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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vai um Chimas?

             Parceiro fiel de boa parte da gauchada, o Chimarrão é, sem dúvida alguma, um ótimo instrumento agregador de pessoas. Eu, como uma legítima “gaúcha paraguaia” não sou muito fã dessa iguaria, mas sempre faço uma social quando posso. Se eu pudesse colocava uma pequena colher de açúcar na erva-mate. Mas não tentem fazer isso perto de um gaúcho apreciador do chimarrão: É morte na certa! Tem que ser amargo mesmo... Tem que doer na alma... É nessa hora que toda a nossa “grossura” vem á tona!
           Quando morava em São Paulo  ao passar com a cuia na mão atestava a identidade de Extraterrestre. Claro, eu que era a intrusa, eles não tinham a menor razão de saber por que eu carregava um recipiente com formato de “seio de mulher”. Ao chegar ao Rio Grande do Sul, extraterrestre é quem não leva a cuia na mão. Experimenta ir no domingo no parque da Redenção sem o chimarrão. Um intruso total!
           Você só precisa de cuia, bomba, água quente e erva. Calma, não vai sair se chapando por aí, tô falando de erva-mate. Depois de prepará-lo é só juntar a gurizada e confraternizar. Essa é a parte que mais gosto. Não conheço outro lugar que utilize com tanto orgulho sua forma de hospitalidade como os pampas. Se você não for de lá e ao visitar a cidade lhe oferecerem chimarrão. Sinta-se bem vindo: É nossa forma de mostrar atenção.
           Pesquisando sobre o assunto descobri um site www.chimarrao.com, no qual ensina os dez mandamentos do chimarrão. Então, se você nunca experimentou e algum dia ele cair na sua frente saiba como proceder e agradar o anfitrião:

1) Nunca peça para colocar açúcar;

2) Nunca diga que é anti - higiênico;

3) Nunca reclame que a água está quente demais;

4) Nunca deixe o “mate” pela metade;

5) Você deve “roncar” a bomba;

6) Nunca... Jamais mexa na bomba;

7) Nunca altere a ordem do círculo;

8) Não “durma” com a cuia na mão;

9) Não diga que chimarrão dá câncer na garganta;

10) O dono da casa é geralmente quem o prepara e é ele quem deve tomar o primeiro.

            Cartilha do chimarrão anotada vale à pena experimentar essa “bebida comunitária” que, para mim pode não ter o melhor sabor, mas, se bem apreciado é, no mínimo um bom diurético natural. Sem falar, que não há gesto “mais simpático” do que oferecer para um estranho algo tão pessoal: A sua saliva! Dizem que o gaucho é grosso... Talvez seja mesmo... Mas que tem que ser muito macho pra tomar uma água quente e amarga, ah tem que ser!!!!
            Brincadeiras à parte é uma agradável experiência rodear-se de amigos ou pela família e compartilhar momentos desfrutando do chimarrão. Você pode não ser fanático por ele igual a mim, mas anota aí: Combinado com uma rapadura ele desce facinho facinho...

# Este texto foi publicado dia 06/10 no portal http://www.dentrodobairro.com.br/ na minha coluna COTIDIANO!

Bjus!!!

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