Hoje uma
amiga postou em uma rede social coisas que lembravam seu pai que já partiu.
Fiquei emocionada lendo atitudes tão simples praticadas por eles. Evidentemente
lembrei-me do meu pai, o seu Dudu, e de mais um dia dos pais que vai faltar
aquele abraço. Tudo bem, ele sabe o quanto o meu pensamento e todo o meu amor vão
preencher o seu coração amanhã e em todos os outros dias do ano.
Meu pai
nunca foi àquele cara muito social. De levar para a praça, para o parque ou
para a praia. Não me lembro de férias ao seu lado, mas lembro da sua presença
em momentos cruciais da minha vida. Quando me mandava levar o cheque na secretaria
para pagar a escola; Quando ficava sentado no carro ao meu lado esperando a
hora do sinal bater; Quando esquecia eu e a minha mãe na porta do supermercado
porque seguia direto para casa; Quando me dizia que não precisava de outra
boneca ou quando me perguntava se o tênis novo era para a escola.
Ele não me
deixava dormir aos sábados até tarde porque precisava aproveitar o dia; Fazia
cara feia se não sentássemos os quatro ao redor da mesa para compartilhar uma
refeição. Gostava de receber as minhas cartas e os meus cafunés. Não entendia
porque eu limpava seus beijos babados e porque minha voz tão fina e minhas
danças tão extravagantes preenchiam a casa. Ele me ensinou a dirigir e a não
dirigir; a fazer comida; bater um prego na parede e a importância de uma cola,
fita e "durepox" na rotina de uma casa.
Meu pai não
gostava de festas e badalações. Nos meus aniversários estava sempre lá, mas sua
enxaqueca também. Não conseguiu me tornar colorada, mas me ensinou a gostar de
futebol. Ele não me levava para tomar sorvete, porém me ensinou quase tudo
sobre a vida. Aprendi com ele a ser forte e independente; corajosa e
opiniática. Ele me deu desde pequena o maior presente: A confiança!
Com meu pai
eu aprendi a não deixar nada para depois e a quebrar a cuca para resolver um problema
e que muita coisa pode ter concerto. Com ele eu aprendi que educação é a melhor
herança para se deixar para os filhos e que família é algo sério e complicado.
Eu aprendi
com o meu pai que ser mulher é ser especial e que o meu irmão deve ser sempre o
meu maior parceiro. Que o dinheiro vem e vai e que as dores e as doenças só são
maiores que nós quando não a enfrentamos. Eu aprendi com ele que o tempo nos
transforma... Que a vida pode nos mostrar milagres e que a sorte anda sempre ao meu lado.
Hoje, mesmo
já sendo uma mulher feita e madura, ainda sinto-me a princesinha do papai.
Enxergo nos seus olhos a sua admiração e o orgulho por quem me transformei.
Somos muito parecidos e diferentes. Temos alguns trijeitos e algumas mesmas
manias. Temos pensamentos conflituosos e visões opostas de alguns assuntos.
Porém, não posso negar que corre nas minhas veias esse poder que somente ele
tem de me deixar segura e acreditar em mim mais que eu mesma...
Feliz dia
dos pais a todos esses caras que se dedicam a construir filhos fortes e
corajosos... Um beijo especial para o meu pai... AMO-TE HORRORES!!!!
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