem sempre poderemos praticar o nadismo sozinhos. Há os filhos, os companheiros e todas as outras pessoas que fazem parte das nossas vidas. Seria talvez uma boa hora para dedicar-se á família, para juntos aconchegarem-se no sofá e repartirem uma conversa.

O papo de hoje é de repente uma tentativa minha especialmente de procurar o interior. Não é um culto á solidão, mas uma ressalva de que mesmo alegres e sorridentes precisamos entender o silêncio. A palavra é importante e o compartilhamento de momentos é fundamental para crescermos e agregarmos valores, porém, não há como doar e receber energia sem entender-se primeiro.

Estar só não significa estar triste, bem como escancarar sorrisos não é sinônimo de alegria plena. Talvez o nadismo de vez em quando nos permita ser o que podemos ser naquele momento. Sem regras, sem exigências, sem extravagâncias. Enfim, nada também é bom!


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Controlando o Tempo

É difícil esperar pelo tempo... É complicado acreditar que tudo tem sua hora certa para acontecer, mas quando acontece todas as dúvidas e questionamentos ganham explicação. O sol radiante depois de uma tremenda tempestade tem todo o valor do mundo e apaga todo o cansaço da espera. A gente nem lembra que viveu tristezas. O gostinho da felicidade é tão doce que preenche toda a alma.

Talvez essa sensação de vitória esteja também relacionada com as fases que passamos na vida. Os momentos que se modificam; as prioridades que se alteram; a maturidade alcançada. Se dividirmos nossa vida em décadas perceberemos essas transformações. Até os 10 anos estamos descobrindo o mundo; Dos 10 aos 20 nos achamos melhores que todos e partimos para ser livres; Dos 20 aos 30 começamos a lutar pelos nosso sonhos; Batalhar, sofre, amar, chorar e sorrir. Dos 30 aos 40, e só posso falar até essa fase porque é nela que me encontro, começamos a colher os frutos da jornada. Os filhos, as realizações, os desejos.

Não sei ainda o que acontecerá na próxima década, mas posso dizer que viver todas as fases com clareza ajuda a entender os percalços e as conquistas da vida. Quando deixamos de ser meninos e ganhamos um pouco de experiência aprendemos a ter menos dúvidas e mais certezas. Passamos a enxergar nas dificuldades da vida o ensinamento que tanto nos dizem ter. E a saborear as alegrias com muito mais fervor.

Algumas vezes podemos até nos sentir mais cansados, mais duros e mais descrentes, porém, começamos a viver somente o que realmente importa para nós. Relevamos mais, perdoamos mais, remoemos os problemas menos. Ou tentamos mais, pelo menos. Valorizamos mais o simples e aprendemos a curtir cada minuto do dia com mais entusiasmo.

Toda essa história é para dizer que o meu momento, depois de muitas turbulências, começou acalmar... A tomar o rumo que eu gostaria... Essa sensação de controle dos sentimentos e de sonhos tomando forma, muito mais que aquecer o meu coração me impulsionam a querer mais. A bater o pé nas minhas convicções, a lutar por tudo que eu acredito ser melhor para mim e para quem eu amo.

Essa maturidade tanto desejada nos passar de fases aos poucos me dá paciência para entender o tempo. Para controlar a ansiedade e desfrutar do hoje. Para continuar projetando o futuro sem esquecer de tudo que posso colher agora para usufruir depois. É claro que vez ou outra o tempo parece parar devido tanta vontade que temos de acelerá-lo, todavia existe sempre o outro dia para nos deixar mais calmos.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Larvas


Estava eu e o Marcelo num bar alternando papos com mordidas de um suculento hambúrguer quando pintou a conversa sobre maturidade. Na verdade, tudo começou quando nós dois, já cansados, depois de uma semana intensa analisando e decidindo novos projetos lembramo-nos de quanto era bom e fácil ser adolescente e ainda assim reclamávamos.

Trouxemos à tona as lembranças de quando morríamos porque precisávamos estudar para uma prova ou quando nossos pais nos negavam alguma coisa ou alguma balada. Quando a nossa única responsabilidade era acordar cedo para ir á escola e pensar no que faríamos no vestibular.

Tudo bem que decidir tão novo o que se fará pela vida inteira não é tão fácil assim, mas quando crescemos, não só de corpo, mas de cabeça descobrimos que podemos ser muito mais do que planejamos na adolescência e que sonhos podem ser modificados, alterados, melhorados, ajeitados e quantos mais “ados” forem necessários.

É claro que a vida adulta tem seus encantos. É maravilhoso ser independente e ter muitas questões resolvidas dentro da cabeça. Porque nada mais chato que ter as dúvidas existenciais do adolescer. Nada melhor que sentir-se confiante e amado. Tem gente que mesmo depois da experiência ainda procura tudo isso, mas aprendeu também que a vida aos poucos se incrementa.

Já no carro, voltando para casa, quase duas horas da madrugada, com saudade da disposição da juventude ouvimos no rádio uma música que fechou com “chave de ouro” toda a nossa conversa. Aquela música que tocava no rádio, lá pela meia noite, quando já deitados chorávamos por um amor não correspondido.  Foi impossível não segurar a gargalhada e soltar um suspiro de nostalgia. A saudade de uma fase única que passa tão rápida e deixa marcas eternas.

E é assim mesmo que a vida se apresenta para todos nós. Cheia de fases e momentos diferentes que nos transformam. Vivemos o passado, o presente e aguardamos o futuro, como diria Raul Seixas, em constante “metamorfose ambulante”. A inocência dá lugar a maturidade e quando rimos da nossa ingenuidade do passado, lembramos que precisamos do tempo para seguir em frente. De repente, deixamos para trás um pouco de toda alegria sem medida que tínhamos ás custas de um crescimento e de uma responsabilidade exigida pela sociedade... Porém, podemos dar espaço a essa criança que insiste em rodear os nossos dias. Não precisamos voltar a usar fraldas, mas podemos pedir colos e sorrisos. A vida madura só tem sentido se trouxermos para ela as coisas boas das fases passadas.  Se depois de larvas nos transformarmos em felizes borboletas!
 
Segue um vídeo de uma música que embalava a minha madrugada...


Bjus!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uma pilha de potes no meu caminho...


Imagina um supermercado com suas pilhas de alimentos no meio dos corredores ornando o seu interior. Com isso em mente pensa numa pilha de potes de queijo parmesão ralado entre o setor de frutas e verduras e as carnes. Agora me visualiza empurrando um carrinho pesado tentando fazer a curva em volta dessa pilha. Sabe dominó quando você empurra uma peça e todas as outras caem junto? Foi assim mesmo que aconteceu ontem comigo no supermercado... Um estrago nos potes de queijo ralado... E o barulho? Todos os olhos do recinto pairavam sobre mim e foi impossível não me sentir a ré da vez.

Um funcionário muito simpático correu para me ajudar e me tranquilizou: - A senhora não se preocupe que eu arrumo tudo, essas coisas acontecem! Pronto, meu herói do momento! Coloquei alguns potes no lugar, empinei o corpo e continuei as compras como se nada tivesse acontecido.

Somente mais um desastre de supermercado igual quando você tira uma laranja do lugar e outras 2, 4 ou 6 saem rolando pelo chão. Ou quando atropelamos o calcanhar de alguém com o carrinho; ou quando sujamos os dedos pegando um iogurte com a tampa violada, ou a água sanitária que não está bem fechada ou o previsível saco furado de açúcar. Mais trágico que a minha pilha destruída de queijo ralado, seja talvez deixar cair um vidro de conserva de azeitona, ou pepino, ou geleia e provocar aquela sujeira no corredor.

Pior de repente do que todas essas enrascadas seja a hora do caixa. O valor descomunal que aquela minúscula tela insiste em nos mostrar. Porém, nada se compara com o trabalho cansativo e repetitivo que uma simples ida ao supermercado proporciona:

 - Arrumar uma vaga que não seja para idosos. Desculpa-me os mais experientes, mas me parece que todo o estacionamento virou prioritário;

- Encontrar um carrinho que não faça muito barulho e que deslize pelos corredores sem travar;

- E o início da saga: Tirar os produtos da prateleira... Colocá-los dentro do carrinho... Tirá-los do carrinho... Colocá-los na esteira do caixa... Colocá-los na sacola... Colocar as sacolas de volta para o carrinho... Tirá-las do carrinho e colocá-las no porta-malas... Tirá-las do porta-malas e colocá-las no chão da cozinha... Tiras os produtos da sacola e finalmente guardá-los nos armários e geladeira.

