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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Olhar Colorido

Eu estava preparando o almoço, o Marcelo lendo uma revista e o som ligado na cozinha tocando Colbie Caillat, quando a Mari diz: - Pai, você está com algum problema? O Marcelo responde que não e pergunta por quê. Ela responde: - Porque eu estou com um problemão aqui: Não consigo terminar de montar esse quebra cabeça! Eu e o Marcelo trocamos um olhar e o silêncio foi rompido pelas nossas risadas.

Tão bom seria se os nossos problemas fossem achar as peças certas de um quebra cabeça. Tudo bem que a nossa vida até parece um, mas as peças geralmente não aceitam os nossos encaixes. Quebramos a cabeça para resolver os problemas do cotidiano; as contas atrasadas; a rotina do trabalho; os amores incompreendidos e brigamos com nós mesmos... Com nossas dúvidas, nossos medos e com os nossos sonhos!

Enxergar a vida na perspectiva de uma criança é sempre maravilhoso, porque temos a chance de ficar na sua altura e ver o mundo grande. Grande como todas as expectativas e novidades que lhe são apresentadas. A inocência de ter como único obstáculo a peça geométrica de uma brinquedo que, não agradando, é fechado; devolvido à caixa e trocado por outra diversão.

Não, nós não podemos simplesmente lacrar tampas e correr de algo que nos desagrada. O nosso jogo... O de ser gente grande é mais complicado e muito mais cansativo. Á medida que encaramos o mundo de frente vamos perdendo um pouco a graça. Deixamos de sorrir por coisas simples e nossa busca por outro entretenimento é sempre adiada pela correria dos nossos dias. Assim como as crianças também queremos tudo o que vemos, mas não temos tempo disponível depois para usufruirmos. Corremos atrás da máquina; acumulamos confortos e passamos pequenos minutos dentro do nosso paraiso.

Talvez se aprendermos a manter aquele olhar de quando éramos seres pequenos e sonhadores, a vida nos mostre caminhos menos turbulentos. Quem sabe, se levarmos o dia-a-dia sem a carranca dos problemas, mas com o sorriso cativante de uma criança, ele nos surpreenda com soluções naturais. Nos mostre a viver sem pressa, sem imediatismos e com mais confiança.

Hoje, em pleno almoço do feriado do dia 15, foi bom sorrir vendo a minha filha ser criança. Saber que o seu olhar colorido ainda pode contagiar tudo e todos. Porém, o melhor foi refletir que o seu pensamento, que naquela hora nos pareceu bobo, me ensinou a dramatizar menos tudo a minha volta. Áquele momento me mostrou que a boba nessa história não é ela, mas eu!

Olha a Mari aí com seu "pequeno" problemão"!!!!


Bjus!!!!

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