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sábado, 23 de junho de 2012

Por um Mundo Dente de Leite...

Nada melhor que começar o dia com a minha melhor inspiração: Minha filha, é claro! Entre conversas e resmungos fui surpreendida hoje com mais uma de suas pérolas... As pérolas da Mari:

Uma amiga bateu na porta para convidá-la para brincar. Ela me chamou para abrir a porta e gritou:
"Calma Nathi, já vou sair e tenho uma novidade pra te contar". Eu abri a porta e ela saiu correndo abraçada na amiga dizendo: "Tu não vai acreditar Nathi, meu dente está mole"! Entre sorrisos e lágrimas dessa mãe de açúcar aqui, me bateu aquela saudade da inocência infantil. De quando éramos puros e enxergávamos beleza e magia num simples cair de dente.

Ao mesmo tempo que me orgulho de vê-la crescer e aos poucos se tornando uma menina, é impossível não esconder o suspiro profundo ao pensar na sua adolescência. No seu futuro desprendimento e nas suas asas voando soltas por aí.

Coicidência ou não assiti hoje a nova versão do filme Footloose, um sucesso de 1984. A história central do filme é a instituição de uma lei que proibe os jovens de dançar com intuito de protegê-los contra os impulsos da idade. Assistindo o filme hoje entendo o outro lado, o lado dos pais da pequena cidade que aprovaram tamanha barbaridade. Na nossa tentativa de proteger e assegurar esquecemos muitas vezes de confiar.

É claro que não podemos proibir músicas e danças. Após uma certa idade não poderemos também acorrentá-los em casa e deixá-los 24h sob nossa supervisão. É extremamente difícil para mim que ainda tenho uma filha pequena pensar nessa ruptura. Em todos os males e dificuldades que a vida adulta vai apresentar para o meu anjo. Mas, é um passo inevitável. Soltá-la vai me custar um pouco de terapia, já estou prevendo.

Hoje vê-la tão encantada com a possibilidade de perder um dente me encheu de alegria. Mostrou-me que preciso viver muito ainda essa fase de descobertas. Ainda sou vítima de muitas perguntas e de afirmações que penso registrar em cartório, como essa: "Mamãe, eu nunca vou casar... E beijar na boca, nem pensar, eca!" Com certeza vou deixar tudo anotado para ela ver o quanto a gente se transforma.

Vou ensiná-la também que é importante termos uma certa malandragem perante à vida. Que precisamos ser fortes e confiantes; obstinados e seguros, mas que a velha inocência pode ser também armazenada e injetada na vida em doses homeomáticas de sabedoria. Só será forte aquele que se manter sensível, essa é a minha premissa.

Talvez o segredo de soltar e ainda segurar alguma rédea seja o fator confiança. O plantar agora nela essa sementinha. De não ser e fazer tudo apenas para me orgulhar, mas para sentir-se orgulhosa também. De agir sabendo das consequências. O ser responsável por si e por quem o ama.

Por hora, enquanto ainda tenho tempo de curtir a infância da minha filha, vou fazendo contato com a Fada do Dente. Por que não pensa você que tudo é inocência. Melhor que perder o dente é vê-lo trocado embaixo do travesseiro por moedas, espécie de dinheiro tão valorizada pelas crianças. Ainda bem né... Daqui alguns anos esse papo de moeda não vai colar em situação alguma.

Até!!!

2 comentários:

  1. Que lindo!!! Fiquei emocionada. Como é bom curtir a infância dos nossos filhos!!!

    Estou passando pela "síndrome do ninho vazio".

    Amei seu post. Parabéns!!!

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    1. Eu estou tentando aproveitar ao máximo essa fase tão linda dos filhos pequenos e "dependentes"... Sei que passa rápido... Obrigada pelo carinho... Bjus!

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