Ufa, que trabalheira! Meu pai, muito cômodo diria que seria mais fácil fazer as compras pela internet, visto que muitos supermercados já oferecem esse serviço. Com certeza seria mais prático, mas perderíamos a oportunidade de socializar; de sair na rua; de degustar amostrinhas; de escolher frutas frescas; de pegar uma promoção relâmpago; de comprar sempre mais o que tem na lista; de enfrentar uma fila; de esbarrar com alguém conhecido; de deixar o carro para lavar no estacionamento do “super”; de destruir pilhas de potes e tal.

Eu confesso que gosto de ir ao supermercado, porém sei de todo o caos que ele me proporciona também. Os pequenos incidentes como o meu ontem são normais. Ainda mais eu tão acostumada a cometer gafes. Tudo bem sou o retrato completo da mulher que cuida de tudo e de todos. A supermãe, esposa e gerente do lar. E ainda há quem diga que eu não faço nada.  E isso que a pilha de potes destruída é apenas um aperitivo de todas as dificuldades que o trabalho de casa proporciona. Quer tentar?
Bjus!!!
 

 

sábado, 11 de agosto de 2012

Não é Super Herói, mas me ensinou a voar...


Hoje uma amiga postou em uma rede social coisas que lembravam seu pai que já partiu. Fiquei emocionada lendo atitudes tão simples praticadas por eles. Evidentemente lembrei-me do meu pai, o seu Dudu, e de mais um dia dos pais que vai faltar aquele abraço. Tudo bem, ele sabe o quanto o meu pensamento e todo o meu amor vão preencher o seu coração amanhã e em todos os outros dias do ano.

Meu pai nunca foi àquele cara muito social. De levar para a praça, para o parque ou para a praia. Não me lembro de férias ao seu lado, mas lembro da sua presença em momentos cruciais da minha vida. Quando me mandava levar o cheque na secretaria para pagar a escola; Quando ficava sentado no carro ao meu lado esperando a hora do sinal bater;  Quando esquecia eu e a minha mãe na porta do supermercado porque seguia direto para casa; Quando me dizia que não precisava de outra boneca ou quando me perguntava se o tênis novo era para a escola.

Ele não me deixava dormir aos sábados até tarde porque precisava aproveitar o dia; Fazia cara feia se não sentássemos os quatro ao redor da mesa para compartilhar uma refeição. Gostava de receber as minhas cartas e os meus cafunés. Não entendia porque eu limpava seus beijos babados e porque minha voz tão fina e minhas danças tão extravagantes preenchiam a casa. Ele me ensinou a dirigir e a não dirigir; a fazer comida; bater um prego na parede e a importância de uma cola, fita e "durepox" na rotina de uma casa.

Meu pai não gostava de festas e badalações. Nos meus aniversários estava sempre lá, mas sua enxaqueca também. Não conseguiu me tornar colorada, mas me ensinou a gostar de futebol. Ele não me levava para tomar sorvete, porém me ensinou quase tudo sobre a vida. Aprendi com ele a ser forte e independente; corajosa e opiniática. Ele me deu desde pequena o maior presente: A confiança!

Com meu pai eu aprendi a não deixar nada para depois e a quebrar a cuca para resolver um problema e que muita coisa pode ter concerto. Com ele eu aprendi que educação é a melhor herança para se deixar para os filhos e que família é algo sério e complicado.

Eu aprendi com o meu pai que ser mulher é ser especial e que o meu irmão deve ser sempre o meu maior parceiro. Que o dinheiro vem e vai e que as dores e as doenças só são maiores que nós quando não a enfrentamos. Eu aprendi com ele que o tempo nos transforma... Que a vida pode nos mostrar milagres e que a sorte anda sempre ao meu lado.

Hoje, mesmo já sendo uma mulher feita e madura, ainda sinto-me a princesinha do papai. Enxergo nos seus olhos a sua admiração e o orgulho por quem me transformei. Somos muito parecidos e diferentes. Temos alguns trijeitos e algumas mesmas manias. Temos pensamentos conflituosos e visões opostas de alguns assuntos. Porém, não posso negar que corre nas minhas veias esse poder que somente ele tem de me deixar segura e acreditar em mim mais que eu mesma...

Feliz dia dos pais a todos esses caras que se dedicam a construir filhos fortes e corajosos... Um beijo especial para o meu pai... AMO-TE HORRORES!!!!




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

FIREWORK


Fui ver esse final de semana, á pedido da Mari, o documentário sobre a última turnê da cantora Katy Perry. Ela que é o sonho das adolescentes e das menininhas iguais a minha, me fez sair do cinema com uma palavrinha em mente: “FIREWORK”!

Não posso negar que curto as músicas dela e toda a alegria que ela irradia. Talvez a Mari seja encantada pelo festival de cores, perucas e roupas exuberantes que ela desfila em shows e clipes, mas, é incontestável a sua grande percepção pelo diferente que pode dar certo.

Essa música em particular, “FIREWORK”, me encanta porque ela diz que podemos ser o nosso próprio fogo de artifício. Naqueles momentos em que nada acontece, ou que a nossa vida não parece ter o rumo que gostaríamos, a Katy diz: “Você sabe que ainda tem uma chance para você? Porque há uma faísca em você... Você só tem que acendê-la e deixá-la brilhar... Porque baby, você é um fogo de artifício... Vá em frente, mostre o que você vale...”

É aquela velha história de que motivação é algo intrínseco, de dentro para fora. Muitas coisas ao seu redor podem lhe motivar e incentivar a andar para frente, porém, está dentro de nós o velho estopim, tanto comentado por mim aqui mesmo nesse diário virtual.

“Baby, você é um fogo de artifício... Vamos, deixe suas cores explodirem... Você não tem que se sentir como um desperdício de espaço... Você é original, não pode ser substituído... Se você soubesse o que o futuro guarda... Depois de um furacão vem um arco íris...”

Algumas tempestades podem durar mais tempo do que parecemos aguentar, todavia não será para sempre que as tormentas estarão nos nossos calos. Vive-se na sombra para encontrar a luz... A lágrima que escorre sobre a pele no momento de dificuldade é a armadura para todos os próximos sorrisos. Diante milhares de portas que podem estar fechadas sempre terá uma aberta. De repente está nela a sua felicidade. Está nela a sua chance de acender o pavio e estourar o seu fogo.

Encontre nas pessoas ao seu redor alavancas para sentir-se aquecido, mas não dependa somente delas para estourar. Mais uma vez... Seja seu próprio fogo de artifício... Encontre em si a coragem e a força para ser você mesmo!

Bjus!!!!

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Caminhos Pontilhados

Tem dias que eu não sei se acredito mais no destino ou nas ações do homem. Se todos tem uma sina ou se somos capazes de empurrar para frente nossos sonhos.

De vez em quando eu e todo o resto do mundo talvez parece carregar um fado. Não importa o quanto de sacrifícios e novos caminhos eu procure, volto sempre ao ponto de partida. Traço planos ou esqueço-me deles; Crio expectativas ou administro-as. De uma maneira ou outra tudo aquilo que eu acho ser o melhor anda para trás ao invés de progredir.

Há quem diga que somente Deus é capaz de decidir o que é bom ou ruim para a nossa vida. Eu acredito, mas, as vezes, para chegar no melhor é necessário experimentar outros caminhos.
É como se durante toda a vida devêssemos ser ou ter apenas uma escolha. Seja um amor, um trabalho ou um problema. Algo que nos persegue, que nos trasforma em especialistas e que, mesmo cômodo, também sufoca e exige mudança.

Parece-me vez e outra que entro numa tenda colorida num parque de diversões e me deparo com uma cigana pedindo para ler a minha mão. Nas linhas da palma ela vê a minha saga. E em todas as sinuosas curvas que a minha mão desenha aparece sempre o mesmo sonho, porém também sempre a mesma realidade que o contraria.

Será que uma bola de cristal, cartas de tarô, búzios e médiuns seriam capazes de decifrar o meu futuro? De encaixar os meus pensamentos com as possibilidades do momento e transformar os meus desejos em ações concretas? Talvez todos esses artifícios possam me iludir ou me empurrar para o meu objetivo, mas, por mais que eu lute contra os desejos de Deus e a s vontades do universo, não há dúvida que está dentro de mim todo o poder capaz de transformar o meu destino.

Está no poder do meu cérebro e nas batidas do meu coração a vontade de ser maior que qualquer sina. Que qualquer resposta negativa e qualquer pessoa que diga que eu não sou capaz. Os contratempos da vida são pegadinhas desse tal destino. Um teste para a nossa força. Não a certeza absoluta, mas a possibilidade de fazer escolhas certas.

Não é fácil tornar-se esse ser equilibrado e cheio de segurança. Há momentos que o choro e a queda são inevitáveis. Aqueles dias que dão vontade de desistir... De erguer a bandeira branca e pedir para recomeçar. De repente o recomeçar não seja iniciar do zero, mas colocar os pensamentos no lugar. Não perder a esperança, a fé nas pessoas e no poder de algo superior. Acreditar em si e contar um pouquinho com a sorte. Ter a consciência que o destino está traçado com linhas pontilhadas. Linhas capazes de trilhar novos rumos. Um dia de cada vez... Um passo depois do outro... O hoje é mais importante que o amanhã... Assim deveria ser!

