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segunda-feira, 4 de julho de 2011

ECOS...

A minha casa está praticamente vazia... Alguns móveis e muitas caixas amontoadas num canto da sala de jantar. Nas outras peças a única coisa que identifico é o eco. É a minha própria voz perdida pelos cantos de um lugar que já viveu histórias e hoje só aguarda a despedida...

A falta de um enfeite, de um tapete, de uma almofada qualquer deixa a minha casa fria e transforma o eco quase num pranto por aconchego. A voz bate e volta sem a resposta, somente com a mesma pergunta já declarada.

Todo esse eco, todo esse vazio me fez pensar em como a solidão pode ser sombria. É como imaginar tudo em silêncio, só as batidas do seu coração pulsante. Você sabe que ele não pode falhar, mas a agonia de ouvi-lo bater é o pior silêncio. É como se ele parasse levando a sua vida. É a solidão da alma... A impotência do ser. É a sua mente vazia não respondendo aos estímulos do seu corpo e das suas vontades. Sua voz interior está fria e cansada... Apenas refletindo o som que ela ouve, mas não assimila.

É necessário algumas vezes estarmos sozinhos com nós mesmos, mas como é importante ter pessoas para dividir nossas conclusões, nossos momentos do dia, nossas frustrações e alegrias. Dar uma pausa no eco e se escutar... Não literalmente as batidas do coração, mas os sentimentos que pulsam dentro de nós.

O barulho às vezes nos incomoda, mas, por outro lado, nos provoca reações. Sejam elas de raiva ou de contentamento. Os barulhos livres dos ecos nos acolhem... Preenchem espaços que não podem ficar vazios. A presença de pessoas na nossa vida é como calor para a nossa alma. São tambores que ditam o nosso ritmo... Aquecem a nossa alma e confortam os nossos medos.

Enfim... Precisamos entender os ecos a nossa volta... Os vazios que se formam... A solidão que inevitavelmente sentimos... Tudo faz parte do nosso crescimento, da nossa louca vontade de acertar e viver plenamente. Ouvir a voz que ecoa é importante... Ela nos obriga a pensar sobre o "eu", nos entender e definir passos... A voz que ecoa é também a voz que grita felicidade!

Bjus, jus, jus, jus....

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