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domingo, 24 de outubro de 2010

Separação

Estava batendo um papo com um amigo das antigas e ele me relatava o seu dilema: Separar ou tentar? Todo mundo leva a sua vida e sabe exatamente em qual situação ela se encontra, ou deveria pelo menos. Eu optaria por tentar antes, separar depois. Mas também não acho que a separação seja o final do mundo. Como qualquer outro mortal que entra em uma relação não pensamos na separação, em não mais levar adiante uma situação que nós mesmos escolhemos. Porém, pior que a dor da separação, é a dor de estar onde não se quer mais... De conviver como parceiros de moradia e não mais como parceiros de vida.

Geralmente a sensação de tempo perdido é inevitável. Acha-se que tudo foi desperdiçado, pois a relação não durou para sempre. Mas tente enxergar como algo que durou o tempo que precisava durar. Nesse tempo, mesmo com alguma dificuldade você não deixou de respirar... Você compartilhou experiências, adquiriu valores, desgastou-se também, mas viveu. Viveu um amor que tinha prazo de validade, que lhe transformou, pode ser que, no mínimo, em alguém mais sábio.

Assim como o luto a separação deve ser absorvida. O momento frágil, de lamúrias, renúncias e raiva devem ser vividas, mas depois deve ser deixado para trás... Já dizia Cecília Meireles: “Porque a vida só é possível reinventada.” De saber que existiu um passado, dolorido ou não, mas que transformou o presente... A grande chance de reinventar-se!

Nem todas as separações são dramáticas. Há sim a tristeza, o sentimento do “não deu certo”, a ausência do amor, mas a permanência da amizade. Não de repente de melhores amigos, mas de uma convivência pacífica e respeitosa, ainda mais quando se tem filhos a compartilhar. Essa relação precisa ser saudável porque elos eternos foram selados. Mais do que reinventar a própria vida, dar a chance para os filhos continuarem lutando pelas suas.

Muitas relações acabam ainda com sentimentos acesos. O desgaste natural dos casamentos vai acabando lentamente com a tolerância, com as compatibilidades, com o respeito. Aí sim os sentimentos vão-se destruindo e sobra a mágoa e o ressentimento. Chega ao ponto das discórdias constantes, das brigas, do descaso. Esquece que a vida é dividida, que as palavras precisam ser poupadas, pois uma palavra mal dita machuca tanto quanto uma agressão física. Arranha a alma... Deixa cicatrizes... Não se apaga!

Separação combina com superação. Não há glória maior que superar-se! Do que encontrar-se no mundo, achar seu lugar ao sol, suas vontades, suas ambições, sua felicidade. Ao meu amigo desejo um desfecho feliz para seu dilema, mas com a certeza que se precisar mudar o curso da sua vida fará sabiamente. A separação não nos tira um pedaço da vida, nos mostra outro!

Feliz domingo...Bjus!!

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