Bjus!!!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Eu espero... Que ninguém espere nada de mim e tenha apenas o que eu quiser oferecer!


Desde sempre eu questiono as minhas expectativas e aquelas que colocam em mim sem aviso prévio. Todas as projeções e planos que inevitavelmente a vida me instiga a fazer e que as pessoas que me amam e me admiram também criam sobre o meu futuro.
Na verdade, quando eu era criança e adolescente sentia mais esse peso. O peso de carregar nos ombros todo o sucesso que o mundo me reservava. O fato de me dedicar aos estudos só aumentou a espera pelo topo, todavia o medo de fracassar sempre foi uma preocupação, menos por mim, mais pelos outros.
Eu admito que tenha uma vida bem diferente daquela que eu planejei ter aos 18 anos, mas conquistei outros tesouros até então não valorizados por mim. Na minha equivocada tentativa de ser perfeita descobri nas reviravoltas da vida que com muito mais simplicidade, com sonhos bem mais acessíveis poderia ser feliz... E sou!
Eu deixei que as expectativas que caiam sobre mim tomassem outros rumos... Elas ainda perduram agora sobre o presente. Dizem por aí que sou dona de um casamento e uma família perfeita. Mentira! Tenho um relacionamento muito estável e cercado de amor e uma filha repleta de qualidades, contudo, não somos perfeitos. Aprendemos dia-a-dia a lidar com os defeitos um do outro; respeitar espaços e silêncios. Somos amigos, parceiros e amantes, é claro. Minha filhota é simpática por natureza, inteligente e carinhosa, porém, muito teimosa, orgulhosa e inquieta. Não posso negar que temos um quadro de sucesso, mas para isso nos apoiamos e principalmente nos doamos constantemente sem perder a identidade.
O que as pessoas pensam de mim ou planejam a meu respeito já deixou a muito tempo de rondar os meus pensamentos. Não me preocupo mais tanto em tentar agradar e ser o que gostariam que eu fosse.  Eu sou o que escolhi ser... Por conta própria, com méritos e sem eles também.  Não sou nenhuma santa, nenhuma “Madre Tereza”, mas tenho plena consciência das boas intenções que eu carrego.
Com certeza o mais difícil não seja mostrar para os outros que suas opiniões e suas expectativas não sejam o principal, mas aceitar de nós mesmos que alguns caminhos podem ser diferentes. Que algumas escolhas podem dar certas e outras erradas. Que ao invés de olharmos para trás treinássemos mais a direção de hoje que nos leva para frente.  Não há dúvida que o mais difícil seja olhar para dentro. Descobrir e aceitar as deficiências e acreditar que estaremos sempre prontos para recomeçar.
Nós somos tão exigentes com as pessoas porque colocamos nelas todas as expectativas que esperamos receber. E não obtendo o retorno do que idealizamos achamos que fomos injustiçados. Precisamos ser sem esperar ter. Doar-nos sem esperar uma recompensa. Ser amigo sem esperar o ombro na dificuldade. As pessoas nem sempre estão preparadas e dispostas para serem tudo que gostaríamos que elas fossem...
A minha expectativa para o futuro? Que você cuide da sua vida e eu cuide da minha... Que cada um de nós seja o dono das suas verdades. Que a gente viva com menos cobranças e com mais suavidade e que ao invés de planejarmos demais tenhamos tempo de aproveitar o agora. Talvez essa seja a nossa única certeza...
Bjus!




segunda-feira, 2 de julho de 2012

Um Guerreiro Cansado

Eu tenho uma teoria... Quando as coisas dentro de casa começam a estragar, é a casa te mandando embora. Na verdade, essa teoria serve muito para mim que fico pulando de galho em galho. Que volta e meia muda para um novo lugar.

Nos últimos dias eu me sinto como se a minha casa estivesse dando adeus, não querendo mais a minha companhia. Primeiro é a tomada do forno elétrico que não aguenta a pressão. Depois a lâmpada do lustre da escada e uma atrás da outra as lâmpadas do ático que queimam sem aviso prévio. Com aviso só a fluorecente da cozinha que já começou a piscar. Sem falar na lâmpada do banheiro que já troquei e a da sala que precisava de um aperto. Para completar a má fase só a quase inundação da máquina de lavar roupas e da caixa d água no último final de semana.

Talvez a elétrica da casa seja bem franzina ou os anjos estão testando a minha paciência. Você pode me dizer que isso são problemas rotineiros e que todo mundo está sujeito a isso, mas minha experiência diz que a casa está me expulsando. Da última vez que passei por esses perrengues, tipo a minha cuba da pia caindo e inundando a cozinha, mudei-me em seguida de Joinville para Curitiba. Sinais?

Há uma frase do Roberto Shyniashiki que diz assim: "Às vezes os problemas são sinais de que chegou a hora de o guerreiro iniciar uma nova batalha". Tudo está no olhar que damos para os problemas. Em como o administramos e colocamos nos nossos dias. De repente as minhas simples lâmpadas queimadas sejam a gota d água. Seja o meu modo de dizer que preciso da mudança. O momento certo para seguir em frente.

Não há como afirmar que todos os meus imprevistos domésticos não sejam coincidências das minhas moradias de aluguel. Eu prefiro acreditar que são sinais de recomeços. Essa vida inquietante que escolhi viver me trás muitos benefícios e alegrias, mas também muitos contratempos e saudades. Não há dúvidas que chegou a hora de estacionar. De olhar para um mesmo lugar e fixar moradia... Uma minha de fato. Que me dê prazer em consertar torneiras, tomadas e qualquer coisa quebrada.

Por enquanto, que ainda estou lutando contra a casa, vou estocando lâmpadas, lanternas e preparando o rodo. Quem sabe assim, precavida, eu possa planejar o fim sem deixar de viver o meio. Porque nada é tão ruim que não possa ser repensado. Se já pensou, tentou e lutou e mesmo assim não deu certo... É o sinal para bater a porta e ir embora!

Bjus!!!

sábado, 23 de junho de 2012

Por um Mundo Dente de Leite...

Nada melhor que começar o dia com a minha melhor inspiração: Minha filha, é claro! Entre conversas e resmungos fui surpreendida hoje com mais uma de suas pérolas... As pérolas da Mari:

Uma amiga bateu na porta para convidá-la para brincar. Ela me chamou para abrir a porta e gritou:
"Calma Nathi, já vou sair e tenho uma novidade pra te contar". Eu abri a porta e ela saiu correndo abraçada na amiga dizendo: "Tu não vai acreditar Nathi, meu dente está mole"! Entre sorrisos e lágrimas dessa mãe de açúcar aqui, me bateu aquela saudade da inocência infantil. De quando éramos puros e enxergávamos beleza e magia num simples cair de dente.

Ao mesmo tempo que me orgulho de vê-la crescer e aos poucos se tornando uma menina, é impossível não esconder o suspiro profundo ao pensar na sua adolescência. No seu futuro desprendimento e nas suas asas voando soltas por aí.

Coicidência ou não assiti hoje a nova versão do filme Footloose, um sucesso de 1984. A história central do filme é a instituição de uma lei que proibe os jovens de dançar com intuito de protegê-los contra os impulsos da idade. Assistindo o filme hoje entendo o outro lado, o lado dos pais da pequena cidade que aprovaram tamanha barbaridade. Na nossa tentativa de proteger e assegurar esquecemos muitas vezes de confiar.

É claro que não podemos proibir músicas e danças. Após uma certa idade não poderemos também acorrentá-los em casa e deixá-los 24h sob nossa supervisão. É extremamente difícil para mim que ainda tenho uma filha pequena pensar nessa ruptura. Em todos os males e dificuldades que a vida adulta vai apresentar para o meu anjo. Mas, é um passo inevitável. Soltá-la vai me custar um pouco de terapia, já estou prevendo.

Hoje vê-la tão encantada com a possibilidade de perder um dente me encheu de alegria. Mostrou-me que preciso viver muito ainda essa fase de descobertas. Ainda sou vítima de muitas perguntas e de afirmações que penso registrar em cartório, como essa: "Mamãe, eu nunca vou casar... E beijar na boca, nem pensar, eca!" Com certeza vou deixar tudo anotado para ela ver o quanto a gente se transforma.

Vou ensiná-la também que é importante termos uma certa malandragem perante à vida. Que precisamos ser fortes e confiantes; obstinados e seguros, mas que a velha inocência pode ser também armazenada e injetada na vida em doses homeomáticas de sabedoria. Só será forte aquele que se manter sensível, essa é a minha premissa.

