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sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nuvens de Felicidade

É a primeira vez que eu leio um livro de um autor japonês. Na verdade, é o primeiro romance do autor Kyoichi Katayama que é traduzido no Brasil. A obra "Um Grito de Amor do Centro do Mundo" é a história de dois colegas de escola que se tornam amigos e descobrem que se amam, além da amizade.

Diferente de muitos finais felizes a história fica um pouco triste quando a amada do personagem principal descobre ter leucemia. Eu, água com acúcar dos pés a cabeça ainda prefiro aquele final "E eles viveram felizes para sempre", porém, no meio de acontecimentos tão trágicos a história revela muitas facetas do amor. Um lado real de que para amarmos corremos o risco do bom e do ruim. De ter a pessoa amada até a velhice ou vê-la ir embora pelas voltas da vida. Talvez eu explique melhor a partir de uma frase do livro: "A nossa vida se torna longa e entediante quando estamos sós. Mas, quando a compartilhamos com alguém, num piscar de olhos estamos na bifurcação entre vida e morte".

Talvez também o amor esteja tão ligado a nossa felicidade. Ao fato de precisarmos de alguém para dividir as nossas conquistas e os nossos pesares. Quando estamos sós, mesmo sorrindo, a maioria das coisas perdem um pouco de cor. Em outro trecho kyoichi diz que "A felicidade era como as nuvens que se transformavam a cada momento. Ora reluziam como ouro, ora ficavam acinzentadas; nunca permaneciam num mesmo estado por muito tempo".

Porque mesmo apaixonados podemos nos sentir tristes. O amor eleva o nosso estado de espírito, mas a vida, na sua grandeza cria sempre novos propósitos. Novos sonhos; novas conquistas. Não sei se há felicidade plena. Impossível, quem sabe sentir-se realizado os 365 dias do ano. Assim como as nuvens, no exemplo tão bem colocado pelo autor, nos transformamos diariamente. É justamente essa metamorfose que torna nossa jornada aqui surpreendente. Á medida que compartilhamos essas histórias com alguém temos mais chance de sentir-nos felizes, mas, por outro lado, estamos expostos as dores das relações.

Foi impossível ler a última frase do livro e não fechá-lo sem suspirar a dor de uma perda... Uma perda de amor... O personagem perdeu seu amor tão jovem para a morte. Outros tantos perdem para outro amor; outros ideais; outros rumos. Mesmo assim, secando a lágrima da pena, entendi que o destino decide muito por nós, mas que cabe a nós também ajudar a escrever a própria história.

2 comentários:

  1. Fiquei interessadíssima!!!
    Até publiquei a frase no meu face com todos os créditos.
    Bjs

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    1. Obrigada Sandrine!!! O livro é gostoso e rápido de ler... Eu recomendo!!! bjus!

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