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domingo, 2 de outubro de 2011

Formatura - Parte I

Há nove anos na cidade de Santo André meu marido Marcelo prestava vestibular para o curso de Administração de Empresas. Lembro-me como se fosse hoje de toda a ansiedade e expectativa que rondavam esse momento. Ele já havia decidido começar a faculdade meio tarde, com 28 anos, visto que o “normal” é ingressar logo após o término do ensino médio, mas isso não seria empecilho para alcançar um sonho.


Já naquela época, no início da faculdade, ele já trabalhava na área que estudava e o curso viria para agregar conhecimento obviamente e mantê-lo no mercado de trabalho. Porém, tudo que levaria aproximadamente quatro anos para terminar, para ele levou nove. Isso mesmo... Quase uma década persistindo uma mesma meta.

É claro que essa rasteira do tempo não foi por desleixo ou por falta de capacidade, mas por questões geográficas. A nossa vida cigana, o pular de cidade em cidade atrasou o “andar da carruagem”. A cada transferência, a cada nova instituição de ensino ele perdia tempo. Precisava cursar disciplinas que já haviam sido estudadas, acrescentar cargas horárias á outras, trabalhos e provas extras.

Foram bons anos dedicados a mudanças de turmas constantes; professores que entendiam as faltas e outros que infelizmente não compreendiam a correria que o trabalho exigia. Na verdade, desde o início o Marcelo foi um aluno atípico. Para ele o desenrolar da faculdade sempre foi diferente... Como deve ser para muitos outros, para muitos que na mesma situação também lutam diariamente para concluir o curso escolhido.

Até eu fui envolvida em toda essa brincadeira séria. Precisava correr com papéis e documentos para conseguir transferências e dar aquele suporte em trabalhos e pesquisas. A família toda absorveu o dilema. Durante esses nove anos todos nós também queríamos o final, a formatura, o dia para suspirarmos aliviados diante do dever cumprido.

E o dia chegou! Sim... Sábado dia primeiro de outubro ele se tornou Bacharel. Recebeu todas as homenagens numa cerimônia linda e inesquecível. Tudo deu certo, porém assim como todos os anos que antecederam esse dia, outras “indiadas” nos aguardavam na reta final. Mas isso fica para outro post... Amanhã continuaremos essa história!

Bjus, até!

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