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sexta-feira, 2 de março de 2012

Tambor


Eu não sou noveleira, mas a novela do horário das 18h na Globo, "A Vida da Gente" que finalizou hoje me conquistou desde o primeiro dia por sua suavidade e sensibilidade. Por mostrar, é claro, paisagens da minha Porto Alegre e me levar todos os dias um pouco até lá! Mas, principalmente por compartilhar o cotidiano... De sonhos, tristezas e conquistas iguais ao de todo mundo.

Hoje, na última parte do capítulo, ao entrar a música "Oração ao Tempo" na voz da Maria Gadu, tema de abertura da novela, não consegui segurar o meu pranto. Porque assim como a música, essa era a grande chave da história: O tempo!

Não sabemos lidar com ele; não sabemos esperar por ele. Apressamos decisões; cobramos respostas; o culpamos pela rapidez que a vida passa, porém esquecemos que somos nós que apertamos o botão da velocidade. Insistimos tanto em acelerar os finais, que nos perdemos nos meios.

" Tempo, tempo, tempo , tempo... É um dos deudes mais lindos..."

Será ele então, o tempo, o nosso curador? O ser mágico e sobrenatural que tem o poder de amenizar dores, amores e afins? Ele não cura a saudade, mas a transforma em acalento. Ele nos amadurece, nos dá marcas que revelam o quanto de experiência e sabedoria acumulamos na nossa trajetória.

O tempo deixa a lágrima cair sem vergonha; deixa o coração entender o mistério do amor; deixa o inimigo conquistar o perdão. Ele limpa mágoas, varre desilusões, fortifica o que era frágil e abre caminho para recomeços.

" Compositor de destinos... Tambor de todos os ritmos, entro em acordo contigo... tempo, tempo, tempo , tempo..."

Com certeza a forma como deixamos o tempo trabalhar nas nossas vidas, influencia na nossa visão de futuro. Viver as armadilhas do tempo presente é o acordo que fazemos com ele para elevar-nos. Tudo bem que as vezes nos sentimos sufocados e presos. Ao invés de acelerado, o tempo pára. Somos alvos de medos e desatinos que a nossa mente é incapaz de entender. O nosso grande Deus torna-se o inimigo.

Aos poucos, bem pouco, ele nos ensina que o engatinhar faz parte do crescimento. Mesmo achando que tudo estava inerte, o tempo, mesmo devagar, nunca está parado. O sofrimento é que nos faz sentir estagninados. Á medida que descobrimos a luz, ou melhor, a solução para nossos infortúnios, seguimos o fluxo...

Deixemos então ele trabalhar. Ajudar-nos a escrever as linhas rabuscadas da nossa vida. Quem sabe assim, seguindo o seu curso a gente sobreviva aos seus mistérios e entenda que nossos anseios, desejos e sonhos não precisam de pressa nem calmaria... Somente o tempo certo para que tudo seja natural!

Bjus... Bom final de semana!!!!

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