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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Humanos

Esse final de semana achei espetacular a coluna da escritora Lya Luft na revista VEJA. Muito pela sua simplicidade, muito mais por ser algo que nunca paramos para pensar. Ela fala sobre erratas. Em como seria fácil se pudéssemos corrigir erros iguais ao de uma citação equivocada em uma redação, por exemplo, aos erros dos nossos sentimentos.

Já pensou se pudéssemos fazer erratas de coisas que foram ditas e mal pensadas; atitudes mal interpretadas ou de desejos e sonhos que não foram realizados? Para todos esses erros e equívocos há o perdão, mas a desculpa não apaga o que já aconteceu.

Uma frase que a Lya usou ficou gravada dentro de mim: "Não dá para fazer correções dos erros que cometemos na nossa vida. É preciso contar com o perdão dos outros e a anistia da gente mesma". Podemos ganhar novas chances e novos créditos com as pessoas que magoamos, mas, o mais difícil, é aceitar dentro de nós esses erros. Conviver com a certeza que nossos defeitos nos revelam e fogem do nosso controle.

Desde pequenos somos educados e "treinados" para acreditar na premissa que "errar é humano". Sabemos que podemos cometer deslizes, mas ninguém nos ensina a lidar com eles e com o impacto que essa "humanidade" pode causar ao próximo. Tudo bem que não vamos nos escravizar agora por essas descobertas; deixar de arriscar na vida e dizer o que sente com medo de provocar infortúnios. Não há como programar o impacto dos nossos atos. Mesmo nas tentativas de acertos cometemos erros. As nossas verdades nem sempre são verdades para os outros.

Talvez seja por esses questionamentos que achei a idéia da coluna tão interessante: Idealizar nossos tropeços em "pequenas erratas". Porém, como disse também Lya Luft "a vida não é uma dissertação de mestrado nem tese de doutorado nem um livro sendo escrito, já que ela é uma batalha que nem sempre se vence, não adianta querer escrever errata alguma".

Continuamos então a viver e conviver com os nossos triunfos e as nossas derrotas. Com os boicotes a nós mesmos; com o pisar em ovos diante algum embaraço; com os medos e receios diante o novo; com todas as vidas que nos apresentam e que podemos ou não causar impactos... Positivos ou negativos. A única errata que nos cabe é a de aceitar que na magnitude da nossa existência não somos perfeitos.

Até a próxima!

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