Ontem me peguei na frente do espelho com uma tesourinha cortando os meus cabelos brancos visíveis. Acredita? Pode acreditar... Sou super a favor da mulher mais madura assumir suas madeixas brancas, assim como em homens é um charme á parte. Porém, ao longo dos meus trinta e poucos anos ainda não me conformo com esses fios brilhantes que insistem em habitar meu couro cabeludo.
Eles até que não são muitos, mas eu os enxergo a anos luz de distância. Sobressaem a minha cabeleira castanha. Mas parece que a vida é assim mesmo. Que o nosso organismo vai dando sinais do nosso amadurecimento e nos resta apenas aceitar os nossos novos traços. A pele vai ficando mais fina, o rosto também afina, o metabolismo fica mais lento e a área embaixo dos olhos vai mostrando as marcas da expressão que carregamos durante toda a vida.
Por outro lado o amadurecimento do corpo também trás o amadurecimento da cabeça. Ficamos mais seguros e bem resolvidos. Implicamos, é claro com alguns fios brancos, mas passamos a nos enxergar mais bonitos e com menos crises existenciais.
Encontrei umas fotos antigas e pela primeira vez desde que completei 30 admiti que gosto mais de mim hoje. Tanto física como emocionalmente. Perdi a cara de menininha, mas ganhei curvas de gente grande. Ainda mantenho alguma bochecha sobressalente, tenho ruguinhas e preciso tingir os cabelos, mas não troco o presente pela ingenuidade do passado.
É certo que na fase adulta os dias passam mais rápido e os problemas são constantes. Somos chamados de “tios” em plena luz do dia e invocamos com a adolescência de hoje, nos esquecendo que já fomos rebeldes sem causa também um dia. Já ouvimos música ruim, já falamos muita besteira e nos apaixonamos do mesmo jeito que trocamos de roupa.
São muitas fases... Muitas trocas de ritmos que passamos ao longo dos anos. Não sei ainda se estou preparada para avançar na idade, para daqui a algum tempo ser rotulada de quarentona. De repente, até lá eu já tenha aprendido a lidar com os cabelos brancos e goste mais de mim do que hoje. Porque hoje estou satisfeita, daqui a oito anos posso lembrar-me da minha aparência e das minhas atitudes e não acreditar que me achava perfeita.
Bjus... Ótimo final de semana
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