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sábado, 27 de agosto de 2011

Reparos

Estressei-me! Eu sei que disse que não adianta nada a gente se escabelar e sofrer, mas a quinta feira que passou foi estressante. Como eu já havia antecipado precisei andar de guincho novamente para levar o carro até a oficina. A Mari, é claro, estava radiante! Saí de casa bem otimista achando que o probleminha na direção fosse somente uma mangueira furada.

Enquanto eles fuçavam no carro para achar o problema eu aproveitei para ir num posto de saúde bem próximo á oficina dar a segunda dose da vacina contra a poliomelite para a Mari que perdi no dia da campanha. Ela foi bem segura sabendo que era só uma gotinha, mas já na chegada do posto vi uma faixa com uma campanha de vacina contra o sarampo. Pronto, começou a choradeira... O que era só uma gota virou uma injeção também no braço. Depois de algum trabalho psicológico ela aceitou e toda orgulhosa com seu algodão no braço, que por sinal está lá até hoje,  voltamos para a oficina.

Muita ingenuidade minha achar que o problema seria uma mangueira. Consertos em carros nunca são simples. O problema era no "reparo" da direção hidráulica e nem vou comentar a fortuna que precisei deixar por lá. E mais uma bomba: A notícia que o carro ficaria pronto somente no outro dia. Já era quase hora do almoço e não consegui convencer a Mari de voltar para casa... Ela queria mesmo ir para a escola: - Ótimo minha filha... A mãe fica orgulhosa com sua vontade de estudar, mas somente hoje você podia me aliviar. Foi então que ela fez aquela carinha de piedade que eu não resisti: - Tudo bem... A mãe dá um jeito!

Um táxi! Quando mais se quer um , menos se encontra. Resolvemos ir caminhando até achar um táxi, mas quando reparamos já estávamos muito próximas da escola. Foi uma "pernada" forte, ela nem reclamou... Almoçamos e a levei até a escola.  Nos corredores avistei as meninas de bailarina e muito chateada pedi desculpa para a Mari porque esquecera de mandá-la com a roupa de ballet. A deixei por lá e peguei um ônibus que sabia que me deixaria quase em frente de casa. Ótimo! Depois, mais tarde o pegaria novamente para voltar a escola e para a casa com a Mari á noite, já que o Marcelo já havia me avisado que não poderia buscá-la.

Tudo bem... Entrei no ônibus e ao sentar me lembrei que a chave de casa havia ficado no chaveiro junto com a chave do carro na oficina. Putz!!!!!!! O que eu faço agora? Liguei para o Marcelo e ele estava saindo para uma reunião. Só deu tempo de me dizer assim: - Vai até a loja, pega a chave do meu carro porque a chave de casa está dentro dele e se te animar pega o meu carro. Na verdade, como dirijo a muito pouco tempo e somente o meu carro velho, nunca tive coragem de pilotar a "nave" do meu marido. Sabe como é... Muita responsabilidade, mas em circunstâncias assim... Até parei para pensar!

Fui até em casa para ver se não havia deixado uma janela aberta que eu pudesse pular, mas, é claro que nada nesse dia conspirava a meu favor. Peguei o ônibus novamente e fui até a loja onde o Marcelo trabalha pegar a chave de casa. Um temporal começou a se formar e eu comecei a imaginar eu com a Mari na chuva esperando o ônibus. Me enchi de coragem e peguei o carro do maridão. Vamos dizer que foi uma experiência ótima... Ele que se cuide agora!

Chegamos em casa no início da noite e depois de um longo banho ainda precisei buscar o Marcelo no trabalho. Durante o dia comecei a repensar as vantagens de se ter um carro velho. Eu sei que ele me quebra o maior galho, mas está ficando muito cara essa brincadeira. O ervilhão está destruindo o meu orçamento! Porém, diante essa saga toda o que mais me magoou foi ter esquecido a roupa de ballet da Mari. Eu expliquei que estava correndo desde cedo em função do carro e ela nem reclamou, mas não queria que a minha menina também sofresse o caos da rotina de ser gente grande. Não queria que respingasse nela o meu estresse. Mas, talvez seja importante para o crescimento dela saber que as vezes as coisas não saem como gostaríamos... E que todos nós cometemos erros e enganos. Talvez seja bom para ela saber desde pequena que nem tudo nessa vida é perfeito. O meu carro que diga!

Bjus...

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