Imagina um
supermercado com suas pilhas de alimentos no meio dos corredores ornando o seu
interior. Com isso em mente pensa numa pilha de potes de queijo parmesão ralado
entre o setor de frutas e verduras e as carnes. Agora me visualiza empurrando
um carrinho pesado tentando fazer a curva em volta dessa pilha. Sabe dominó
quando você empurra uma peça e todas as outras caem junto? Foi assim mesmo que
aconteceu ontem comigo no supermercado... Um estrago nos potes de queijo
ralado... E o barulho? Todos os olhos do recinto pairavam sobre mim e foi
impossível não me sentir a ré da vez.
Um
funcionário muito simpático correu para me ajudar e me tranquilizou: - A
senhora não se preocupe que eu arrumo tudo, essas coisas acontecem! Pronto, meu
herói do momento! Coloquei alguns potes no lugar, empinei o corpo e continuei
as compras como se nada tivesse acontecido.
Somente mais
um desastre de supermercado igual quando você tira uma laranja do lugar e
outras 2, 4 ou 6 saem rolando pelo chão. Ou quando atropelamos o calcanhar de
alguém com o carrinho; ou quando sujamos os dedos pegando um iogurte com a
tampa violada, ou a água sanitária que não está bem fechada ou o previsível
saco furado de açúcar. Mais trágico que a minha pilha destruída de queijo
ralado, seja talvez deixar cair um vidro de conserva de azeitona, ou pepino, ou geleia
e provocar aquela sujeira no corredor.
Pior de repente
do que todas essas enrascadas seja a hora do caixa. O valor descomunal que
aquela minúscula tela insiste em nos mostrar. Porém, nada se compara com o trabalho
cansativo e repetitivo que uma simples ida ao supermercado proporciona:
- Arrumar uma vaga que não seja para idosos.
Desculpa-me os mais experientes, mas me parece que todo o estacionamento virou
prioritário;
- Encontrar
um carrinho que não faça muito barulho e que deslize pelos corredores sem
travar;
- E o início
da saga: Tirar os produtos da prateleira... Colocá-los dentro do carrinho...
Tirá-los do carrinho... Colocá-los na esteira do caixa... Colocá-los na
sacola... Colocar as sacolas de volta para o carrinho... Tirá-las do carrinho e
colocá-las no porta-malas... Tirá-las do porta-malas e colocá-las no chão da
cozinha... Tiras os produtos da sacola e finalmente guardá-los nos armários e
geladeira.
Ufa, que
trabalheira! Meu pai, muito cômodo diria que seria mais fácil fazer as compras
pela internet, visto que muitos supermercados já oferecem esse serviço. Com
certeza seria mais prático, mas perderíamos a oportunidade de socializar; de sair
na rua; de degustar amostrinhas; de escolher frutas frescas; de pegar uma
promoção relâmpago; de comprar sempre mais o que tem na lista; de enfrentar uma
fila; de esbarrar com alguém conhecido; de deixar o carro para lavar no
estacionamento do “super”; de destruir pilhas de potes e tal.
Eu confesso
que gosto de ir ao supermercado, porém sei de todo o caos que ele me
proporciona também. Os pequenos incidentes como o meu ontem são normais. Ainda mais
eu tão acostumada a cometer gafes. Tudo bem sou o retrato completo da mulher
que cuida de tudo e de todos. A supermãe, esposa e gerente do lar. E ainda há
quem diga que eu não faço nada. E isso
que a pilha de potes destruída é apenas um aperitivo de todas as dificuldades
que o trabalho de casa proporciona. Quer tentar?
Bjus!!!
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