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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O Que Você Faria?

Estou agora no inicio da madrugada assistindo o Planeta Atlântida e me inspirei com o Dinho Ouro Preto e seu Capital Inicial. Eu que tenho grande simpatia pela banda, primeiro por manter vivo um rock denúncia de 30 anos atrás, segundo por extravasar no palco uma energia ímpar. Porém, hoje especialmente me empolguei com uma pergunta que o Dinho fazia á platéia, refrão da música, Quatro vezes você: “O que você faz quando ninguém te vê fazendo, ou o que você queria fazer se ninguém pudesse te ver?”
E você? O que faz quando ninguém te vê? Cantarola no chuveiro? Tira “tatu” do nariz? Come um sanduiche triplo? Encolhe a barriga no espelho? São coisas simples e banais ou até comprometedoras. Atos impensados, fantasias, neuras e manias. A verdade é que quando estamos sós ou no silêncio dos nossos pensamentos fazemos coisas que até Deus duvida. Sem o julgamento da sociedade nos atrevemos a agir sem pudores e sem medir as conseqüências.
De repente, somente sentados tranquilamente no sofá já estamos quebrando a regra: àquela de que o trivial não trás felicidade. É claro que sim! Nada melhor quando ninguém por perto e você apropria-se do controle remoto e comanda a programação da televisão.  Ou numa confortável poltrona devora um livro. Ouve um CD inteiro; fecha os olhos apenas e escuta o som do “nada”...
Não há como imaginar todas as possibilidades se fôssemos invisíveis. Uma mulher poderia estar depilando os pêlos do buço; Um homem poderia simplesmente estar “coçando o saco”. Desculpa a veracidade da descrição, mas geralmente é na nossa reclusão que fazemos o trabalho sujo: Pintamos o cabelo; cortamos o pêlo que insiste sair do nariz; tiramos a cera do ouvido com o palito de dente; emparelhamos a sobrancelha; cortamos as unhas que saltam longe; lambemos a colher que devolvemos para a travessa. Opa, desculpa mais uma vez... Misturar "tirar cera com lamber a colher" é meio nojento, mas sabe como é, escondidinhos nem ligamos  para tal "sujeira literária". Quando ninguém nos vê chutamos o chinelo no meio do caminho; dançamos de roupa íntima; choramos com a novela; conversamos com o cachorro, o gato e o papagaio. 
E muitas outras coisas gostaríamos de fazer, mas temos vergonha de nós mesmos. A única certeza é que na solidão da nossa invisibilidade podemos tudo: Ser belos e feios; lentos e velozes; medíocres e inteligentes; criativos e repetitivos. Podemos ser super heróis sem poderes; anjos sem asas; mágicos sem cartolas. Quando ouvimos o barulho da chave na porta e alguém se aproximando voltamos a ser nós mesmos... Que chatice!

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