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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Jardim Florido

Ontem estava saindo para buscar a Mari na escola quando escuto do meu vizinho: - Como estão lindas as suas flores! Eu parei por um momento e me virei para o jardim: - Não é que estão lindas mesmo! Mas como eu não as vi antes, se passo por elas todos os dias, no mínimo duas vezes?

Acho que não enxerguei o florescer das minhas flores, o seu encanto e a sua beleza, porque assim como em tudo na nossa existência, é mais fácil enxergarmos os problemas, as futilidades, o egoísmo do nosso próprio ser. Valorizamos mais as "picuinhas" da vida que nos cegamos diante os prazeres e as coisas simples de todos os dias.

Estamos tão absorvidos com a pressa do tempo que não olhamos para o lado. Não reparamos no outro... Em gestos, sinais, em flores... Corremos atrás da máquina e nos perdemos no caminho. Tornamo-nos vítimas de tudo, e principalmente de nós mesmos.

Eu entrei no carro não acreditando na minha cegueira. Em como deixei passar dos meus olhos o encanto das flores. Fechei a porta com a certeza te ter recebido um aviso. Alguma coisa me mostrando o quanto estou perdendo da vida. De tudo que está acontecendo bem embaixo dos meus olhos e não estou vendo.

E não é preciso estar em crise para deixar de ver o belo. Pode ser um reflexo de dias difíceis, de decisões importantes a serem tomadas, o cansaço do corpo ou da alma ou a preguiça de simplesmente mover-se em outra direção. Mudar o caminho de todos os dias, procurar novas atividades, se envolver com pessoas e sonhos.

Não dá para deixar de ver o jardim florido... De deixar as riquezas da vida passarem sem usufruirmos. De olharmos para trás e descobrirmos que o trem já passou... Que os anos correram e ficamos amargurados e infelizes. Talvez alguns dias nossas lágrimas nos ceguem... Mas temos sempre o outro dia para recuperar a visão. Nunca é tarde para ver a vida florescer!

Bjus, bjus!

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