Patriotismo ou Regionalismo

No dia 07 de setembro de 1822, D.Pedro “gritou” as margens do rio Ipiranga. Ontem, comemoramos 188 anos do fim do domínio português em terras brasileiras. No dia em que mais exaltamos a bandeira do nosso país também exaltamos a liberdade adquirida através de anos de história.


Ao acompanhar o desfile cívico enxergamos todo o pranto derramado sobre o hino Nacional e, por algumas horas, esquecemos que muita dessa liberdade é confundida com libertinagem. Ao ouvir sair da boca de uma criança as palavras “O Pátria amada, idolatrada, salve! salve!”, temos quase a certeza que quando D.Pedro gritou “Independência Ou Morte”, realmente morreríamos por tempos melhores.

Em pleno ano de eleições, no qual as nossas ruas ficam menos esburacadas e políticos sorridentes nos cumprimentam pelas calçadas, me invade a alma lembrar que nesse mesmo mês á 175 anos atrás alguns milhares de verdadeiros heróis de uma revolução “gaudéria” também perseguiam a sua liberdade. Nós, filhos dessa revolução deixamos de legado para essa nova tropa que encabeçará nossas potências um conselho:

“... Mas não basta pra ser livre ser forte, aguerrido e bravo... Povo que não tem virtude acaba por ser escravo...”

Ainda embalados por hinos e bandeiras temos a possibilidade de acompanhar todos os anos no Parque Maurício Sirotski Sobrinho um acampamento mais que tradicional: Um verdadeiro desfile de bons costumes e orgulho regional. Há quem não exprima reação e sentimentalismo a tais comemorações, mas a mim enche de orgulho saber que um povo canta sua música e a reverencia como um marco histórico:

“... Como aurora precursora do farol da divindade... Foi o 20 de setembro... O precursor da liberdade...”

Ainda não vi e nem vivi numa terra com tamanho “bairrismo”, vamos assim dizer... Um orgulho que muitas vezes parece grossura, despeito e descaso... Para quem vê de fora, talvez... Para quem nasceu aqui, um orgulho de viver numa terra que valoriza a sua cultura e que faz história todos os dias...

“... Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra...”

Hoje, ao lembrar-me do hino do Brasil tocado ontem com tanto entusiasmo me permito também me encher de “bairrismo” e reverenciar uma cidade, a minha cidade, palco de uma revolução de Farrapos, que continua linda, soberana e alegre...

“... E quem viu teu sol poente... Não esqueceu tal visão... Quem viveu com tua gente... Deixa aqui o coração...”

Ah... Como é bom ser gaúcho!!!!


# Gostaria de exaltar, para quem não distinguiu que a última citação foi referente ao hino da cidade de Porto Alegre. A primeira citação foi o hino nacional e as demais o hino do estado do RS.

# Este texto foi publicado hoje no portal http://www.dentrodobairro.com.br/ na minha coluna COTIDIANO.

Bjus!!!!