Talvez o segredo de soltar e ainda segurar alguma rédea seja o fator confiança. O plantar agora nela essa sementinha. De não ser e fazer tudo apenas para me orgulhar, mas para sentir-se orgulhosa também. De agir sabendo das consequências. O ser responsável por si e por quem o ama.

Por hora, enquanto ainda tenho tempo de curtir a infância da minha filha, vou fazendo contato com a Fada do Dente. Por que não pensa você que tudo é inocência. Melhor que perder o dente é vê-lo trocado embaixo do travesseiro por moedas, espécie de dinheiro tão valorizada pelas crianças. Ainda bem né... Daqui alguns anos esse papo de moeda não vai colar em situação alguma.

Até!!!

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nuvens de Felicidade

É a primeira vez que eu leio um livro de um autor japonês. Na verdade, é o primeiro romance do autor Kyoichi Katayama que é traduzido no Brasil. A obra "Um Grito de Amor do Centro do Mundo" é a história de dois colegas de escola que se tornam amigos e descobrem que se amam, além da amizade.

Diferente de muitos finais felizes a história fica um pouco triste quando a amada do personagem principal descobre ter leucemia. Eu, água com acúcar dos pés a cabeça ainda prefiro aquele final "E eles viveram felizes para sempre", porém, no meio de acontecimentos tão trágicos a história revela muitas facetas do amor. Um lado real de que para amarmos corremos o risco do bom e do ruim. De ter a pessoa amada até a velhice ou vê-la ir embora pelas voltas da vida. Talvez eu explique melhor a partir de uma frase do livro: "A nossa vida se torna longa e entediante quando estamos sós. Mas, quando a compartilhamos com alguém, num piscar de olhos estamos na bifurcação entre vida e morte".

Talvez também o amor esteja tão ligado a nossa felicidade. Ao fato de precisarmos de alguém para dividir as nossas conquistas e os nossos pesares. Quando estamos sós, mesmo sorrindo, a maioria das coisas perdem um pouco de cor. Em outro trecho kyoichi diz que "A felicidade era como as nuvens que se transformavam a cada momento. Ora reluziam como ouro, ora ficavam acinzentadas; nunca permaneciam num mesmo estado por muito tempo".

Porque mesmo apaixonados podemos nos sentir tristes. O amor eleva o nosso estado de espírito, mas a vida, na sua grandeza cria sempre novos propósitos. Novos sonhos; novas conquistas. Não sei se há felicidade plena. Impossível, quem sabe sentir-se realizado os 365 dias do ano. Assim como as nuvens, no exemplo tão bem colocado pelo autor, nos transformamos diariamente. É justamente essa metamorfose que torna nossa jornada aqui surpreendente. Á medida que compartilhamos essas histórias com alguém temos mais chance de sentir-nos felizes, mas, por outro lado, estamos expostos as dores das relações.

Foi impossível ler a última frase do livro e não fechá-lo sem suspirar a dor de uma perda... Uma perda de amor... O personagem perdeu seu amor tão jovem para a morte. Outros tantos perdem para outro amor; outros ideais; outros rumos. Mesmo assim, secando a lágrima da pena, entendi que o destino decide muito por nós, mas que cabe a nós também ajudar a escrever a própria história.

domingo, 17 de junho de 2012

Debaixo D´agua


Hoje eu descobri uma música do Arnaldo Antunes, mas que na voz da Maria Bethânia tocou o meu coração. Ela chama-se “Debaixo D´agua” e surgiu a partir de um sonho do artista na qual estava embaixo d água tentando respirar. A sua leitura do sonho o transportou para dentro do ventre da sua mãe.

Talvez o fato da minha mãe, depois de cinquenta dias aqui em casa estar indo embora, deixou-me sensível á música. Ela me lembrou de toda a falta que a "Dona Bia" fará nos meus dias.  A sua companhia; apoio e colo; A parceira em passeios, risadas e projetos. A falta simplesmente de tê-la por perto.

Num dos trechos mais bonitos da Canção: “Debaixo d´agua... Protegido... Salvo... Fora de perigo... Aliviado... Sem perdão e sem pecado... Sem fome... Sem frio... Sem medo... Sem vontade de voltar...” avaliei novamente o quanto a figura materna, pelo menos na minha vida, faz tanta diferença. O quanto essa relação tão natural e perfeita desde o ventre cria e nutre uma ligação inexplicavelmente tão incondicional. Esse amor que ora sufoca, mas que na maioria das vezes salva!

A presença da minha mãe ao meu lado desde que a distância geográfica nos impossibilita de estarmos próximas mais vezes é sempre muito curtida e festejada. Acordar todos os dias sentindo o seu cheiro e seu abraço simula perfeitamente essa sensação de um bebê durante a gestação. É o lugar mais seguro do mundo; o mais calmo; o mais sincero... O lugar perfeito.

Talvez  por vê-la tão carinhosa ao lado da minha filha no papel de avó e da mesma maneira já ser tão fundamental na vida dela. De ver o brilho no olhar das duas; a sua ligação; a sua disponibilidade para estar perto e principalmente junto.

Essa música tocou o meu coração por admitir que mesmo depois da independência, estar ao lado da minha mãe é sempre um presente. É sempre voltar para aquele lugar, que mesmo escuro e pequeno, era quente, acolhedor e confiável.

Agora ela precisa voltar para a sua vida e eu preciso seguir a minha... Seguir lidando com a falta e com a saudade. Falamo-nos todos os dias... Sentimos as sensações de alegria e tristeza uma da outra... É a velha ligação do cordão umbilical... Mas crescemos para o mundo... Saímos da asa e aprendemos a respirar sozinhos... Faz parte da vida!  Vai então mãe... Obrigada por vir... Melhor do que ficar chorando a tua ida é saber que logo estará de volta!

“Debaixo d´agua tudo era mais bonito... Mais azul... Mais colorido... Só faltava respirar... Mas tinha que respirar... Todo dia... Todo dia... Todo dia...”



Bjus... Boa semana!!!!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Ainda Não!


O mais difícil quando fazemos planos e eles não se realizam é manter a fé inabalável. É acreditar que Deus na sua magnitude suprema está reservando algo melhor para a nossa vida. Não há como depois de uma resposta negativa manter-se, pelo menos, nos dias seguintes a pessoa mais feliz desse mundo. Uma hora a gente descobre o porquê das coisas não acontecerem e o tempo, aos poucos, vai acalmando a alma e tocando a vida.

Porque esse é o motivo de estarmos aqui não?  Viver a vida com suas alegrias e frustrações. Aprender a tirar de cada lição; de cada rasteira e de cada “não” um aprendizado. Talvez seja nessas horas também que renovamos a nossa fé e começamos a acreditar que tudo aquilo que desejamos mesmo nos parecendo a última maravilha do mundo, talvez não seja para o nosso bem. Talvez não esteja no nosso caminho; não seja para a nossa felicidade.

Deus escreve certo por linhas tortas... Não é isso que ouvimos sempre quando perdemos alguma oportunidade? Desculpa estar colocando Deus tantas vezes nessa conversa, mas nos últimos dias ele foi muito acionado por mim. Exigi dele talvez mais que a mim mesma. Não to de mal, apenas tentando aceitar o seu “não”.

O meu estopim infelizmente não explodiu... Apenas com um sopro bem forte alguém apagou meu pavio. Ele ainda está aqui preso... Ora sufocando, ora aliviando a pressão. Eu sei que ele precisa extravasar... Libertar-se! Porém, mesmo me sentindo pronta para explodir, ainda não é o momento certo para tal acontecimento.

E o momento certo existe? Não sei responder... Em muitas decisões pensar demais e esperar demais por um momento pode atrapalhar. Mas em outras situações o momento certo aparece sozinho. Surpreende-nos com ações rápidas e concretas.

Não posso mentir e dizer que nesse momento estou radiante de felicidade. Não, estou triste, mas aliviada por, mesmo com respostas negativas, poder seguir em frente. Vou tentar mais vezes forem necessárias concretizar o meu sonho. Um de vários que ainda guardo do peito. Um de muitos que a minha fé hoje um pouco contrariada vai continuar lutando.

Assim como o tempo aqui em Curitiba que permaneceu por mais de sete dias cinzento, chuvoso e triste... Também foi a minha espera essa semana por uma luz definidora na minha caminhada. Hoje o sol apareceu e eu não consegui o que queria, mas acredito que o brilho do dia é Deus me dizendo que nada está perdido... Temos ainda muito chão pela frente... Uma hora eu vou poder explodir e gritar bem alto tudo aquilo que eu desejei e consegui!!!

sábado, 2 de junho de 2012

ESTOPIM

Ultimamente na minha cabeça velhos assuntos a cercam. Novos desafios, escolhas e amizades verdadeiras. Junto com eles todos os sentimentos que fazem parte de tais questões: Saudade, angústia, euforia, ansiedade... Na verdade, me encontro vivendo um turbilhão de emoções e sentimentos. Como se em um pequeno gesto o estopim que habita o meu interior fosse explodir sem controle.

