Estava eu e
o Marcelo num bar alternando papos com mordidas de um suculento hambúrguer quando
pintou a conversa sobre maturidade. Na verdade, tudo começou quando nós dois,
já cansados, depois de uma semana intensa analisando e decidindo novos projetos
lembramo-nos de quanto era bom e fácil ser adolescente e ainda assim
reclamávamos.
Trouxemos à
tona as lembranças de quando morríamos porque precisávamos estudar para
uma prova ou quando nossos pais nos negavam alguma coisa ou alguma balada.
Quando a nossa única responsabilidade era acordar cedo para ir á escola e
pensar no que faríamos no vestibular.
Tudo bem que
decidir tão novo o que se fará pela vida inteira não é tão fácil assim, mas
quando crescemos, não só de corpo, mas de cabeça descobrimos que podemos ser
muito mais do que planejamos na adolescência e que sonhos podem ser
modificados, alterados, melhorados, ajeitados e quantos mais “ados” forem
necessários.
É claro que
a vida adulta tem seus encantos. É maravilhoso ser independente e ter muitas
questões resolvidas dentro da cabeça. Porque nada mais chato que ter as dúvidas
existenciais do adolescer. Nada melhor que sentir-se confiante e amado. Tem
gente que mesmo depois da experiência ainda procura tudo isso, mas aprendeu
também que a vida aos poucos se incrementa.
Já no carro,
voltando para casa, quase duas horas da madrugada, com saudade da disposição da
juventude ouvimos no rádio uma música que fechou com “chave de ouro” toda a nossa conversa. Aquela música que tocava no rádio, lá pela meia noite, quando já
deitados chorávamos por um amor não correspondido. Foi impossível não segurar a gargalhada e soltar
um suspiro de nostalgia. A saudade de uma fase única que passa tão rápida e
deixa marcas eternas.
E é assim
mesmo que a vida se apresenta para todos nós. Cheia de fases e momentos
diferentes que nos transformam. Vivemos o passado, o presente e aguardamos o futuro,
como diria Raul Seixas, em constante “metamorfose ambulante”. A inocência dá
lugar a maturidade e quando rimos da nossa ingenuidade do passado, lembramos que
precisamos do tempo para seguir em frente. De repente, deixamos para trás um
pouco de toda alegria sem medida que tínhamos ás custas de um
crescimento e de uma responsabilidade exigida pela sociedade... Porém, podemos
dar espaço a essa criança que insiste em rodear os nossos dias. Não precisamos
voltar a usar fraldas, mas podemos pedir colos e sorrisos. A vida madura só tem
sentido se trouxermos para ela as coisas boas das fases passadas. Se depois de larvas nos transformarmos em felizes borboletas!
Segue um vídeo de uma música que embalava a minha madrugada...
Bjus!!!
Bjus!!!