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domingo, 30 de setembro de 2012

Um salve para o Nadismo!

Não há como não valorizar um passeio no parque num dia ensolarado; uma viagem com a família para a praia; uma festa com churrasco com os amigos. Não há como duvidar que todos esses eventos reabastecem a alma e recarregam as energias. Porém, em dias de chuva ou nos de sol também... Naqueles dias de intenso frio ou de incessante calor... Nada melhor também que praticar o NADISMO!

O esticar até mais tarde o sono na cama. O café da manhã na hora do almoço, o almoço no início da tarde. O abrir de boca constante no dia, o cochilo no sofá, o apertar consecutivo no controle remoto. Um filme despretencioso, uma pipoca doce, uma música calmante. Um banho para espantar a preguiça, um chocolate para despertar a alegria. Uma roupa frouxa, os cabelos soltos e a cara limpa.

Na verdade, o melhor do não fazer nada por um dia é livrar-se dos compromissos e das responsabilidades diárias. É esquecer do horário, da rotina, dos problemas e tudo mais que nos cerca. Se tiver fome, come... Se tiver sede, bebe... Se tiver sono, dorme... Se quiser sentar, deitar, rolar ou brincar... Tudo pode!

E acredite que há gente nesse mundo que se sinta culpada... O remorço do ócio. O se achar inútil, improdutivo, fútil até. Tudo bem que não estando de férias, o nadismo constante pode ser sinal de alguma doença mais grave. O "entocar-se" constantemente não é saudável para o corpo e nem para a mente, mas esporadicamente, não há nada de errado deixar de produzir.

Bem pelo contrário eu poderia dizer. O nadismo bem executado, áquele que você permite-se aproveitar a solidão e a sua própria introspecção, pode desencadear respostas e novos caminhos; pode libertar o choro, acalmar o coração, desencadear a saudade, explodir todas as emoções. Tudo bem que nem sempre poderemos praticar o nadismo sozinhos. Há os filhos, os companheiros e todas as outras pessoas que fazem parte das nossas vidas. Seria talvez uma boa hora para dedicar-se á família, para juntos aconchegarem-se no sofá e repartirem uma conversa.

O papo de hoje é de repente uma tentativa minha especialmente de procurar o interior. Não é um culto á solidão, mas uma ressalva de que mesmo alegres e sorridentes precisamos entender o silêncio. A palavra é importante e o compartilhamento de momentos é fundamental para crescermos e agregarmos valores, porém, não há como doar e receber energia sem entender-se primeiro.

Estar só não significa estar triste, bem como escancarar sorrisos não é sinônimo de alegria plena. Talvez o nadismo de vez em quando nos permita ser o que podemos ser naquele momento. Sem regras, sem exigências, sem extravagâncias. Enfim, nada também é bom!


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