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terça-feira, 7 de setembro de 2010

Poema: PEDAÇOS DE MIM

"Fecho os olhos e tudo continua escuro. Onde mais pensava que encontraria uma luz, tudo escureceu. Dentro de mim o dia ainda não amanheceu e não tenho mais para onde fugir. Já apaguei as lembranças do passado, já me concentrei nas novidades do presente, mas ainda não consigo pensar que o futuro será diferente.
Ando e corro na direção que o meu coração sinaliza, mas não saio do lugar... Fico aqui, sozinha imaginando se, ao ouvir meu pranto, viesse e me salvasse. Alguma coisa roupeu-se, quebrou-se e não há concerto. Não há peça de reposição, nem tentativa de reconstrução. Está tudo em ruínas, tudo caindo por todos os lados, sem direção, sem controle...
O escuro se vai e vem a chuva... Respinga, inunda, leva tudo por onde passa... Já levou meu sorriso, minha alma, meu coração... Eu tento respirar, mas não enxergo uma saída... Pedaços de mim são arrancados, esmagados, deixados para trás...
Já levantei o braço, te mostrei que estava aqui, esperando um sinal... Você não viu, não deu bola, apenas seguiu... Eu fiquei, implorei, fingi que estava bem e me perdi tentando me encontrar. Agora, caída, não encontro a saída, as portas estão fechadas e não tenho forças para lutar...
Senti teus braços me puxando do fundo... Senti o teu corpo me levantando para a vida. O sol entrou pela janela e me vi sorrindo mais uma vez... O coração batia ainda lento, mas fui juntando aos poucos as migalhas de tudo que deixei cair, que a chuva levou e o vento varreu... Aos poucos fui me refazendo, me reinventando... Aos poucos fui montando todos os pedaços de mim que deixei por você..."

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