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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

No silêncio

Eu estou lendo um sucesso de vendas de alguns meses atrás, o livro “Comer Rezar Amar", de Elizabeth Gilbert. Eu me segurei para não ir até o cinema ver o filme com a eterna “Pretty Woman” Julia Roberts, pois queria ler o livro primeiro e antes mesmo de começar a minha leitura achei que seria um pouco entediante a parte que a autora relata sua experiência na Índia. Mas tive uma grata surpresa, pois já no início da sua narrativa ela conta a sua busca por um Deus e uma espiritualidade que não estão nas tentativas convencionais de oração.


Eu ainda não terminei de lê-lo, ainda estou no final da segunda parte do livro, o Rezar, na qual ela conta sua passagem de quatro meses num Asbram na Índia, na sua busca pela evolução espiritual. De certa forma, por estar tão longe da nossa realidade, é fascinante acompanhar a história de Liz, assim que seus amigos a chamam e como ela mesma se identifica, no seu retiro religioso a procura do seu “Eu”. Sem falar nas curiosidades que ela conta sobre yoga, meditação, mantras e toda a devoção espiritual do povo indiano.

Uma das suas tentativas no Asbram é conseguir ficar em silêncio, logo ela que é uma falante nata. O silêncio de ouvir a voz de Deus, que segundo ela, é a sua própria voz interior. E foi esse ponto em especial que me fez refletir sobre mim mesma... Sobre como é difícil ficar em silêncio, deixar de falar para simplesmente ouvir...

Eu falo por todos os lados, não pago imposto, não tenho vergonha... Eu faço amizade até com surdo e mudo e, de vez em quando, canso de mim mesma. Treinar esse silêncio anda me parecendo uma boa pedida. Saber dosar a minha simpatia e procurar uma introspecção pode levar-me ao caminho  da calma e da paciência.

Porém, não estamos num lugar distante da realidade dos dias, na qual essa prática é bem vinda e incentivada. No nosso mundo, no nosso mundo diário o silêncio nem sempre é visto como dádiva, como elevação da alma. O ser falante e sociável geralmente é quem consegue abrir as portas do futuro e galgar melhores oportunidades e desafios. Mas também é quem mais dificuldade tem de encontrar a si mesmo. Porque o parar para se conhecer, o silêncio de se escutar vai além do tédio... É o medo de ficar sozinho.

Porque o silêncio e a solidão andam juntos... Para calar você precisa de uma certa reclusão. Encontrar o equilíbrio disso tudo é para mim o mais difícil... Concentrar-me no som que brota dentro dos meus pensamentos e transformá-los em dádiva. Encontrar dentro dos meus conflitos as respostas para uma vida mais tranqüila.

To pensando seriamente em dedicar um pouquinho do meu tempo nessa busca do silêncio. Desse estágio de poder conversar com o meu próprio Deus... Com a voz que clama dentro de mim e que quer se libertar e tomar conta das minhas entranhas. É tão moderno hoje buscar esse equilíbrio de corpo e mente... Não to ligando muito se é atual ou extremamente ultrapassado... É só a minha busca pela paz de viver!

Um comentário:

  1. Depos, se você tiver um tempinho, veja o filme, também vale a pena.

    Quanto a sua busca, estou lendo um livro ótimo, vou falar sobre ele na próxima semana no meu blog - Tenha um pouco de fé de Mitch Albom. Recomendo.

    Bjs e obrigada por prestigiar meu blog

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