Todo ser humano normal tem essa válvula dentro de si. Uns a seguram pela vida toda; outros a liberam com tanta facilidade que já não é mais surpresa para ninguém; e outros ainda, pelo menos uma vez na vida, a mostram para o mundo! São alegrias e tristezas; sonhos e desilusões que armazenamos, regamos e colhemos diariamente.

Todos os dias me dou conselhos. Encho-me de coragem e de otimismo. Eu procuro fazer a mim mesma o bem que eu escrevo em posts. Eu sorrio sozinha sim, mas choro também com muita tranquilidade. Não sou uma fortaleza indestrutível, tenhos as minhas vulnerabilidades, mas procuro manter-me equilibrada nas emoções.

No momento to tentando aquela velha receita de viver um dia depois do outro. De não acelerar o tempo, de não perder histórias. A dica funciona... Dá-nos liberdade para encarar os dias, mas ainda sim não acalma o estopim. Eu rezo todas as noites para que toda essa agitação seja de felicidade. Seja de degraus avançados e de respostas positivas.

Porque muitas vezes responsabilizamos Deus pelas nossas derrotas. E nas vitórias esquecemos de agradecer. Eu tenho certeza que o dedo dele está presente em tudo... Mas o merecer e desmarecer alguma coisa depende muito de nós. Das nossas atitudes, das nossas lutas, do nosso trabalho. Nem sempre nos parece justo alguma decisão, porém, ao longo do caminho descobrimos o verdadeiro significado de alguns "nãos".

Vou continuar ainda por alguns dias com a respiração acelerada e com o olhar constante para o céu. Vou sentir frio na barriga e impotência no agir. Faz parte desse momento de espera sentir todos os tremores e suores da alma. Quando o meu pavio chegar ao limite, quando ele não aguentar mais a pressão, eu prometo que conto como acalmei esse incêndio. Por enquanto vou continuar lentamente seguindo em frente... Captando os momentos simples, os pequenos sinais, a pequena mágica de viver intensamente as horas do dia.

Bjus!!!

segunda-feira, 28 de maio de 2012

POEMA: Ela e Ele


"Ela é tempestade... Ele é calmaria...
Ela é extrovertida... Ele é tímido...
Ela é falante... Ele é controlado...
Ela é gargalhada... Ele é sorriso...
Ela é impulsiva... Ele é serenidade...
Ela é medo... Ele é coragem...
Ela é segurança... Ele é aventura...
Ela é preto... Ele é branco...
Ela é calor... Ele é frio...
Ela é chá... Ele é café...
Ela é água... Ele é cerveja...
Ela é samba... Ele é rock...
Ela é doce... Ele é salgado...
Ela é despojada... Ele é casual...
Ela é lágrima... Ele é contido...
Ela é força... Ele é foco...
Ela é família... Ele também...
Ela é persistência... Ele é obstinação...
Eles são às vezes dois distintos, às vezes um só coração batendo...
Eles são apoio um para o outro... Ouvintes, cúmplices...
Eles são homem e mulher amigos e amantes...
Eles são água e óleo que nesse caso se misturam!"

sábado, 26 de maio de 2012

Toca Raul!!!!!

Ontem no show do Nenhum de Nós, aqui em Curitiba, o Teddy, vocalista da banda, antes de cantar a música "Tente Outra Vez" do lendário Raul Seixas falou sobre um assunto importante: - "Vivemos numa época que o Rock anda sem o que dizer..."

Não sei se o Rock, ou somente ele anda meio sem palavras. De repente porque em décadas atrás o rock no Brasil incitava as pessoas a refleltirem sobre seu país e suas vontades. Ainda há muito som que, além de questionar os problemas, fala conosco diretamente ao coração. Mas há também música que não acrescenta idéias, que denigre e vulgariza a nação. Essa mesma nação que compra os discos e incentiva a pobreza das palavras.

Mas podemos ir além. Podemos observar a juventude dos anos 2000 e divagar diferenças. Ao lembrar da minha adolescência e falando com a minha prima também sobre isso ontem, admitimos que na nossa fase imatura também fomos rebeldes, mas não lembro de sermos bitolados. Quem sabe a cena tecnológica que cerca esses jovens contribua para a facilidade das besteirices generalizadas. O que deveria ser ao contrário. A facilidade da informação deveria encher esses adolescentes de idéias inteligentes.

Talvez seja isso que o Teddy tenha dito ontem... Com tantas coisas para dizermos ou questionarmos ou inventarmos, parece que ainda não temos o que dizer. Falta conteúdo nas nossas entranhas. Estou generalizando o assunto porque não podemos simplesmente culpar a nova geração. Também fazemos parte desse mundo que precisa de qualidade de vida e de informação. É através das nossas idéias e dos nossos exemplos que a juventude encontra um rumo.

Quando Raul Seixas diz na canção " Queira! Basta ser sincero e desejar profundo... Você será capaz de sacudir o mundo... Vai... Tente outra vez!" é como se tivesse batendo nas nossas costas nos mostrando que o caminho está ali, na nossa cara esperando o primeiro passo. Não é fácil transformar ou transformar-se, porém é aceitável tentar.

Procurar uma voz que fale com o coração e não apenas por dizer é difícil. Pode ser a voz de alguém ou a nossa própria voz. De repente esteja aí mesmo a questão: Acharmos nossa própria voz! Aquela que ecoa dentro de nós e nos liberta. A voz que faz o bem, que deseja, sonha, luta e conquista. A voz que grita, chora, defende e reza. A voz que pensa, estuda, critica e revoluciona. A voz que evolui...

Não deixe essa voz ser apenas um sussurro em sua vida. Ser por breves momentos o bater do seu coração. Deixe essa força desabafar e invadir a seu corpo. Deixe a sua voz sair e contagiar o mundo... " Tente! E não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida... Tente outra vez!"

Segue o vídeo da música...

Bjus!!!



terça-feira, 22 de maio de 2012

De Braços e Alma Abertos

Hoje eu gostaria de compartilhar a música SUTILMENTE do Nando Reis e do Samuel Rosa, cantada originalmente pelo Skank e que eu gosto muito:

"E quando eu estiver triste... Simplesmente me abrace.
Quando eu estiver louco... Subitamente se afaste.
Quando eu estiver fogo... Suavemente se encaixe.


E quando eu estiver triste... Simplesmente me abrace.
E quando eu estiver louco... Subitamente se afaste.
E quando eu estiver bobo... Sutilmente disfarce.
Mas quando eu estiver morto... Suplico que não me mate, não... Dentro de ti, dentro de ti.

Mesmo que o mundo acabe, enfim... Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim... Dentro de tudo que cabe em ti"


Todas as vezes que eu escuto essa música me pergunto se estou percebendo as atitudes, os desejos e os conflitos das pessoas que estão muito próximas de mim. O quanto é importante ser presença para aqueles que amamos em situações distintas... Seja na extrema felicidade, seja na imensa dor.

E para isso não é necessário mirabolantes fórmulas de comemoração ou de estímulos... Pequenas formas de demonstrar que nunca estamos sozinhos. É a força de um abraço, de um beijo e até de um silêncio. É a companhia para ouvir, aconselhar ou sorrir. É a percepção de quem se gosta. Que não precisa muitas vezes de palavras, mas de atitudes... Atitudes simples e verdadeiras que evidenciam a naturalidade da convivência e da intimidade.

Estar ao lado de alguém que te ame e que te conheça. Que através do seu olhar entenda as suas emoções. Seja em relacionamentos românticos, de amizade ou familiares. Seja apenas a pessoa que tenha o "timer" certo da sua vida!

Nós dizemos que somente as crianças precisam de referências. A presença da mãe e do pai, por exemplo. Nós adultos também precisamos desse conforto. De olhar dentro dos olhos de alguém e enxergar nós mesmos. De afinar idéias e pensamentos. De querer o bem para sempre... De ser gratuitamente responsável pela felicidade alheia.

Todo mundo precisa daquela pessoa que simplesmente; subitamente; suavemente e sutilmente te carregue para o colo. Que ofereça segurança, respeito e tranquilidade. Que se doe sem interesse... Que te eleve! Todo mundo precisa de alguém que faça a alma transbordar de afeto!

Talvez hoje, no dia do abraço, demonstre para essa ou essas pessoas o quanto um gesto tão simples pode extravasar tanto sentimento... É fácil demais; de graça e não fere ninguém!!!

Segue o vídeo da música...




