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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Direto do Túnel do Tempo...

A campanha lançada no facebook agora para o dia das crianças contra a violência infantil trouxe á tona muitas recordações. Para mim essas lembranças são muito prazerozas. Até acho que fui a criança mais feliz do mundo, pois vivi numa época não muito cheia de tecnologias, mas de liberdade. Eu subi em árvores, brinquei na rua, pude me esconder atrás dos postes da cidade sem me preocupar com a violência. Não tínhamos computador nem celular, mas tínhamos rede de vôlei montada em frente de casa, guerra de bexiguinha, jogo de taco e muita amarelinha.


Quando criança era muito raro ir ao cinema; assistir filmes no vídeo cassete ou qualquer outra coisa que me mantivesse dentro de uma sala ou em casa. A minha geração, dos trintões, viveu uma fase de sentir o cheiro da rua. De aproveitar os finais de semana para jogar banco imobiliário ou “war” na varanda de casa; responder questionários; fazer piquenique no jardim; brincar de desfile de moda, rabiscar papéis brincando de escritório. O máximo que agüentávamos dentro de casa era para jogar Atari quando escurecia e não podíamos mais ficar ao relento.



Aos sábados pela manhã de folga da escola adorava deitar na cama dos meus pais saboreando uma banana esmagada com Nescau e feliz em poder ver toda a programação do "Xou da Xuxa". Primeiro vinha os Smurfs; depois He-Man e por último Caverna do dragão. Tínhamos ainda a Angélica e a Mara. O sítio do Pica Pau Amarelo, Bambalalão,  Elo Perdido e o Topo Gigio. Meu sonho mesmo era ser a Mulher Maravilha ou a She-Ra e de quebra ganhar um Gato Guerreiro.




Eu tinha uma única Barbie, muitas fofoletes, ursinhos carinhosos, uma boneca bebezinho, mas adorava mesmo brincar com os playmobil do meu irmão. Roubar suas bolinhas de gude e colecionar papéis de carta. Eu tinha uma engenhoca chamada “Pogobol”, uma sensação na época. Minha bicicleta era Cecizinha e levava muitas “tralhas” na cestinha. Gostava de escrever em diários, mas precisava sempre escondê-los do meu irmão. Ele arrombava todos! Minha maior frustração era ele não me emprestar o seu Falcon para ser namorado da minha Barbie. Coitadinha era muito solitária...



Na minha adolescência fazíamos reuniões dançantes na garagem, assim como as festas de aniversário. Os rodízios de pizza eram uma febre, bem como os tênis reebok de várias cores que os mais abonadinhos traziam da viagem á Disney. Tínhamos que ir ao mercado para a mãe levando o casco do refrigerante; esperar o picolé da carrocinha que passava na rua de casa ou o “tio” que batia uma madeira anunciando a casquinha... Na praia era o puxa-puxa... Humm, ainda sinto o gosto deles...

Tenho certeza que a minha filha também tem uma infância feliz e vai lembrar dela com muito carinho. É uma pena que o cheiro da rua e da primavera seja muito pouco conhecido por essa nova geração. O tempo muda e muda com ele as preferências. Faz parte da evolução do mundo... Na verdade, não lembro muito de ganhar presentes no dia das crianças. Lembro-me sempre de poder ser criança no sentido mais original da palavra. No meu dia, como em todos os outros, eu era livre para brincar e soltar a imaginação. Hoje é tudo muito comercial. As crianças já tem essa data marcada no calendário igual Natal. Aqui em casa a proposta é outra. Deixamos o presente de lado e sugerimos um passeio... Um dia repleto das coisas que a Mari mais gosta: Cinema, brincadeiras, almoço especial. Não é errado presentear, mas talvez seja mais certo compartilhar o momento.

Quero então comemorar o dia das crianças com essa minha história da infância. De quando éramos felizes em qualquer circunstância. Talvez o dia de amanhã seja celebrado por nós hoje adultos. Para não esquecermos nunca que também já fomos inocentes. Que nossos olhos brilhavam com um simples pirulito e nossos maiores presentes eram os amigos e tudo que pudéssemos fantasiar.

Eu ouvi muita gente falando que a campanha do facebbok era falsa e que para evitar a violência precisávamos de atitudes mais concretas. É verdade, precisamos ser mais firmes para denunciar abusos e violências infantis. Não permitir ver uma criança trabalhando e sendo explorada... Com falta de cuidados e amor. Porém, achei a iniciativa válida, porque mostra que estamos nos importando. Que temos a consciência de tratar a criança que temos em casa com todo o respeito. Sem falar, é claro, que me inspirou a viver o dia de amanhã com mais felicidade. O momento agora foi de nostalgia, mas foi só o ponta pé inicial para um dia que será repleto de novidades!

Feliz Dia das Crianças para nós que sempre as trazemos no coração e para todas as crianças de hoje que enchem nosso dia de felicidade... Um especial para a minha filhota Mariana, meus afilhados Ber e Kiani e  para meus sobrinhos Gabi e Tiago... AMO VOCÊS!!!!!!

Bjus!!!

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