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domingo, 20 de março de 2011

POEMA: Quase Todas

"Algumas vezes fugi de mim mesma... Dos meus ideais, amores e tal...
 Algumas vezes me encontrei em quem menos pensei amar...
 Caí nos braços do inimigo, me transformei em mulher...

Lamentei-me por não ter arriscado mais...
Chorei por não ter dito mais, me entregado mais...
Criei asas, voei alto, fui pra longe...
Encontrei um significado forte para recomeçar... Um Sonho para viver...

Fui bandida, fui à heroína... Fui quase todas... Ainda faltam algumas...
Sou comedida demais, adulta demais... Sensível demais...Deixei pessoas para trás, amigos para trás, prazeres inacabados...

Olho-me no espelho e enxergo no meu rosto as expressões de tristeza que as lágrimas deixaram e as de alegria que o sorriso marcou.
Cresci pensando que tinha mudado o que eu era...Que tinha me rebelado, explodido, aparecido!
Mudei, mas não me transformei em outra. Continuo sendo a mesma que conheci anos atrás...

Hoje sou mais atrevida, mas não consigo perder o ar de boazinha...
Descobri que o tridente do diabo não combina comigo... Nem a aureola de anjo...
Ainda to tentando descobrir onde me encaixo...

Algumas vezes me encho de perguntas...
Algumas vezes me embebedo de respostas...
Tenho o maldito defeito de pensar antes de agir... De ser antes de ter... De ver antes para crer...
Um dia ainda vou levar uma rasteira da vida e descobrir que tudo que não comprovei me impediu de viver intensamente.”

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