Um abração!!!!

domingo, 20 de maio de 2012

Caça Fantasmas!

O dia começou sendo um típico sábado cinzento em Curitiba. O sol aparecia encabulado por entre as nuvens com um friozinho gostoso... Tudo dentro da santa normalidade. Saí para almoçar com a minha filha e a minha mãe e depois um passeio pelo shopping. Era dia ainda quando decidimos voltar para casa. Numa imensa "lomba", daquelas que o meu carro só sobe em terceira bem embalado, fui inventar de ultrapassar outro carro que conseguia ser mais lento que eu, quando o "ervilhão", meu carro velho, simplesmente parou de funcionar. Como? Pois é, me fiz a mesma pergunta... Foi como alguém, um fantasma talvez, tivesse arrancado a chave da ignição... Uma loucura!!!!

Fora o susto e de quase ter provocado um acidente, acabei novamente passeando de guincho! Já fazia algum tempo que o "ervilhão" não me colocava nessas enrrascadas... Porém, assim como uma mãe que intui os problemas das suas crias, já havia pensado que o meu filho motorizado causaria problemas. Depois de quase 1h esperando o socorro conseguimos chegar guinchadas em casa. Geladas de frio, tudo bem, mas salvas!

O socorrista, seu Jorge, não o cantor, infelizmente, mas o funcionário da seguradora que me ajudou, acho que não sabia cantar, mas fez um belo trabalho no meu carro. Não satisfeito com o mistério da pane procurou em cada canto existente a possibilidade da falha elétrica. E acreditem se quiser... O culpado de toda essa indiada foi um mísero fúsivel de 3 amperes... O mais fraco, o menor existente, um pequeno pininho roxo que rompeu com as estruturas já cansadas, é bom dizer, da minha máquina possante idosa. Depois de algumas "pontes" para substitituir o pequeno fusível, que será providenciado novo na segunda-feira, o "ervilhão" já está circulando normalmente pelas ruas de Curitiba... Maravilha!

Mas o dia ainda tinha mais para oferecer. Já havia combinado com o Marcelo para saírmos á noite aproveitando a estadia da minha mãe em casa que numa boa ficaria tomando conta da Mari, minha filha sem motor. Mais ou menos né... Tem uma pilha duracell que não termina nunca! Depois de um banho quente para esquentar o frio nos arrumamos e partimos para a diversão. Diante as milhares de opções de restaurantes e barres da cidade escolhemos um que nos pareceu bem aconchegante. E realmente era... Mas, os garçons... Putz... Um desastre... Mais um no meu dia!!!

Dois rapazes, muito bem intencionados, mas com pouquíssima prática atendiam o setor que estávamos sentados. Já na primeira solicitação descobrimos como seria a noite. O Marcelo olhando o cardápio resolveu perguntar: - O que seria essa coxinha de frango cremosa? O garçom muito sério nos encarou e disse: - Não sei, sinceramente não sei! Eu e o Marcelo nos olhamos meio pasmos e pedimos mais um tempo para decidir o que queríamos.

O outro garçoim jovem se aproximou e resolvemos fazer a mesma pergunta sobre o até então incógnito frango. A resposta foi diferente, mas não nos esclareceu a bendita dúvida: - Olha só patrão, hoje vamos ficar devendo esse prato, a cozinha não está fazendo. Ok, melhor não insistir mais, vamos deixar a galinha fora dessa! Vamos tentar as bebidas. Mais uma vez o Marcelo: - Por favor, quero duas cervejas dessa aqui. O garçom: - Desculpa mais uma vez, mas essa aí "acabou de acabar".

Não sei explicar como nessa altura minha paciência ainda resistia, mas o meu humor estava inabalável! Sorte de todos! Então escolhemos outra cerveja, uns petiscos e " voilá"... Nos esbaldamos num mix de bolinhos de aipim com carne seca, pastelzinhos de queijo, batata e franguinho frito. Uma delícia!!!

Antes de eu arriscar pedir a sobremesa reparei que a minha consumação, que o Marcelo guardava não estava em cima da mesa. levantamos; olhamos em baixo de tudo; chamamos os garçons iniciantes... Nada! Sumiu, evaporou do lugar! Mais ou menos como a pane do ervilhão... Sem explicação! Chamamos o gerente que muito atencioso resolveu o nosso problema sem muitos transtornos. Ao buscar a máquina do cartão de crédito para finalizar a conta achou a consumação no balcão do caixa. Perfeito!!! Alguma alma caridosa encontrou a fugitiva e entregou a quem poderia ajudar.

O gerente nos devolveu as duas comandas já carimbadas como pagas e ainda ficamos mais um pouco degustando a sobremesa. Entre colheradas de sorvete e bolo do meu Petit Gateau, O Marcelo exclama: - Jú, acho que eu perdi a consumação novamente. O meu doce agora com gosto amargo perdeu a graça. Diferente da primeira vez tínhamos perdido uma consumação com o carimbo de pago e com o nome de um homem. Uma alma caridosa novamente poderia ajudar ou então alguém bem mal intencionado poderia se aproveitar da situação. Com aquelas caras bem deslavadas chamamos o gerente e o Marcelo disse: - Cara, tu vai achar que eu sou louco, mas a consumação sumiu de novo! Nem ele se aguentou e abriu um sorriso tipo assim: - Tá de brincadeira né!!!

Muito gentilmente, como já havíamos pago, fomos escoltados pelo gerente até a porta para o segurança liberar a nossa saída. Pedimos mil desculpas e saímos dando risada. Não gosto muito de dizer quando o dia tem seus entraves e que as coisas são difíceis, que nem deveríamos ter acordado, porém ontem, depois de passear de guincho e quase ser presa no restaurante, foi bom terminar a noite bem quietinha embaixo das minhas cobertas. Um lugar seguro talvez, mas tenho as minhas dúvidas... Acho que tem fantasma andando por aqui!

Bom domingão!!!!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Na ponta do Brasil!

Já faz algum tempo, mais de dez anos, que moro longe da cidade e do estado que eu nasci. E todas as pessoas que cruzaram ou ainda cruzam o meu caminho nessa coleção de lugares por onde já passei, estranham um pouco essa minha fascinação pelo Rio Grande! Como todo bom gaucho, sou bairrista assumida, sei de todas as qualidades do meu pampa, mas viver fora abriu também a minha cabeça para todos os defeitos que ainda cultivamos.

Não sei muito bem explicar essa relação com a terra que carregamos, mas como em qualquer lugar que mantém suas tradições possuímos extremo orgulho das nossas origens e de tudo que vem dos nossos rincões. Todos enfim deveriam ter esse orgulho de suas raízes; valorizar a sua terra e exibí-la.

Porém, ainda sim, é lá que pretendo fixar a minha morada. Na verdade, a cidade me faz muita falta... De frequentar antigos lugares; passar simplesmente naqueles que fizeram parte da minha infância e adolescência, mas, com certeza, se não fossem as pessoas que lá estão, qualquer outro lugar do planeta, eu acho, poderia ser o meu lar.

É claro que durante essa jornada fora de casa fiz e continuo fazendo muitos amigos. Pessoas importantes e especiais que entraram na minha vida de formas diferente, mas que igualmente ocupam o meu coração. As pessoas que me fazem falta são as da família e todos os amigos do passado, que, de uma certa forma fazem parte da grande família que construimos durante a vida.

Talvez o que muita gente não compreenda quando falo em voltar, seja o muito tempo sem poder falar a própria lingua. A velha história de fazer parte de algum lugar. De repente, para você isso soaria desnecessário, mas o estar longe me provoca essa solidão. Posso estar cercada de pessoas queridas e bem intencionadas, mas sempre falta algo... Sempre falta um tic-tac diferente no meu coração... Não precisa ser a batida perfeita, mas áquela que volte a contagiar-me por inteiro.

Não sei viver pela metade e me esforço sempre para entregar-me ao dia por inteiro. Acho que ao longo dos anos eu consegui me encontrar nesse novos lugares... Consegui respirar outros ares e ser feliz! O que acontece no momento é que minha respiraç ão ficou ofegante... Ela falha de vez em quando pedindo uma trágua. Meus pulmões querem respirar sem pressão e sem esforço... Querem a paz de casa.

Não sei ainda se consegui explicar a falta que Porto Alegre me faz... Hoje mais que antes... Depois que a aventura de viver longe de casa já fez aniversário e que já perdeu um pouco do charme, preciso da calmaria dos velhos sonhos. Porque aventurar-se para longe é sedutor. Conhecer novas pessoas e novas culturas é tentador. Com certeza foi a experiência mais grandiosa que já vivi até hoje. E a mais sofrida também... Pela saudade... Pelas doses homeopáticas de incentivos e coragem que aprendi a injetar em mim mesma. Por todo o amadurecimento e independência que adquiri entre choros e risadas.

