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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Azul, branco, verde e amarelo

Foi bonito hoje pela manhã ver a Mari me enchendo de perguntas sobre os índios. Acho que em função do dia 7 de setembro eles estão vendo na escola algumas coisas sobre o Brasil. Ela me olhou bem séria e disse assim: - Mãe, tu sabia que nós somos índios? Só que somos um pouco diferentes daqueles outros que andam com pouca roupa... Nós temos muita roupa, né mãe! Eu obviamente não resisti e caí na risada.


Até tentei dar uma explicação bem simples sobre a colonização do país e na presença dos índios... Mas parece que esse assunto para uma criança de quase cinco anos é tudo, menos simples. Depois desse episódio só a via em frente ao espelho vestida de verde e amarelo, pedido da escola que hoje realizará um desfile com a garotada. Volta e meia ela olhava para a sua camiseta e dizia: - Mãe, aqui tá está escrito Brasil, eu sei...

Ver a minha filha assim, tão empolgada com o fato de ser brasileira, associando as cores da bandeira e descobrindo a história do país que nasceu, me fez refletir o quanto esquecemos nosso patriotismo e só o invocamos em olimpíadas e copas do mundo. Com certeza o esporte aproxima esses valores e é impossível deixar de lembrar á 17 anos atrás quando um Silva, piloto brasileiro de fórmula 1 recebia uma bandeirada e trocávamos o hino do Brasil pela sua música da vitória.

Ver a nossa bandeira tremulando no ponto mais alto do pódio, pelo menos na fórmula 1, depois da morte do Senna, é muito raro. Aliás, até no futebol que éramos imbatíveis não estamos mais conseguindo ecoar o nosso hino. O que não podemos negar é a emoção que bate bem lá dentro do coração quando nossos ouvidos identificam a primeira estrofe:

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas... De um povo heróico o brado retumbante... E o sol da liberdade em raios fúlgidos... Brilhou no céu da Pátria nesse instante... Se o penhor, dessa igualdade... Conseguimos conquistar com braço forte... Em teu seio, ó liberdade... Desafia o nosso peito a própria morte... Ó Pátria amada, idolatrada, salve salve!”

E tem muita gente que não sabe a letra desse canto. Eu, aliás, me confundo em várias partes. A única certeza é que passam anos e ele nunca parece ultrapassado... É o retrato nu e cru de um povo que não abandona a luta. De contrastes de uma terra linda, rica e poderosa que acolhe pobreza, corrupção e tragédias.

Mesmo assim continuamos exaltando essa terra gigante ou de gigantes que lutam para viver melhor. Foi no esporte que encontramos o significado mais puro de honrar uma bandeira e se orgulhar de uma nação. Talvez seja por isso que todas as vezes que o Ayrton cruzava a linha de chegada e esperávamos mais pelo tema da vitória do que o hino em cima do pódio. Ele conseguia com seu Tã tã tã... Tã tã tã... Resumir os dois hinos em um só... É como se estivéssemos dizendo para o mundo que ser brasileiro é ser um pouco do SENNA: Exemplo de garra, determinação e superação!

Talvez amanhã então a gente se pinte de azul, branco, verde e amarelo e lembre de tudo que nos orgulha nesse país. Ainda continuaremos a lutar contra tudo que nos arromba, mas levaremos para sempre a certeza que somos parte de um brasão. Só depende de nós mesmos exaltar esse direito... O direito de ser brasileiro! Tornando os seus filhos cidadãos de bem, estará transformando o Brasil num país DO BEM!

E já que faz parte do nosso orgulho brasileiro lembrar dele, o SENNA, que sempre foi o nosso maior exemplo de patriotismo... Hoje, em homenagem a nossa independência quero enaltecer o nosso segundo hino... O tema da vitória...



Bom feriado... Bjus!

Um comentário:

  1. Ju, hoje em dia com tanta falta de caráter do políticos e de alguns poucos que estão roubando o dinheiro público na implementação dos projetos para a copa e olimpíadas, eu simplesmente sinto vergonha. Se eu estivesse aí, eu iria participar do protesto contra a corrupção no dia 7 de setembro, e não jogar confete como se nada estivesse acontecendo. Entendo a tua mensagem, mas esta foi uma das razões porque nós decidimos não viver mais no Brasil. Beijo.

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