Que país é esse tão cheio de contrastes que vivemos? Que país é esse que pessoas boas morrem cedo demais e que políticos corruptos causam rombos nos cofres públicos, saem impunes e ainda se reelegem depois de alguns anos? Que país é esse que pessoas sem paciência brigam no trânsito e se esquecem de pedir com licença e muito obrigada? Que lugar é esse que homofobia virou moda, que levar vantagem é ser esperto e para enriquecer se trafica, pirateia ou sonega?
Que país é esse que crianças são obrigadas a trabalhar e gente se abriga em viadutos pedindo esmolas? Que liberdade de expressão confunde-se com libertinagem e que seqüestrar bebês em hospitais ainda é uma realidade? Que país é esse que crianças matam os próprios pais, que pais atiram os filhos pela janela e que drogas mil invadem lares tão cheios de boa vontade?
Uma lenda chamada Renato russo já perguntava que país é esse que vivemos? Que nos causa tanto mal, que nos oferece tantos perigos, mas, que ao mesmo tempo nos encanta com atitudes tão maravilhosas. Atitudes como o sorriso de alguém que passa por você na rua, das crianças felizes na escola, de um cartão lembrando o dia dos avós. Um país que emana belezas naturais, que tem terra boa brotando alimentos e fauna variada de espécies. Onde se aproveita o frio e o calor, onde não há terremotos nem tsunamis. Um país colorido que canta samba e que se diverte em carnavais.
Um país de diferentes folclores, gírias e culturas. De pessoas que se mexem fazendo trabalho social, que se preocupam com o futuro. De empresas que crescem e acrescentam na economia, de profissionais que se formam focados no desenvolvimento próprio e do meio. De artistas de rua e de palcos. De gente que aprende a sobreviver fazendo artesanato, catando lata e papel, vendendo café com leite na saída dos terminais do ônibus. De gente que se vira!
O contraste é fruto das pessoas. Boas e más... Íntegras e sem caráter. As de bom coração lutam para se manter felizes as próprias custas e encontrar cidadania e educação, mesmo que não lhes seja oferecido. As outras apenas se queixam e não fazem a sua parte. Culpam a tudo e a todos. Tornam-se escravos dos próprios pensamentos negativos.
É certo que precisamos mais apoio desse país. Que gentileza deveria ser atitude de qualquer hora e que boa educação apenas mais uma qualidade de qualquer cidadão. Deveríamos pagar nossos impostos e enxergar nossos direitos quando precisássemos principalmente das instituições de saúde. Deveríamos andar nas ruas sem medo da violência e morar com decência.
Na verdade, não sei por que hoje acordei pensando em tudo isso. Acho que porque estou respirando outros ares e interagindo novamente com a cidade grande. Com pessoas com pressa e com ânsia de viver. Hoje eu acordei e fui correr junto à natureza. Não há certamente paisagem melhor para se começar o dia e obter energia. É mais um contraste de tudo que vivemos... As buzinas do trânsito e o silêncio da natureza.
Talvez valha a pena continuar refletindo sobre tudo isso. Ter a consciência dos problemas do país e de tudo de bom que ele também pode oferecer. A pergunta, aquela antiga, “Que país é esse?” ainda vai continuar sem resposta... Esperando que um dia talvez os contrastes diminuem e a gente descubra o equilíbrio para viver em paz.
Bjus...
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