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sexta-feira, 29 de abril de 2011

POEMA: DUO

"Alguém bateu na porta... Não atendi... Fiquei com medo! Insistiu, bateu novamente, sussurrou alguma coisa... Eu não entendi, não acreditei... Deixei ir embora... Nunca soube realmente quem era; o que queria, porque me procurava... Porque eu? Porque comigo?


Muito tempo depois alguém bateu na minha porta novamente. Perdi o medo... Decidi abri-la. Esse alguém sussurrou palavras tão lindas no meu ouvido... Entreguei-me, não pensei... Fui tudo que eu sempre reprimi... Fui insana... Livre!


Comecei a viver tudo o que eu um dia havia planejado... Encontrei alguém para dividir todos os meus sonhos... Fui deliciosamente feliz...


Sempre me perguntei por que não abri a porta daquela vez... Porque deixei aqueles sussurros sem respostas... Talvez não estivesse pronta para ouvir o barulho do vento... O estrago que ele causaria dentro de mim... As ruínas que jamais conseguiria erguer novamente.


O outro sussurro veio como uma brisa... Suave... Devagarzinho me levou nas suas ondas, no seu embalo... Na sua música. Senti-me segura, protegida... Capaz de cruzar o mundo. Enchi-me de coragem, me desfiz de pudores... Entreguei-me ao encanto...


Duas portas, dois ventos, dois destinos... Um mundo que se abre e outro que permanece fechado... Assim como os dois lados da moeda... Não há certo ou errado... Melhor ou pior... Apenas um sopro que ecoou mais alto dentro de mim..."

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