Não sou feita de tristezas... Não valorizo mais as coisas ruins do que as boas, só preciso, de vez em quando colocar para fora as minhas dores... Escrevendo talvez... Escrevendo sobre essa saudade que hoje me sufoca, mas que em breve vai me libertar... Vou sentir falta de tudo que construí por aí afora, mas tá na hora de voltar a brincar em antigos quintais... Lá na ponta do país, no paralelo 30!


Até!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Sonhos perfeitos em atitudes imperfeitas... Mães simplesmente!

Estive pensando no que escrever sobre o dia das mães e a primeira palavra que pairou na minha mente foi PERFEIÇÃO! Ao mesmo tempo que esbocei um sorrisinho ligeiro no canto da boca, uma tremenda culpa e reprovação fecharam o meu semblante.

Você deve estar confuso, se perguntando o por quê da minha reação. Eu explico... Não somos perfeitas e nunca seremos... Essa é a questão! Como em tudo que me proponho realizar desejo ser a melhor fui descobri a pouco tempo vivendo esse papel de ser humano mágico aos olhos dos filhos que não preciso ser perfeita.

Eu aprendi depois de muitas noites mal dormidas questionando os meus atos que não é essa tentativa de perfeição que tornará a minha filha independente, educada e especial. Serão nos meus acertos, mas também em todos os meus erros que aprenderemos juntas. Nos limites do dia-a-dia; nos longos desabafos; nos valores e experiências trocados; nas conversas banais; num colo fazendo cafuné; em momentos simples e complicados.

Talvez hoje olhando para a minha mãe, minha melhor amiga, eu enxergue a perfeição do momento. Porque o segredo não está em sermos perfeitas, mas em transformarmos nossos momentos juntos e os de aprendizado em uma verdadeira obra prima. Nesse equívoco de achar que não podemos errar deixamos de evoluir como mães e como seres humanos. Nossos filhos todos os dias nos dão lições espetaculares. É uma troca constante de amor e de valores.

Vejo muita gente por aí encher o peito dizendo ser "mãe coruja". O que é isso? É aquela que zela, que cobre, que verifica as refeições , o banho e os deveres de casa? Que joga bola, brinca de bonecas e conta histórias? Sim, é ser todos esses "perfeitos exemplos" maternos sem esquecer de ensinar a pedir desculpa por um erro; não cultivar precoceitos; respeitar; ensinar a andar com as próprias pernas; repreender; dar o exemplo; dizer não!

Uma certa vez, a Mari devereia ter uns três anos, me pediu para fazer algo e eu neguei. Sem nem perceber ela virou-se e deixou escapar um CHATA. Eu confesso que jamais esqueci essa palavra; ela continua ecoando nos meus ouvidos, porém aceitei que esse também deve ser o meu papel: Ser a CHATA da vez!

Se fôssemos perfeitas não poderíamos ser chatas. Não cobraríamos; não negaríamos e viveríamos um mundo cor-de-rosa irreal. Porque mãe de verdade explode! Perde a paciência vezes mil; chora de cansaço; grita pedindo socorro e mesmo assim é feliz á beça! Nessa loucura de sentimentos, emoções e reações não existe perfeição. Ora agimos com a razão, ora nosso coração derrete nossas ações.

A perfeição está nos momentos compartilhados. Num sorriso de bom dia; num beijo cansado de boa noite; num andar de mãos dadas pela praça; no cantarolar de uma música de ninar. A perfeição está no gesto que protege do vento; na doação diária de pais e filhos. No choro escondido depois de uma palmada; dos diálogos do adolescer; de não e sim que se revezam na construção da personalidade.

Eu já assimilei que na minha trajetória maternal haverá muitos erros e muitas vitórias. Porem, o mais importante, é que aprendi a deixar rolar e curtir todas as particularidas que o ser mãe me proporciona. As dificuldades e as responsabilidades também caminharão juntas, não há como dividir, mas é exatamente assim... Seguindo os passos do meu maior exemplo de mãe, a minha, que vou construindo a minha história com a Mari.

Quem sabe um dia ela, além de me chamar de mãe possa me chamar de amiga. Entender que aquela CHATA do passado tinha motivos para tantas cobranças e ensinamentos. Esse sim, de repente, vai ser o momento mais PERFEITO que eu possa imaginar.

Feliz Dia para todas essas mães imperfeitas que já descobriram ou ainda descobrirão que a perfeição está no olhar dos seus filhos!
Um beijo especial para a minha mãe que é tudo de mais sagrado que eu tenho na vida... TE AMO HORRORES!!!!

Bjus!!!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Vergonha Alheia!

No avião semana passada voltando de Porto Alegre assistindo ao programa do canal GNT, o Saia Justa, achei interessante um dos temas abordados. Algo que faz parte do nosso cotidiano e que raramente pensamos no seu significado: A Vergonha Alheia!

É aquela vergonha que não é própria, não é nossa, mas que sentimos por alguém, por uma ação ou reação. Sabe aquele político que faz promessas mirabolantes, ou que usa de artifícios de campanha tão embaraçosos que chegamos a fechar os olhos quando ele aparece na televisão? Isso é vergonha alheia... A sua e a minha vergonha diante tanta cara de pau!

Ou quando você está numa roda de amigos e alguém comete uma gafe. Fala da ex-namorada do outro na frente da atual. Nessa hora ninguém sabe o que dizer, nem para onde olhar... É a tal da vergonha alheia novamente...

Numa volta ao centro da cidade de Porto Alegre, em frente a uma loja de roupas infantis, um homem bem humorado gritava no microfone as ofertas do dia vestindo a roupa do Kiko, personagem da série CHAVES. Tenho certeza que ele estava ganhando honestamente seu trocado e até se divertindo, mas envergonhada passei por ele e só consegui dar aquele sorrisinho forçado. E quantos outros personagens na rua não encontramos diarimente? É gente vestida de caixa de remédio, leguminosas ou personagens mil. Bom, aí já virou mico total!

A vergonha alheia não tem cara certa. Você pode ouvir ou ver algo que lhe constranja e pemanecer inalterado. Ou então, sua cara transparece toda a sua reprovação. Pode ser as bochechas coradas; os olhos cerrados ou uma risada descontrolada. Não há aviso; não há remédio ou contra indicação.

O que foi discutido no programa e que realmente fez todo sentido para mim é como podemos ser hipócritas sentindo vergonha de atitudes que esporadicamente podemos cometer ou o bom senso que ela nos impacta. Na verdade, o sentir vergonha de si mesmo ou dos outros nada mais é do que a medida certa para os nossos impulsos. Talvez seja por esse controle de atitudes mal pensadas ou imaturas que a vergonha alheia exista. Ela nos faz sentir na pele o que não gostaríamos de viver.

Bjus... Boa semana!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Enxutinha

Desde muito pequena fazer aniversário é uma mistura de sentimentos que se conflitam o tempo inteiro. Ao mesmo tempo que sinto toda aquela alegria de ter um dia, que mesmo sabendo não ser exclusivo, faz-nos sentir especiais, sinto também uma pitadinha de nostalgia. Não fico triste, mas involuntariamente questiono a vida.

E não é somente o fato de ficar mais velha, ou mais experiente, é o fato de saber que a vida continua passando e alguns sonhos ainda não foram alcançados. É se olhar no espelho e enxergar a maturidade, mas ter ainda muito viva as lembranças do passado.
Ainda sou muito jovem, ainda tenho muito tempo e vontade para deixar as borboletas chegarem até mim, como diria o eterno Mário Quintana, porém a sensação revigorante de celebrar um aniversário confunde-se com a contabilidade de mais um degrau para a velhice.
Tenho medo de envelhecer sim... Tenho medo do olhar dos jovens diante a mim ultrapassada. Aquele mesmo olhar que eu fulmino a garotada cheia de hormônios que usa calça colorida e se acha importante.  Tenho consciência que já tive esse pensamento também; que já fui boba e adolescente; imatura e inocente; inconsequente e livre. Mas á medida que o tempo passa eu esqueço um pouco dos meus erros do passado e fico intolerante com os que precisam passar por essas etapas.
Eu olho para a minha mãe já coroa e imagino a minha filha com a minha idade me dando toques de modernidade. Dela segurando o meu braço para atravessar a rua; contando-me da sua felicidade por estar grávida. Da vida toda que ainda vai se abrir para ela... De todas as decisões e aventuras que já me foram apresentadas e que agora precisarei direcioná-la.
A minha esperança é que quando eu for mais velha tudo aconteça naturalmente como aconteceu até hoje... Chegar até os 30 foi mais difícil, agora a gente só segue o barco, o fluxo, a ordem natural das coisas... Preocupo-me em manter a minha mente aberta; os meus olhos brilhantes e o meu coração ainda a flor da pele. Não sou mais uma garotinha, mas ainda tenho a empolgação de velhos tempos atrás.
Não quero ser a eterna moça do bem... Nem procurar recursos que não demonstrem a minha idade. Tudo bem que um creminho aqui, uma tintura no cabelo ali... Uma plástica talvez para levantar o que a gravidade deixou cair... Mas nada que me faça parecer uma coroa sem espelho.
O importante mesmo é que quando o dia amanhecer amanhã vou tentar esquecer a idade e lembrar somente o que já conquistei até aqui. De todos os presentes lindos e verdadeiros que a vida me proporcionou. De todos os amores e afetos que carrego no peito. De todas as emoções que me fazem ser quem eu sou.
Das lembranças do passado que fazem parte da vida vou guardar pra sempre. Elas fazem parte de mim e também dizem muito de quem escolhi ser. Na verdade, á medida que o tempo vai passando eu descubro que a idade atual é sempre a melhor fase da vida. E se ainda não está perfeito, não precisa... Ainda tenho muito tempo para continuar sendo feliz...

