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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

SAUDADE

O genial Renato Russo já dizia na sua música Angra dos Reis: “Se fosse só sentir saudade, mas tem sempre algo mais. Seja como for é uma dor que dói no peito. Pode rir agora que estou sozinho, mas não venha me roubar”...


SAUDADE é uma palavra que não tem como definir, a gente sente. Sente saudade de pessoas que ficaram para trás, de um tempo que não volta mais, de uma distância que machuca no peito. Não há como descrevê-la, a gente apenas vai vivendo tentando lidar com ela, tentando morrer de menos, morrer de menos saudade.

A saudade dói na alma... Arde nas ventas, escorre nos olhos. O único elixir é a própria presença. É estar junto de quem se ama, de quem se gosta, de quem se admira. É correr para um abraço demorado, é sentir no peito um alívio que acalma. É não ter pressa de dizer adeus, é não ter desculpa para dizer que gosta. É simplesmente perder-se nos sentimentos, nas regras e deixar-se dominar pelos desatinos. A saudade não tem idade, não tem forma, não tem cheiro. Ela invade o pensamento e nos leva a sofrer ou a querer mais. Querer estar perto, estar junto, do lado, em volta da vida de alguém que não está aqui, que não se pode tocar, mas que está dentro do nosso coração!

Não só a saudade de alguém, às vezes temos saudade de nós mesmos. Da inocência que perdemos, da ingenuidade que a vida nos roubou. Sentimos falta do aperto da juventude, da possibilidade de não ter possibilidades, de correr atrás de um mundo novo, que se abre que se desvenda aos nossos olhos. Saudade das marcas que deixamos no tempo, das descobertas que fizemos. Saudade do colo da mãe, dos conselhos do pai, das brigas com o irmão, das brincadeiras com os amigos. Nós temos infinita saudade das migalhas que deixamos para trás, de um pouco de nós mesmos que não reconhecemos mais.

Clarice Lispector diz que a saudade é um dos sentimentos mais urgentes que temos na vida. Ela tem razão. Quando a saudade invade o peito queremos que passe logo, que tudo volte que o tempo pare e que possamos encontrar alguém ou reencontrar a nós mesmos. Saudade demais também pode fazer andar para trás. Esquecer do presente, esquecer que ainda é possível sobreviver com a dor no peito, com novos capítulos da vida. A saudade faz parte da nossa existência, mas não pode ditar o rumo do nosso caminho.

Bjus... Ótima semana!!!

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