Bjus!

sábado, 28 de abril de 2012

Eu Sofro...

Eu sofro por pequenos e grandes amigos... Por gestos simples e gigantescos.
Eu sofro por dias longos que precisam ser curtos... Por noites mal dormidas que ficam curtas necessitando ser longas.
Eu sofro por palavras mal ditas e atitudes impulsivas... Por injustiças e falta de tempo.
Eu sofro por tentar agradar... Por chorar demais e remoer angústias.
Eu sofro por doar-me inteira... Por esperar gratidão, boa educação, cuidado.
Eu sofro pela música que emociona... Pela palavra que alfineta, pela lágrima que cai no momento delicado.
Eu sofro por pensar demais... Por antecipar os problemas.

Eu sofro por não ser compreendida ou por não me fazer compreender... Por errar procurando o acerto.

Eu sofro pelas minhas frustrações... Pela minha incansável tentativa de ser mais.

Eu sofro pela inércia de quem precisa andar... De quem rejeita a ajuda.

Eu sofro pelo bem... Por tentar achar alguém que entenda esse meu sofrer.
Eu sofro pelas minhas idéias loucas... Pelos meus sonhos impossíveis... Pelas minhas idealizações precipitadas.
Eu sofro pelo cisco no olho, pelo peso nos ombros, pela fraqueza nas pernas...
Eu sofro por desejos estranhos... Por vontades perdidas... Por emoções controladas.
Eu sofro tentando entender meu próprio eu... Pelos truques do destino... As rasteiras da vida.
Eu sofro procurando o silêncio e o agito de uma conversa... Pelos questionamentos sem respostas... Pelas dúvidas da alma.
Eu sofro pela falta de limite... Pelo não na hora certa... Pelo sim cheio de certezas.
Eu sofro pela chuva quando se quer o sol... Pelo frio quando se quer o calor.
Eu sofro procurando explicações para as brigas, os fuxicos, os mal entendidos. Por quem eu não consigo abandonar e dizer adeus.
Eu sofro por quem escolhi amar e mesmo assim me machuca... Por segurar dentro do peito o grito do desabafo.
Eu sofro por estar aqui esperando o perdão de alguém que, de repente nem acredita que cometeu um erro...
Eu sofro sim...




terça-feira, 17 de abril de 2012

Sou Virgem!

Sou virgem do primeiro porre... Não que isso seja uma coisa que me preocupe ou atrapalhe a minha vida, pelo contrário, não faz nenhuma diferença, mas estava pensando no assunto esse final de semana colocando no saco de lixo latinhas e garrafas de cerveja de um churrasco aqui em casa.

É claro que eu já fiquei tonta; faceirinha, mas nunca bebi até cair. Nunca dei vexame numa festa ou nos encontros de família. Talvez porque não seja muito ligada por bebidas, gosto apenas de "bebericar" as mais docinhas. Ou talvez por ser já uma pessoa muito expansiva. Sem ajuda do álcool já falo pelos cotovelos e dou risada até de graça. Não sou uma pessoa que passa desapercebida num lugar. Quem sabe bêbada eu faria tudo ao contrário. Aquela que num canto chora todas as suas mágoas...

Ou então, e acho que essa seja a explicação mais realista, seja o meu medo de perder o controle. Perder o controle de mim, se é que você me entende. Arrepia-me só de pensar em acordar um dia sem lembrar o que aconteceu no dia anterior. Sempre fui, desde adolescente, de medir muito os meus atos. Por diversas vezes deixei de aproveitar alguns momentos com receio da responsabilidade das consequências. Sempre fui muito certinha!

Por um lado isso me fez deixar de experimentar coisas ruins... Que nem hoje valeriam à pena, mas por outro deixei também de curtir situações que poderiam ser legais... Vai saber! O lance é que essa reflexão sobre o "porre inédito" me fez pensar em quanto a vida pode ser inédita em muitos requisitos.

Na nossa adolescência parece que essa virgindade é mais preocupante e apressada. Somos virgens de beijo, de primeiros encontros, de porres, de noitadas, de sexos e muito mais. Quando viramos adultos gostaríamos de nunca ter perdido certas virgindades: A da primeira prestação da casa e do carro; dos compromíssos inadiáveis; da responsabilidade de ser alguém.

É ótimo ter as rédeas da vida, mas era tão mais simples quando cuidavam de tudo por nós. O bom é que agora somos mais livres para perder algumas virgindades que nos eram proibidas e descobrir outras que transformam para sempre a nossa vida, como a maternidade, por exemplo. Quem sabe praticar o vôo livre; escalar uma montanha; nadar com tubarões; escrever um livro; dirigir um carro, um avião, uma nave... A viagem dos sonhos, as compras sem remorço, a independência enfim...

Sobre o porre ainda não sei o final. De repente morra na dúvida ou experimente só por diversão. Quem sabe, por alguns momentos eu saia do controle. Entregue-me ao insensato e ao desconhecido. Nunca é tarde para deixar de sermos virgens!

Bjus!!!

domingo, 15 de abril de 2012

Beleza é Fundamental!

O que é beleza? Você considera-se bonito? Eu acredito muito que beleza está mais relacionada com o nosso estado de espírito, do que com as alternativas para deixar-nos belos. Não há dúvida que vivemos numa época repleta de novidades no campo dos cosméticos, inclusive os capilares, porém você pode concordar comigo, ou discordar piamente, que aquela velha história de que simpatia embeleza é verdadeira.

 Do que adianta ser a deusa em cima de sapatos mágicos e ter um rosto de porcelana se sua cara amarrada não combina com todos os acessórios brilhantes que carrega? O sorriso é o complemento mais barato e certeiro para uma boa produção.

Não estou dizendo também que as pessoas não precisam ter senso do ridículo e achar que somente o bom humor vai garantir sucesso no visual. Ter uma noção básica do que combina ou não com você pode fazer toda a diferença.

O ponto que eu gostaria de chegar na verdade é o fato de que a beleza está relacionada com o nosso humor. Com a maneira com que levantamos da cama e encaramos o dia. Faça o teste: Acorde já cansado, sem disposição, com muitos problemas para resolver e coloque sua melhor roupa. Faça aquela superprodução no cabelo e encare-se no espelho. Você não vai se achar bonito. Valorizará os defeitos e não encontrará o lado bom mesmo trocando de roupa e de penteado mil vezes.

Agora experimenta acordar empolgado com algum desafio; feliz por um sonho alcançado; pela perspectiva simplesmente de um dia lindo de sol... Coloque uma roupa básica e arrume o cabelo de uma forma qualquer. Encare o espelho e verá os raios de luz saindo da sua imagem. Não há nada de especial no seu visual, mas a sua confiança e seu astral deram o toque final que faltava.

Esse poderia também ser outro acessório importante: A confiança! Enxergar-se não só por fora, mas visualizar todo o seu interior. Acreditar nas suas qualidades, nos seus valores que o transformam em um ser especial. Manter a autoestima aquecida, independente de estar nos padrões de beleza mantidos pela sociedade.

Inteligência para mim também é beleza. Mas não somente a inteligência das letras, mas a inteligência da alma. Estar aberto para uma conversa; mostrar-se gentil para os estranhos também; envolver-se em causas sociais; dedicar-se a família; curtir uma música, um filme, um livro.

Enfim ser e manter-se belo não é tarefa fácil. Manter o espírito elevado é um trabalho eterno. Uma busca diária para encontra-se e deixar-se mostrar para o mundo. Assim como os programas de beleza que dão dicas para atingir tal padrão de magnitude, a minha dica singela é única: Sorria! O sorriso não vai maquiar o seu rosto, mas vai transformá-lo em referência, e não há nada mais belo que ser lembrado por sua alegria. Essa beleza é fundamental!
Bjus... Boa semana!